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Os benefícios de 8 tipos de ioga

Baseadas na técnica milenar, aulas turbinadas que exercitam o corpo e a mente invadiram as academias. Descubra aquela que tem mais a ver com o seu perfil

(fizkes/Thinkstock)
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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2017 às 11h23.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 14h52.

São Paulo - Qual a primeira coisa que passa pela sua cabeça ao ouvir a palavra “oceano”? Provavelmente lhe vem a imagem de uma praia, certo? Segundo Sri Nithyananda Swami, um dos gurus indianos mais respeitados do mundo, esse singelo exercício pode ajudar a mudar nosso conceito de ioga. “Assim como o oceano vai além do litoral, ioga é muito mais do que determinadas posturas”, disse o mestre durante uma conferência digital realizada no último Dia Internacional da Ioga, celebrado em 21 de junho.

Descrita como uma prática que engloba os campos espiritual, físico, ético, moral, mental e meditativo em textos compilados há pelo menos 5 mil anos, a ioga nasceu na Índia e ganhou o mundo. Só nos Estados Unidos, são ao redor de 36 milhões de adeptos, de acordo com um levantamento da Ipsos Public Affairs, em parceria com a fundação Yoga Alliance. O número quase dobrou em relação a 2012, quando girava em torno de 20 milhões.

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Embora não haja dados atualizados sobre o alcance do método no Brasil, não é preciso ir longe para observar como a ioga anda angariando fãs e praticantes. Prova desse fenômeno é o surgimento e a disseminação de novas modalidades – algumas delas muito diferentes do que propunham as velhas escrituras. Enquanto algumas pessoas veem o movimento como uma forma de ampliar o contato com essa filosofia de vida, há quem encare a moda com um pé atrás.

“Formou-se uma indústria que banaliza e distorce os objetivos da ioga. Não se trata de entretenimento ou emagrecimento. O que buscamos é o domínio e a evolução da mente e do corpo”, defende Anna Ivanov, presidente da Associação Internacional dos Professores de Ioga no Brasil. Atenta à discussão e à popularização das variações dessa atividade em estúdios e salas de ginástica, SAÚDE apurou o que são e quem tira proveito de oito versões de ioga – da clássica à dançante.

Ioga clássica

No Ocidente, a vertente mais popular é o Hatha, termo sânscrito que faz alusão à união entre corpo e espírito. Posturas (asanas), gestuais (mudras), técnicas de controle respiratório (pranayamas), contração dos músculos e órgãos (bandhas) e exercícios de concentração e purificação (shatkarmas) fazem parte das aulas, que seguem um ritmo tranquilo, ideal para iniciantes, gestantes e idosos. “Trata-se de uma jornada rumo ao autoconhecimento”, resume a educadora física especializada em atividades rítmicas Sílvia Deutsch, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro.

Power ioga

Surgiu como uma alternativa mais comercial ao Ashtanga Vinyasa, ramificação da ioga tradicional que tem ritmo mais agitado. Diferentemente da versão original, não há sequências pré-definidas, e a música ambiente é bem-vinda, o que a fez cair no gosto de quem prefere algo mais dinâmico. Pessoas que buscam exercícios intensos também aprovam a power ioga, já que ela intercala posições que exigem força e equilíbrio. Blocos, cordas, cintos, pesos e outros acessórios são utilizados tanto para facilitar a vida dos novatos quanto para potencializar o esforço e os ganhos dos veteranos.

Hot ioga

Na sala, o termômetro registra até 40 °C. Os instrutores garantem: altas temperaturas resguardam a musculatura e desintoxicam o organismo por meio do suor. “De fato, o calor atua nos músculos, aumentando a flexibilidade, mas não existe comprovação científica para benefícios além desse”, diz Ivan Pacheco, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, no Rio Grande do Sul.O médico lembra que, se não houver preparo, há risco de hipertermia, queda de pressão e desmaio. Para quem já está mais condicionado, pode ser a pedida para superar limites. Só não vale esquecer de beber água, baixar o ritmo ao final da aula e evitar choque térmico na saída.

Superioga

Elaborada pelo educador físico Paulo Junqueira, de São Paulo, é um método de fortalecimento físico e psicológico composto de oito séries fixas de aproximadamente 50 posturas simples da ioga clássica, executadas com permanências, repetições e inclusão de movimentos para deixá-las mais dinâmicas. Daí a comparação com aulas de ginástica, que deu visibilidade à prática. “Criei a superioga nos anos 1990 com o objetivo de incentivar as pessoas a buscar uma melhor qualidade de vida, principalmente na terceira idade, quando costuma faltar força e disposição para o dia a dia”, conta Junqueira.

Acro ioga

Surgiu por volta de 1990 no Canadá e nos Estados Unidos e desembarcou no Brasil em meados de 2007. Como o nome sugere, essa modalidade alia posturas da ioga clássica a movimentos acrobáticos. É também um baita exercício para aprender a trabalhar em equipe, uma vez que grande parte dos movimentos é feita em dupla. “A presença do outro serve ainda como fonte de motivação e apoio”, diz a terapeuta psicocorporal Eliane Lilli, do estúdio Acro Yoga Brasil, na capital paulista. Essa linha não é recomendada quando a pessoa não pode abusar no esforço físico ou tem lesão em articulações ou ligamentos.

Aero ioga

O diferencial fica por conta de tecidos presos ao teto, como acontece em aulas ou atrações circenses. “Eles potencializam a sensação de relaxamento e servem de ferramenta para a execução das posturas tradicionais, evitando impacto sobre a coluna e facilitando o alongamento”, destaca Eliane. Com sequências específicas e sob supervisão profissional, a prática pode ser introduzida a partir dos 4 anos de idade e é indicada até para pessoas com lesões em alguma parte do corpo ou fragilidade óssea, articular ou muscular. “Basta evitar pressão sobre a região que está com problema”, orienta a professora.

Ioga dance

Com duração de até duas horas, as aulas são divididas em sete partes, trabalhando cada um dos chacras, pontos de energia no corpo, e cinco elementos (terra, água, fogo, ar e éter) por meio de determinados estilos, letras e variações de notas. Nas três primeiras etapas, o ritmo é crescente e instiga estabilidade, criatividade e empoderamento. Depois, é hora de cantar, ouvir, relaxar, refletir e agradecer. “A proposta é combinar a liberdade da dança com a consciência da ioga, entregando-se inteiramente ao que se está fazendo no momento”, conta a professora de ioga e criadora da modalidade Fernanda Cunha, de São Paulo.

Sup ioga

Na onda do stand up paddle, esporte em que se rema em pé sobre uma prancha, muitos praticantes de ioga trocaram as salas espelhadas pelo contato com a natureza. “Priorizamos águas calmas e posturas de permanência, sem movimentos, para manter o equilíbrio”, explica a atleta e precursora da atividade no país, Bianca Guimarães, de Minas Gerais. Onde encontrar? Nas praias de Maceió, João Pessoa, Búzios (RJ), Florianópolis e Ilhabela (SP). Não pode viajar? Basta uma piscina larga e funda para conseguir praticar.

Ioga é bom para:

Ansiedade - Meditar e controlar a respiração apazigua o estresse.

Depressão - A sensação de bem-estar atribuída às sessões ajuda no tratamento.

Hipertensão - Ao baixar o nível de nervosismo e modular a respiração, há uma baixa na pressão arterial.

Tabagismo - Exercitar o autocontrole, algo proporcionado na ioga, é crucial para largar o vício.

Insônia - Ao trabalhar a mente e o corpo, o método viabiliza melhores noites de sono.

Câncer - A técnica dá gás e ânimo para quem está se tratando da doença, o que eleva as chances de reabilitação.

Manual do iogue

Desconecte-se - Desligue o celular para não prejudicar o seu foco e o dos outros.

Concentre-se - Evite se comparar com as demais pessoas presentes na sala. Dê atenção a si mesmo.

Prepare-se - Leve seu próprio tapete. A prática demanda energia e, por vezes, suor.

Proteja-se - Não deixe de se aquecer e de alongar os músculos para prevenir lesões.

Vista-se - Escolha roupas leves, que não vão atrapalhar na hora de se movimentar.

Hidrate-se - Mantenha sua garrafinha de água por perto ao longo da aula.

Respeite-se - Reconheça seus limites. Flexibilidade e força vêm com o tempo e a prática.

Esta matéria foi originalmente publicada no site Saúde é Vital.

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