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Organizadores da Olimpíada se defendem após aumento de positivos nos Jogos

Os organizadores também insistiram que os Jogos não estão pressionando ainda mais o sistema médico japonês; segundo autoridades olímpicas, apenas duas pessoas ligadas aos Jogos estão internadas

Protestos em Tóquio contra as Olimpíadas, em maio: pesquisas chegam a indicar 70% de rejeição da população japonesa (Carl Court/Getty Images)

Protestos em Tóquio contra as Olimpíadas, em maio: pesquisas chegam a indicar 70% de rejeição da população japonesa (Carl Court/Getty Images)

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GabrielJusto

Publicado em 29 de julho de 2021 às 15h42.

Última atualização em 29 de julho de 2021 às 15h42.

Os organizadores de Tóquio-2020 defenderam sua estratégia de prevenção contra o coronavírus nesta quinta-feira, depois que 24 novos casos positivos associados aos Jogos foram registrados, o maior número diário até agora. Pelo menos 193 atletas, jornalistas, funcionários e contratados do evento tiveram resultado positivo para covid-19, segundo dados de Tóquio-2020, que não incluem alguns casos registrados em aeroportos e centros de treinamento.

Na quarta-feira, o Japão notificou 9.583 casos em todo o país, ultrapassando a barreira de 9.000 pela primeira vez e com nível recorde em Tóquio. O porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI), Mark Adams, observou que não há evidências de uma ligação entre a realização dos Jogos e o aumento de contágios.

"Pelo que sei, não há um único caso de contágio da população de Tóquio por atletas ou do movimento olímpico", disse Adams à imprensa. "Temos a comunidade mais testada (para covid-19) de provavelmente qualquer lugar... do mundo, além de ter algumas das restrições mais rígidas na Vila dos atletas", destacou.

Os organizadores também insistiram de que os Jogos não estão pressionando ainda mais o sistema médico japonês, no momento em que alguns especialistas alertam que a propagação da pandemia pode levar a uma crise sanitária. Apenas duas pessoas ligadas aos Jogos estão internadas, divulgaram autoridades olímpicas, e metade dos que precisaram de atendimento o estão recebendo de suas próprias equipes médicas.

"Dos 310.000 testes de detecção, a taxa de positivo é de 0,02%", disse Adams. Das pessoas ligadas aos Jogos que tiveram resultado positivo, 109 são residentes no Japão e os demais são procedentes do exterior.

Preocupação no Japão

Os casos registrados nos Jogos ocorrem em um contexto de crescente preocupação em Tóquio e outras áreas do Japão sobre o rápido aumento dos contágios, impulsionado pela variante Delta, mais contagiosa. Tóquio já se encontra em estado de emergência devido ao vírus, que reduz o horário de funcionamento de restaurantes e bares e proíbe a venda de bebidas alcoólicas.

Espera-se que três regiões vizinhas à capital imponham medidas semelhantes. Especialistas alertaram que as restrições parecem não estar funcionando e pediram à população que não baixe a guarda.

"A situação atual é pior do que nunca", alertou um alto conselheiro do governo contra o vírus, de acordo com a rede nacional NHK. Shigeru Omi, ex-alto funcionário da OMS, disse que, diante da decisão do governo e das autoridades olímpicas de realizar os Jogos, "é sua responsabilidade fazer todo o possível (...) para evitar infecções e o colapso dos serviços médicos".

No Japão, houve um surto comparativamente pequeno do vírus, com cerca de 15.000 mortes, sem aplicação das medidas mais severas e com apenas um quarto da população totalmente vacinada. Os Jogos Olímpicos estão acontecendo em condições inéditas, sem a presença de torcedores nas arquibancadas e com exames periódicos dos atletas e demais envolvidos.

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