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“O Que Falam os Homens” faz humor com fraquezas masculinas

Filme com o argentino Ricardo Darín trabalha o homem frustrado, perdido, sem saber lidar com a mulher contemporânea

Ator argentino Ricardo Darín em uma das cenas do filme "O que falam os homens", do diretor Cesc Gay (Divulgação/Site Oficial)

Ator argentino Ricardo Darín em uma das cenas do filme "O que falam os homens", do diretor Cesc Gay (Divulgação/Site Oficial)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 17h13.

São Paulo - Na comédia espanhola O Que os Homens Falam, o argentino Ricardo Darín subverte a persona cinematográfica de homem durão que ele criou nos últimos anos – especialmente em filmes como Tese Sobre um Homicídio e Abutres.

Aqui, o ator aparece num personagem mais frágil, desprotegido, e protagoniza um dos melhores segmentos desse filme em episódios.

A ação se dá por meio de palavras, mais do que atos – o que, às vezes, faz soar como teatro filmado. Ainda assim, o diretor Cesc Gay, que assina o roteiro com Tomàs Aragay, constrói uma boa comédia melancólica sobre o universo masculino, seus medos e desejos.

O filme começa com Eduard Fernández e Leonardo Sbaraglia, como dois amigos que se reencontram por acaso depois de anos, e veem que suas vidas ficaram bem diferentes do planejado.

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Já Darín é um sujeito que se planta em frente ao apartamento do amante de sua mulher. Enquanto espera que algo aconteça, dá de cara com um conhecido, interpretado por Luis Tosar.

Claramente esse é um filme sobre o universo masculino – mas principalmente sobre um homem frustrado, perdido, sem saber lidar com a mulher contemporânea.

A presença feminina é mais forte no episódio protagonizado pelo espanhol Eduardo Noriega. Ele é um predador sexual, que aspira como sua próxima vítima uma colega de trabalho – vivida por Candela Peña (ganhadora do Goya de coadjuvante no ano passado). 

As coisas, no entanto, não saem como planejadas. Sagazmente, o diretor descontrói o mito do espanhol caliente. Aqui, os personagens masculinos são confusos, frustrados, infelizes em suas escolhas, incapazes de conduzir os seus destinos. 

Os diálogos começam de forma quase banal, e, em meio a situações cotidianas, que revelam algo de mais profundo sobre os personagens. Aqui, nenhum deles é bem resolvido – sexual ou emocionalmente. São homens fragilizados, cujas vidas são um acúmulo de pequenos erros e infelicidade doméstica.

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