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O novo esportivo da Mercedes é um fracasso de vendas?

O Mercedes AMG GT é uma furiosa criatura marinha em forma de carro, mas o veículo atraiu pouco menos de 900 clientes nos EUA

Mercedes-AMG GT S Edition: ele é classificado como “o próximo grande carro esportivo” (SKas/Wikimedia Commons)

Mercedes-AMG GT S Edition: ele é classificado como “o próximo grande carro esportivo” (SKas/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2015 às 20h17.

O Mercedes AMG GT é uma furiosa criatura marinha em forma de carro, sem dúvida mais elegante e esportivo que qualquer possante já produzido em sua longa história pela Mercedes-Benz, que tem sede em Stuttgart, Alemanha.

Ele é classificado como “o próximo grande carro esportivo”, mas é preciso contar com a sorte para avistar uma dessas bestas espalhafatosas solta na natureza.

Em seus primeiros seis meses no mercado, o veículo atraiu pouco menos de 900 clientes nos EUA. Enquanto isso, o Porsche 911, modelo com o qual o AMG GT deveria competir mais de perto, encontrou mais de 5.000 compradores no mesmo período.

O chamado direito de se gabar com um carro esportivo feito em Stuttgart não oscilou muito.

“Geralmente não comentamos sobre os concorrentes”, disse o porta-voz da Porsche, David Burkhalter. “O AMG é um bom veículo, mas as vendas do 911 têm sido bastante consistentes”. A Mercedes preferiu não responder a perguntas.

Sem dúvida o volume não é tão importante quando se trata de carros esportivos de mais de US$ 100.000. Contudo, o resultado é incompatível com todo o barulho que a máquina de marketing da Mercedes fez em cima desse veículo. Foi colocado um comercial caro no Super Bowl e depois uma publicidade na TV com um slogan direcionado de forma nada sutil à Porsche: “O carro que você sonhava ter quando era criança acaba de ser ultrapassado”.

A máquina, em si, é fantástica. Trata-se de uma combinação sexy de alumínio com uma cabine de jato encapsulada atrás de um capô extenso e baixo. Em suas entranhas, o AMG GT tem um motor V8 fabricado à mão que alcança 503 cavalos de potência. A revista Motor Trend recentemente o classificou como seu “Melhor Carro para Dirigir” em um segmento que incluía o cobiçado Porsche.

Grande demais

O carro tem seus críticos. Alguns afirmam que ele é grande demais para ser sentido como um carro esportivo bom e ágil. Mas os viciados em carros não deveriam dar muita bola para a pouca quantidade de exemplares do AMG GT nas ruas. Por alguma razão um Porsche 911 básico pode ser adquirido por US$ 89.400, cerca de US$ 40.500 menos que o insinuante Mercedes. E os números de vendas nem sempre se traduzem em lucro.

É possível que apesar de toda essa publicidade enfocada na Porsche a Mercedes queira manter seu carro mais esportivo muito mais exclusivo, valendo-se do senso de escassez para fazer o veículo ser visto como muito mais especial. Mesmo assim, anúncios no Super Bowl não são baratos.

O veículo, contudo, criou uma divisão interessante no mercado. Apesar de todas as incansáveis comparações ponto a ponto feitas pelas revistas automotivas, o AMG GT não parece estar ocupando o mesmo espaço que o 911.

Sedãs são alternativas

Entre os motoristas americanos que estão examinando o novo Mercedes esportivo, a maioria nem sequer está visitando uma concessionária da Porsche. Apenas cerca de 13 por cento dos motoristas americanos estão comparando o novo Mercedes com o 911, segundo o Edmunds.com. Em vez disso, eles veem os sedãs da Mercedes como alternativas ao AMG GT.

Os executivos que lideram a empresa provavelmente estejam entusiasmados com isso. A pesquisa, a engenharia e a mão de obra usadas em um carro esportivo de mais de US$ 100.000 não fazem muita diferença na equação econômica, a menos que o veículo seja capaz de atrair compradores para modelos mais baratos da linha. É exatamente isso que esse atrevido Mercedes está conseguindo.

“Trata-se de uma demonstração realmente sólida para um carro de ponta”, disse Aaron Lewis, porta-voz sênior do Edmunds.com.

E então, o AMG GT é tão bom quanto o 911? Ou é melhor? Para a Mercedes, no momento, isso realmente não tem importância.

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