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Negócio brilhante: diamantes sintéticos substituem gemas naturais

As gemas sintéticas estão transformando o mercado mundial de diamantes, avaliado em 89 bilhões de dólares

Diamante sintético: mesmas propriedades (Universal Education/Universal Images Group//Getty Images)

Diamante sintético: mesmas propriedades (Universal Education/Universal Images Group//Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 09h55.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2024 às 09h55.

Os diamantes brilham da mesma forma, mas há diferenças importantes: as gemas naturais têm bilhões de anos, enquanto as pedras de laboratório são novas e custam menos da metade.

As gemas sintéticas estão transformando o mercado mundial de diamantes, avaliado em 89 bilhões de dólares (cerca de 440 bilhões de reais) especialmente na cidade de Surat, no oeste da Índia, onde 90% dos diamantes do mundo são lapidados e polidos.

No laboratório de Smit Patel, "sementes" de diamantes de cristal são colocadas em reatores que reproduzem a alta pressão do subsolo.

"Quando o cliente o vê, ele se vende por si só. Este é o futuro", assegura Patel, diretor da Greenlab Diamonds e terceira geração de sua família neste negócio.

Da semente até a gema, sua equipe leva menos de oito semanas para produzir um diamante indistinguível de um extraído de uma mina.

"É o mesmo produto, a mesma química, as mesmas propriedades ópticas", diz Patel.

Gás, calor, pressão

A exportação de diamantes sintéticos da Índia triplicou em valor entre 2019 e 2022, enquanto os volumes exportados subiram cerca de 25% entre abril e outubro de 2023, segundo dados da indústria.

Os reatores de laboratórios como os de Patel são carregados de gases carbônicos, como metano, e o cristal se desenvolve sob pressão e calor.

As peças brutas seguem para outras instalações, onde centenas de trabalhadores desenham, lapidam e polem as pedras.

A cota das gemas sintéticas no mercado aumentaram em valor, de 3,5% em 2018 a 18,5% em 2023, indicou o analista da indústria Paul Zimnisky, que acredita que pode alcançar 20%.

Smit Patel, da Greenlab Diamonds, mostra um diamante sintético de sua empresa. (AFP/AFP)

Pedras "limpas"

Os diamantes sintéticos foram desenvolvidos nos anos 1950 mas foram necessários avanços tecnológicos para serem comercialmente viáveis, o que ocorreu há menos de uma década.

Seus produtores alegam que suas gemas geram menos carbono, mas há dúvidas de que a produção, intensa em energia, seja melhor para o meio ambiente.

Patel afirma que seu laboratório utiliza energia solar da rede local, apesar de outros obterem sua eletricidade de geradores a carvão.

Os vendedores de diamantes afirmam que os "diamantes de sangue" estão fora do mercado devido ao Processo Kimberley de certificação e os produtores de sintéticos afirmam que suas instalações têm um histórico limpo.

Os chamados "diamantes de sangue" procedem de zonas em conflito, onde milícias tentam utilizá-los para financiar suas atividades.

Essas garantias ambientais e humanitárias têm ajudado as pedras sintéticas a se popularizarem em anéis de noivado.

Sem monopólio

Mas a indústria de laboratório também tem seus problemas.

A oferta disparou e os preços caíram 58% em 2023, segundo o Golan, instituto de pesquisas do setor.

Comerciantes de Surat disseram à AFP que o preço de uma pedra polida de um quilate caiu de 2.400 dólares (11 mil reais) em 2022 para pouco mais de 1.000 dólares (quase 5 mil reais) em 2023.

Patel acredita que a queda de preços impulsionará a demanda.

"Sabíamos que os preços cairiam porque não há monopólio nesta indústria", explicou.

Clientes de uma joalheria de Mumbai concordam com ele.

"Um diamante extraído é cinco vezes mais caro", comentou Lekha Prabhakar, de 29 anos.

"Se quiser algo para usar diariamente (...) um diamante sintético te atende".

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