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Museu do Perfume abre suas portas em Paris

Cerca de 300 objetos, principalmente requintados frascos da coleção privada de Jean-François Costa, são exibidos em 1.200 m2 divididos em três andares


	Uma das diretoras do Museu do Perfume: grandes alambiques e vasos de cobre ocupam a sala principal deste museu instalado no subsolo do que foi o Teatro Éden no século XIX, transformado em velódromo para parisienses elegantes
 (Francois Guillot/ AFP)

Uma das diretoras do Museu do Perfume: grandes alambiques e vasos de cobre ocupam a sala principal deste museu instalado no subsolo do que foi o Teatro Éden no século XIX, transformado em velódromo para parisienses elegantes (Francois Guillot/ AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2015 às 17h38.

O Museu do Perfume, que conta 3.000 anos de história e os segredos de fabricação das fragrantes, das flores ao frasco, abrirá suas portas neste sábado em pleno coração de Paris, a poucos passos da Ópera.

Grandes alambiques e vasos de cobre ocupam a sala principal deste museu instalado no subsolo do que foi o Teatro Éden no século XIX, transformado em velódromo para parisienses elegantes.

Do Antigo Egito, onde era utilizado há 3.000 anos em ritos funerários, até a antiguidade grega e romana, o museu de entrada gratuita patrocinado pela perfumaria artesanal e familiar Fragonard conduz o visitante através da história até o século XX.

Cerca de 300 objetos, principalmente requintados frascos da coleção privada de Jean-François Costa, são exibidos em 1.200 m2 divididos em três andares. Após o teatro e o velódromo, a famosa fábrica de mobiliário inglesa Maple ocupou o local durante 118 anos.

"Era um local insólito, incrível, apto para fazer sonhar, o que é a própria essência do perfume", disse em entrevista à AFP Agnès Costa, que junto a suas irmãs Françoise e Anne dirige hoje em dia a empresa Fragonard, fundada em 1926 na cidade provençal de Grasse (sul), capital mundial da perfumaria, um dos pilares da indústria do luxo.

O local apresenta também a peculiaridade de ser sustentado por enormes vigas de aço maciço, obra de Gustave Eiffel, o engenheiro que projetou a famosa torre parisiense.

"O fato de estar instalado em um subsolo sem luz natural ajuda a criar uma atmosfera mais íntima, propícia ao universo do perfume", explicou à AFP o arquiteto do projeto, François Muracciole.

Compondo o órgão

Alguns dos objetos mais fascinantes da coleção são frascos de cristal, esmalte ou metal trabalhado que representam o máximo da sofisticação no século XVIII.

"Quando alguém vê a publicidade de um perfume, sempre sonha através do frasco, algo também presente em nossas vitrines do século XVIII, com verdadeiras obras de arte que oferecem o máximo de sonho para quem os possui", diz Costa.

Uma seção apresenta de maneira didática todas as etapas que dão vida ao perfume, das matérias-primas com a colheita das flores, a destilação e a composição das fragrâncias pelos famosos "narizes".

Esses profissionais com olfato superdotado são capazes de compor os três tempos fundamentais da "pirâmide olfativa" de todo perfume: cabeça, coração e fundo.

Dispostos em fileira sobre vários níveis, mais de 200 pequenos frascos idênticos etiquetados com cada essência compõem o "órgão" sobre o qual trabalha o criador. O vocabulário da profissão se inspira diretamente no mundo musical na hora de combinar as "notas" aromáticas.

"Hoje os profissionais trabalham com um computador, não misturam essências, mas o nariz está no cérebro", explica Agnès Costa.

Como explicar enorme sucesso das fragrâncias no mundo atual? "O perfume -diz Agnès Costa- é uma das artes da sedução. É uma característica diferencial da personalidade e um sinal de civilização".

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