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Justiça de NY decidirá se obra frágil poderá sair de parede

Frágil obra de Pablo Picasso se encontra no restaurante Four Seasons

Obra de Picasso no restaurante Four Seasons: incorporador imobiliário que é desde 2000 o dono do imóvel, quer que o Picasso seja retirada da sua chamativa moldura (Mike Segar/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 10h44.

Nova York - A Justiça de Nova York decidirá a partir desta quarta-feira se uma frágil obra de Pablo Picasso no restaurante Four Seasons pode ser retirada sem se esfacelar para a reforma da parede em que o trabalho se encontra.

O dono do imóvel e os donos da pintura travam uma disputa em cenário privilegiado: o Edifício Seagram, símbolo do chamado "estilo internacional" da arquitetura, projetado por Ludwig Mies van der Rohe.

Aby Rosen, incorporador imobiliário que é desde 2000 o dono do imóvel, quer que o Picasso seja retirada da sua chamativa moldura, diante da qual os ricos e poderosos do planeta fazem suas refeições no Four Seasons, que funciona no térreo do arranha-céu.

A obra foi pintada sobre uma cortina de teatro com 5,8 metros de altura, mostrando espectadores de uma tourada. Ela está pendurada entre os dois salões do restaurante desde a inauguração do Four Seasons, em 1959.

Rosen argumenta que a parede na qual a cortina está instalada foi danificada pela umidade e pelo vapor da cozinha, que fica do outro lado, segundo documentos judiciais apresentados à Corte Suprema Estadual, em Manhattan. Sem uma reforma, a pintura ficará ameaçada, argumenta ele.

Mas a ONG Conservatório de Marcos de Nova York, dona da obra, alega que a parede está em bom estado, e que a pintura pode ser destruída se for removida. A entidade adquiriu a obra em 2005, da empresa Vivendi Universal, que a havia comprado anos antes.

Peg Breen, presidente do conservatório, disse que a obra é considerada "um dos mais adoráveis marcos interiores da América, e tudo está trabalhado junto (edifício e pintura), é tudo uma coisa só", afirmou ela. "Philip Johnson (arquiteto que concebeu o restaurante) não disse simplesmente: ‘Vamos tacar um Picasso aí um pouquinho e depois vemos o que mais aparece'." O conservatório, que obteve uma liminar proibindo a retirada da obra dias antes de operários de Rosen chegarem para removê-la, em fevereiro, diz que Rosen está exagerando a situação da parede por não gostar da pintura.


"O sr. Rosen se referiu anteriormente à cortina de Picasso como ‘schmatte', palavra iídiche para ‘trapo'", disse a instituição em sua defesa judicial. Rosen não disse se deseja que a obra seja devolvida ao seu lugar original caso seja retirada para uma reforma.

Rosen, que é também um importante colecionador de arte moderna e contemporânea, não respondeu a pedidos de entrevista, mas disse anteriormente que possui várias obras de Picasso em sua casa.

O Edifício Seagram e o Four Seasons foram tombados em 1989, mas a obra de Picasso não foi explicitamente incluída.

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Nova York - A Justiça de Nova York decidirá a partir desta quarta-feira se uma frágil obra de Pablo Picasso no restaurante Four Seasons pode ser retirada sem se esfacelar para a reforma da parede em que o trabalho se encontra.

O dono do imóvel e os donos da pintura travam uma disputa em cenário privilegiado: o Edifício Seagram, símbolo do chamado "estilo internacional" da arquitetura, projetado por Ludwig Mies van der Rohe.

Aby Rosen, incorporador imobiliário que é desde 2000 o dono do imóvel, quer que o Picasso seja retirada da sua chamativa moldura, diante da qual os ricos e poderosos do planeta fazem suas refeições no Four Seasons, que funciona no térreo do arranha-céu.

A obra foi pintada sobre uma cortina de teatro com 5,8 metros de altura, mostrando espectadores de uma tourada. Ela está pendurada entre os dois salões do restaurante desde a inauguração do Four Seasons, em 1959.

Rosen argumenta que a parede na qual a cortina está instalada foi danificada pela umidade e pelo vapor da cozinha, que fica do outro lado, segundo documentos judiciais apresentados à Corte Suprema Estadual, em Manhattan. Sem uma reforma, a pintura ficará ameaçada, argumenta ele.

Mas a ONG Conservatório de Marcos de Nova York, dona da obra, alega que a parede está em bom estado, e que a pintura pode ser destruída se for removida. A entidade adquiriu a obra em 2005, da empresa Vivendi Universal, que a havia comprado anos antes.

Peg Breen, presidente do conservatório, disse que a obra é considerada "um dos mais adoráveis marcos interiores da América, e tudo está trabalhado junto (edifício e pintura), é tudo uma coisa só", afirmou ela. "Philip Johnson (arquiteto que concebeu o restaurante) não disse simplesmente: ‘Vamos tacar um Picasso aí um pouquinho e depois vemos o que mais aparece'." O conservatório, que obteve uma liminar proibindo a retirada da obra dias antes de operários de Rosen chegarem para removê-la, em fevereiro, diz que Rosen está exagerando a situação da parede por não gostar da pintura.


"O sr. Rosen se referiu anteriormente à cortina de Picasso como ‘schmatte', palavra iídiche para ‘trapo'", disse a instituição em sua defesa judicial. Rosen não disse se deseja que a obra seja devolvida ao seu lugar original caso seja retirada para uma reforma.

Rosen, que é também um importante colecionador de arte moderna e contemporânea, não respondeu a pedidos de entrevista, mas disse anteriormente que possui várias obras de Picasso em sua casa.

O Edifício Seagram e o Four Seasons foram tombados em 1989, mas a obra de Picasso não foi explicitamente incluída.

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