"Jack Reacher" aposta na vocação para herói de Tom Cruise
Filme está entre os mais vistos segundo dados das bilheterias dos Estados Unidos
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 16h54.
São Paulo - Tom Cruise encarna um vingador sem patrão nem endereço fixo, mas sempre alerta para as injustiças, como protagonista de "Jack Reacher - O Último Tiro", baseado em livro de Lee Child, e roteirizado e dirigido por Christopher McQuarrie (ganhador do Oscar em 1996 pelo roteiro original de "Os Suspeitos").
Houve temor dos produtores na estreia norte-americana do filme, em dezembro, que ocorreu poucas semanas após o massacre na escola primária de Newtown, Connecticut, que custou a vida de 26 pessoas, 20 delas crianças. O motivo: o filme abre-se justamente com uma sequência em que um atirador, munido de uma arma de grosso calibre e mira telescópica, esconde-se no alto de um estacionamento em Pittsburgh e mata cinco pessoas, inclusive uma criança.
Até agora, no entanto, o filme não sofreu maiores prejuízos, figurando entre os dez mais na bilheteria norte-americana e arrecadando, até o momento, quase 65 milhões de dólares.
O ex-militar Jack Reacher aparece na história depois que o suspeito preso Barr (Joseph Sikora) menciona seu nome, pedindo para chamá-lo, pouco antes de entrar em coma após ser agredido. Os dois se conhecem de um episódio complicado na vida de Barr, quando ainda eram soldados. Eles não são de modo nenhum amigos, criando desconfiança em Reacher sobre os reais motivos de seu nome vir à tona.
Em todo caso, como sua especialidade é a investigação por conta própria --embora ele viva da aposentadoria como militar--, Reacher começa a descobrir uma série de furos no inquérito que indiciou Barr como único suspeito das mortes, e que foi conduzido pelo detetive Emerson (David Oyelowo).
As falhas descobertas por Reacher caem do céu para a advogada de Barr, Helen Rodin (Rosamund Pike), que tem nas mãos um caso altamente complicado. Suas razões para defender o suposto assassino, na verdade, têm mais a ver com a auto-afirmação diante do pai, o promotor Rodin (Richard Jenkins), com quem ela tem um relacionamento altamente complicado.
Apesar do temperamento áspero de Reacher, forma-se uma previsível aliança entre ele e Helen e uma atração nunca muito assumida.
Apesar disso, é visível que a direção não sabe tirar o melhor partido das situações, dando-se melhor em sequências de ação -- como a enervante cena inicial e uma perseguição de automóveis são particularmente bem-feitas. McQuarrie não se sai tão bem nas cenas entre Cruise e Rosamund Pike, cujo personagem parece mal delineado para uma atriz mais sofisticada do que a maioria de seus diálogos.
Uma atração à parte está em duas participações de veteranos: o primeiro, o premiado diretor alemão Werner Herzog, na pele de Zec, o bandido mais maligno do pedaço e que protagoniza duas sequências marcantes; e Robert Duvall, do alto de seus bem-vividos 82 anos, contribuindo com legítimos momentos de humor no movimentado segmento final, em que se prova um bom aliado para Reacher.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
São Paulo - Tom Cruise encarna um vingador sem patrão nem endereço fixo, mas sempre alerta para as injustiças, como protagonista de "Jack Reacher - O Último Tiro", baseado em livro de Lee Child, e roteirizado e dirigido por Christopher McQuarrie (ganhador do Oscar em 1996 pelo roteiro original de "Os Suspeitos").
Houve temor dos produtores na estreia norte-americana do filme, em dezembro, que ocorreu poucas semanas após o massacre na escola primária de Newtown, Connecticut, que custou a vida de 26 pessoas, 20 delas crianças. O motivo: o filme abre-se justamente com uma sequência em que um atirador, munido de uma arma de grosso calibre e mira telescópica, esconde-se no alto de um estacionamento em Pittsburgh e mata cinco pessoas, inclusive uma criança.
Até agora, no entanto, o filme não sofreu maiores prejuízos, figurando entre os dez mais na bilheteria norte-americana e arrecadando, até o momento, quase 65 milhões de dólares.
O ex-militar Jack Reacher aparece na história depois que o suspeito preso Barr (Joseph Sikora) menciona seu nome, pedindo para chamá-lo, pouco antes de entrar em coma após ser agredido. Os dois se conhecem de um episódio complicado na vida de Barr, quando ainda eram soldados. Eles não são de modo nenhum amigos, criando desconfiança em Reacher sobre os reais motivos de seu nome vir à tona.
Em todo caso, como sua especialidade é a investigação por conta própria --embora ele viva da aposentadoria como militar--, Reacher começa a descobrir uma série de furos no inquérito que indiciou Barr como único suspeito das mortes, e que foi conduzido pelo detetive Emerson (David Oyelowo).
As falhas descobertas por Reacher caem do céu para a advogada de Barr, Helen Rodin (Rosamund Pike), que tem nas mãos um caso altamente complicado. Suas razões para defender o suposto assassino, na verdade, têm mais a ver com a auto-afirmação diante do pai, o promotor Rodin (Richard Jenkins), com quem ela tem um relacionamento altamente complicado.
Apesar do temperamento áspero de Reacher, forma-se uma previsível aliança entre ele e Helen e uma atração nunca muito assumida.
Apesar disso, é visível que a direção não sabe tirar o melhor partido das situações, dando-se melhor em sequências de ação -- como a enervante cena inicial e uma perseguição de automóveis são particularmente bem-feitas. McQuarrie não se sai tão bem nas cenas entre Cruise e Rosamund Pike, cujo personagem parece mal delineado para uma atriz mais sofisticada do que a maioria de seus diálogos.
Uma atração à parte está em duas participações de veteranos: o primeiro, o premiado diretor alemão Werner Herzog, na pele de Zec, o bandido mais maligno do pedaço e que protagoniza duas sequências marcantes; e Robert Duvall, do alto de seus bem-vividos 82 anos, contribuindo com legítimos momentos de humor no movimentado segmento final, em que se prova um bom aliado para Reacher.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb