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Longa explora bastidores das filmagens de "Psicose"

O longa "Hitchcock" ambiciona ir além e contar os bastidores de como o filme se transformou no clássico que é

Pôster do filme "Hitchcock": história começa quando Alfred Hitchcock conhece o sucesso de público com "Intriga Internacional" (1959) (Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 12h28.

São Paulo - A faca, os violinos gritantes da trilha de Bernard Herrmann e a mulher morta no chuveiro são fatos mais do que conhecidos do suspense "Psicose" (1960). O longa "Hitchcock" ambiciona ir além e contar os bastidores de como o filme se transformou no clássico que é.

Com roteiro baseado em livro de Stephen Rebello, "Os Bastidores de ‘Psicose'", e direção de Sacha Gervasi (documentarista que estreia na ficção), tenta-se, ainda que superficialmente, discutir o artista a partir de sua obra.

A história começa quando Alfred Hitchcock (interpretado por um Anthony Hopkins quase escondido sob a exagerada maquiagem) conhece o sucesso de público com "Intriga Internacional" (1959).

A partir daí, começa a procurar um novo projeto para filmar até topar com um livro meio obscuro, de Robert Bloch, chamado "Psycho". Ao perceber ali o potencial para seu novo filme, espertamente, manda que sua assistente, Peggy (Toni Collette), compre todos os exemplares existentes nos EUA. Tudo porque não quer que ninguém saiba antes da hora qual é o final da trama.

A Paramount, que bancava os filmes do diretor, não aceita financiar a produção do longa. Assim, o diretor precisa levantar recursos para produzir aquela que seria sua obra-prima, chegando a hipotecar sua própria mansão.

Por trás disso, há uma outra questão: uma crise no casamento entre Hitchcock e sua mulher, a roteirista Alma Reville (Helen Mirren). Com o marido tão consumido pelo trabalho, ela acaba ficando mais próxima do amigo roteirista Whitfield Cook (Danny Huston), que, aliás, escreveu vários filmes de Hitchcock, como "Pavor nos Bastidores" (1950) e "Pacto Sinistro" (1961).


Com Janet Leigh (Scarlett Johansson), Hitchcock foi bem mais doce e menos machista do que com outras estrelas que passaram por seus sets, como Vera Miles (Jessica Biel), que teve uma pequena participação em "Psicose", por obrigação contratual.

Diz a lenda que Tippi Heddren sofreu nas mãos dele nas filmagens de "Os Pássaros" (1963). O assunto acabou de render um telefilme, chamado "A garota", no qual Toby Jones interpreta o diretor.

Enquanto Alma tem encontros à tarde com o amigo, Hitchcock escolhe o elenco e dirige "Psicose".

À medida que a história avança, o longa parece empenhando em relacionar curiosidades mal amarradas sobre o clássico do suspense. Como a de que Hitchcock não permitia que ninguém entrasse no cinema depois de começada a sessão do longa, entre tantas outras que podem ser encontradas pela internet afora.

O que sobra de mais interessante em "Hitchcock" é a relação do diretor inglês com sua mulher -mais uma boa interpretação de Helen Mirren, que, na vida real, é casada com o cineasta Taylor Hackford ("Ray"). Alma era os pés no chão do gênio visionário. Essa, alias, é outra questão na qual o longa esbarra.

A interpretação de Hopkins e a visão do diretor Gervasi raramente se dão ao trabalho de buscar o homem que existe por trás do mito. As falas empostadas e os gestos caricatos de Hopkins só confirmam que esse é o Hitchcock da lenda, para a qual há inúmeras versões.

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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São Paulo - A faca, os violinos gritantes da trilha de Bernard Herrmann e a mulher morta no chuveiro são fatos mais do que conhecidos do suspense "Psicose" (1960). O longa "Hitchcock" ambiciona ir além e contar os bastidores de como o filme se transformou no clássico que é.

Com roteiro baseado em livro de Stephen Rebello, "Os Bastidores de ‘Psicose'", e direção de Sacha Gervasi (documentarista que estreia na ficção), tenta-se, ainda que superficialmente, discutir o artista a partir de sua obra.

A história começa quando Alfred Hitchcock (interpretado por um Anthony Hopkins quase escondido sob a exagerada maquiagem) conhece o sucesso de público com "Intriga Internacional" (1959).

A partir daí, começa a procurar um novo projeto para filmar até topar com um livro meio obscuro, de Robert Bloch, chamado "Psycho". Ao perceber ali o potencial para seu novo filme, espertamente, manda que sua assistente, Peggy (Toni Collette), compre todos os exemplares existentes nos EUA. Tudo porque não quer que ninguém saiba antes da hora qual é o final da trama.

A Paramount, que bancava os filmes do diretor, não aceita financiar a produção do longa. Assim, o diretor precisa levantar recursos para produzir aquela que seria sua obra-prima, chegando a hipotecar sua própria mansão.

Por trás disso, há uma outra questão: uma crise no casamento entre Hitchcock e sua mulher, a roteirista Alma Reville (Helen Mirren). Com o marido tão consumido pelo trabalho, ela acaba ficando mais próxima do amigo roteirista Whitfield Cook (Danny Huston), que, aliás, escreveu vários filmes de Hitchcock, como "Pavor nos Bastidores" (1950) e "Pacto Sinistro" (1961).


Com Janet Leigh (Scarlett Johansson), Hitchcock foi bem mais doce e menos machista do que com outras estrelas que passaram por seus sets, como Vera Miles (Jessica Biel), que teve uma pequena participação em "Psicose", por obrigação contratual.

Diz a lenda que Tippi Heddren sofreu nas mãos dele nas filmagens de "Os Pássaros" (1963). O assunto acabou de render um telefilme, chamado "A garota", no qual Toby Jones interpreta o diretor.

Enquanto Alma tem encontros à tarde com o amigo, Hitchcock escolhe o elenco e dirige "Psicose".

À medida que a história avança, o longa parece empenhando em relacionar curiosidades mal amarradas sobre o clássico do suspense. Como a de que Hitchcock não permitia que ninguém entrasse no cinema depois de começada a sessão do longa, entre tantas outras que podem ser encontradas pela internet afora.

O que sobra de mais interessante em "Hitchcock" é a relação do diretor inglês com sua mulher -mais uma boa interpretação de Helen Mirren, que, na vida real, é casada com o cineasta Taylor Hackford ("Ray"). Alma era os pés no chão do gênio visionário. Essa, alias, é outra questão na qual o longa esbarra.

A interpretação de Hopkins e a visão do diretor Gervasi raramente se dão ao trabalho de buscar o homem que existe por trás do mito. As falas empostadas e os gestos caricatos de Hopkins só confirmam que esse é o Hitchcock da lenda, para a qual há inúmeras versões.

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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