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Empresários do Paraná lançam marca independente de relógios mecânicos

A Statera Watch Co. nasce com design vintage francês, mecanismo de corda suíço, edição limitada a 100 peças e preço inicial de R$ 5.900

Calculus, modelo da Statera: primeira marca de relógios indepentente brasileira  (@gabrielacheloni_ph/Divulgação)

Calculus, modelo da Statera: primeira marca de relógios indepentente brasileira (@gabrielacheloni_ph/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 15 de setembro de 2022 às 06h30.

Última atualização em 15 de setembro de 2022 às 19h18.

A indústria de relógios de movimento mecânico se desenvolveu na Suíça, com empresas de porte como Vacheron Constantin, Patek Philippe, Rolex. Nos últimos anos, porém, muitas micro brands do segmento começaram a surgir nos locais mais diversos, de Japão a Escócia. Agora, chegou a vez de uma marca independente brasileira de relojoaria.

A Statera Watch Co. acaba de ser lançada, em um modelo de pré-venda no site, muito semelhante à forma como operam as marcas independentes já estabelecidas. O primeiro modelo à venda é o Calculus, carvão em latim. Os interessados precisam fazer um depósito de 50% do valor final da peça, que é R$ 5.900. O prazo de entrega é de 90 a 120 dias.

Será uma edição limitada de apenas 100 peças. Por enquanto, 22 relógios já foram encomendados. “Quando lançamos a marca, imaginamos dois tipos de público, aqueles colecionadores que se interessariam em ter um modelo brasileiro na coleção e pessoas que gostam de relógio mas sem condições ainda de comprar um relógio suíço de uma marca conhecida”, afirma um dos proprietários da marca, Rafael Tribulato Guimarães.

De acordo com Tribulato, é exatamente o que tem acontecido. “Estamos sendo procurados por gente que tem um Seiko simples e também por quem tem Patek, modelos turbilhão. Chama a atenção o fato de sermos uma marca nacional.”

Do Maringá para a Suíça

Dono de uma empresa de tecnologia voltada para o setor imobiliário em Maringá, no Paraná, Tribulato é um aficionado por relojoaria. Ele conta que se surpreendeu com o aumento de valores de relógios mecânicos nos últimos tempos, em parte causado pela falta de peças durante a pandemia, e enxergou aí uma oportunidade de negócio.

Com um amigo de infância, o veterinário Antônio Almir dos Santos, e com o relojoeiro Ronan Zanesco, também de Maringá, ele montou então a Statera. A ideia era resgatar o estilo vintage dos relógios das décadas de 1930 a 1950. Os primeiros desenhos foram feitos por eles. Faltava, no entanto, um desenho técnico para produção industrial.

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Cinco tendências inusitadas do mundo da relojoaria

Tribulato e os sócios tiveram a ajuda de Armand Billard, proprietário de outra marca independente, a francesa Sartory Billard, para ajuste do projeto e manufatura da caixa e do mostrador. O movimento mecânico automático foi encomendado para uma pequena fabricante suíça, a DB Manufacture.

As peças são importadas e os relógios são montados no Brasil mesmo pelo sócio e relojoeiro Zanesco. O investimento inicial do negócio foi baixo, em torno de 30.000 reais. “Como funcionamos com pré-venda, nosso risco é pequeno. O valor pago inicialmente pelo cliente praticamente paga o custo de manufatura”, diz Tribulato.

Planos ambiciosos

O resultado é um belo relógio vintage, ainda que com uma caixa relativamente grande, de 41 milímetros. O movimento tem reserva de marcha de 53 horas e resistência a 50 metros de profundidade. O nome do modelo, carvão em latim, refere-se à cor do mostrador. A caixa será em madeira carbonizada.

Outros dois modelos da Statera estão já engatilhados. Um deles será o Marine, com o mesmo design do Calculus mas com mostrador branco e ponteiros em azul. O outro será um diver, com pulseiras em nato e em borracha.

Cada linha terá uma edição limitada de 100 peças. A ideia dos sócios de Maringá é com isso criar desejo. “Também queremos que, com a escassez, as peças tenham valor alto de revenda”, diz Tribulato.

Depois de venderem os 300 relógios iniciais desses três modelos, os relojoeiros brasileiros querem dar um passo adiante. O relógio seguinte deverá ter o desenho assinado por um ex-designer da Patek Philippe, com um movimento superior e acabamento melhorado – e um preço cerca de dez vezes maior. “Por enquanto é quase um hobby, mas se der certo pode virar nossa atividade de fato”, afirma Tribulato. “Quem não gostaria de trabalhar com sua paixão?”.

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