E-commerce de vinhos raros para colecionadores estreia no Brasil
Com rótulos que vão de 100 reais a 30 mil reais, a Winetrader é o primeiro marketplace de vinhos raros do país: nele, colecionadores podem vender e comprar as garrafas mais exclusivas
Matheus Doliveira
Publicado em 18 de maio de 2021 às 15h23.
Última atualização em 22 de maio de 2021 às 07h04.
Não é só a safra, a posição geográfica ou o tempo de fermentação que define o preço de um vinho . Alguns rótulos são tão exclusivos que até mesmo os maiores amantes da bebida têm dificuldade para encontrar. Pensando nesse cenário, o e- commerce brasileiro Winetrader está lançando aqui no Brasil um modelo que já é conhecido lá fora: marketplaces onde colecionadores podem vender e comprar as garrafas mais distintas.
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Inspirada em bandeiras americanas, a Winetrader nasce com o objetivo de ser a primeira plataforma brasileira consolidada em unir compradores e vendedores de vinhos premium e raros. O marketplace foi fundado pelos colecionadores Paulo de Oliveira, Anderson Lellis e Breno Arruda. Todos os rótulos comercializados no e-commerce passam pelo crivo do trio e dos curadores da marca, a fim de garantir as garrafas mais seletas.
Embora o marketplace seja voltado para apreciadores mais experientes e de alto poder aquisitivo, a garrafa mais barata disponível na Winetrader custa apenas 100 reais. A mais cara, 30.000 reais. “AWinetraderé uma vitrine estratégicaparadistribuidores e importadores colocarem seus rótulos. Enxergamos uma oportunidade no mercadodecompra evendadevinhosraros e notamos que os vendedores e compradoresdevinhosnão encontravam uma opção voltada especificamenteparaeste segmento e acabavam usando plataformasgeneralistas como o Mercado Livre”, comenta o sócio PaulodeOliveira.
A estreia da Winetrader se dá em um momento muito positivo para o setor de vinhos no Brasil. Segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), o consumo da bebida cresceu 18,4% entre os brasileiros em 2020: passou de360 milhões de litros para 430 milhões de litros comercializados. A alta foi a maior entre os países associados a OIV, ainda que o mercado de vinho nacional represente só 2% do volume mundial. "D esde o início da pandemia, grandes empresas tiveram de acelerar seu processodetransformação digital. Isso alavancou nosso crescimento logo nos primeiros meses, pois o mercado estava extremamente aquecido. Esperávamos um começo mais tranquilo, mas foi exatamente o contrário”, afirma Oliveira.
Vinho como investimento
Não é à toa que o nome escolhido para o marketplace brasileiro de vinhos seletos seja Winetrader. Segundo os sócios da marca, além dos apreciadores e colecionadores da bebida, outro público visado são os investidores de vinhos, que adquirem rótulos raros como se fossem ações de médio prazo.
Com garrafas raríssimas que podem chegar a milhares de dólares, como é o caso do Romanée-Conti 1.945, vendido por 558.000 dólares em 2018, investir em vinhos finos pode trazer rentabilidade média anual de 13%. Além disso, a desvalorização desse tipo de ativo é mais difícil de ocorrer, já que quanto mais velho o vinho, mais apreciado ele é.
No caso da Winetrader, a ideia é também atrair colecionadores que possuem rótulos raros como investimento. Para garantir que as garrafas que entram no e-commerce são verdadeiras, os vinhos disponibilizados na plataforma passam por vistoria. “Usamos fotosdetalhadas dosvinhosparaavaliação do estado da garrafa. Nosso critériodeavaliação consiste em conferir que a garrafa entregue seja a mesma que foi anunciada. Em alguns casos, podemos visitar o clienteparaconhecer osvinhose auxiliar navenda”, explica o sócio Anderson Lellis Vieira.
Atualmente, cerca de 500 rótulos raros estão disponíveis no site da Winetrader. Até o final do ano, a expectativa é ofertar mais de 3.000 rótulos finos.