Divórcio à japonesa: uma cerimônia e um martelo para marcar a ruptura
Uma "solenidade" de separação durante as quais os casais são convidados a exprimir seu desamor e que envolve a destruição da aliança vem se tornando cada vez mais popular
Da Redação
Publicado em 7 de julho de 2011 às 22h46.
Tóquio - Um japonês e sua esposa se apresentam lado a lado, junto a amigos mais chegados, diante de um mestre de cerimônia que, em tom grave, pede-lhes que quebrem a aliança com uma martelada.
Hiroki Terai é o que se chama de um encarregado de divórcios, organizador de solenidades durante as quais os casais são convidados a exprimir seu desamor antes de se separarem - na maior parte das vezes - com um sorriso.
"Não acho que o conceito de divórcio seja qualquer coisa de negativo", declarou Terai. "Em vez de passar a vida reclamando, é melhor dar um ponto final à relação e recomeçar, cada um de seu lado."
O número de divórcios no Japão não parou de subir desde os anos 60, passando de cerca de 70.000 casais por ano a 253.000 em 2009.
Terai explica a tendência no fato de que o status marital e as relações no seio da família mudaram e que mais e mais casais ousam, a partir de agora, tentar refazer suas vidas.
"Desde criança, me perguntava por que as pessoas não realizavam cerimônias de divórcio, semelhantes a dos casamentos", comenta este celibatário de 31 anos.
"Admiro essas separações amigáveis. Se isso tiver que acontecer, que haja, pelo menos uma solenidade."
Na semana passada, ele dirigiu a sua 79ª cerimônia, na presença de Kenji, 38 anos, e de sua mulher, Keiko, 36 anos.
"Fomos casados durante sete anos e não foi fácil simplesmente apagar tudo isso com uma assinatura num documento", confiou Kenji em Tóquio. "É uma ocasião para deixar claro nossos sentimentos e recomeçar."
"Por trás de sua decisão de divorciar, há muitas coisas complexas que só vocês podem compreender", disse Terai. "Gostaríamos que este dia marcasse o recomeço para vocês dois."
Em seguida, entregou o martelo pedindo que quebrassem, juntos, a aliança de casamento, sob o aplauso dos convidados.
A emoção foi grande para a esposa, que explodiu em lágrimas.
"Não tinha me dado conta que era o fim. Foi tudo um pesadelo", confiou com um sorriso tímido. "Estou contente que tenha acabadi."
Terai prepara-se para estender sua atividade à Coreia do Sul, onde a taxa de divórcio é a mais elevada da Ásia. Segundo ele, a reação chorosa da mulher é muito comum.
"Mas, geralmente, após quebrar a aliança, os casais mostram-se aliviados e podemos observar suas fisionomias relaxarem."
Tóquio - Um japonês e sua esposa se apresentam lado a lado, junto a amigos mais chegados, diante de um mestre de cerimônia que, em tom grave, pede-lhes que quebrem a aliança com uma martelada.
Hiroki Terai é o que se chama de um encarregado de divórcios, organizador de solenidades durante as quais os casais são convidados a exprimir seu desamor antes de se separarem - na maior parte das vezes - com um sorriso.
"Não acho que o conceito de divórcio seja qualquer coisa de negativo", declarou Terai. "Em vez de passar a vida reclamando, é melhor dar um ponto final à relação e recomeçar, cada um de seu lado."
O número de divórcios no Japão não parou de subir desde os anos 60, passando de cerca de 70.000 casais por ano a 253.000 em 2009.
Terai explica a tendência no fato de que o status marital e as relações no seio da família mudaram e que mais e mais casais ousam, a partir de agora, tentar refazer suas vidas.
"Desde criança, me perguntava por que as pessoas não realizavam cerimônias de divórcio, semelhantes a dos casamentos", comenta este celibatário de 31 anos.
"Admiro essas separações amigáveis. Se isso tiver que acontecer, que haja, pelo menos uma solenidade."
Na semana passada, ele dirigiu a sua 79ª cerimônia, na presença de Kenji, 38 anos, e de sua mulher, Keiko, 36 anos.
"Fomos casados durante sete anos e não foi fácil simplesmente apagar tudo isso com uma assinatura num documento", confiou Kenji em Tóquio. "É uma ocasião para deixar claro nossos sentimentos e recomeçar."
"Por trás de sua decisão de divorciar, há muitas coisas complexas que só vocês podem compreender", disse Terai. "Gostaríamos que este dia marcasse o recomeço para vocês dois."
Em seguida, entregou o martelo pedindo que quebrassem, juntos, a aliança de casamento, sob o aplauso dos convidados.
A emoção foi grande para a esposa, que explodiu em lágrimas.
"Não tinha me dado conta que era o fim. Foi tudo um pesadelo", confiou com um sorriso tímido. "Estou contente que tenha acabadi."
Terai prepara-se para estender sua atividade à Coreia do Sul, onde a taxa de divórcio é a mais elevada da Ásia. Segundo ele, a reação chorosa da mulher é muito comum.
"Mas, geralmente, após quebrar a aliança, os casais mostram-se aliviados e podemos observar suas fisionomias relaxarem."