Dispositivo para emagrecer causa revolta na internet
Técnica testada na Nova Zelândia consiste em impedir que o paciente mastigue alimentos sólidos através de imãs e metais que "travam" a mordida
AFP
Publicado em 29 de junho de 2021 às 10h07.
Última atualização em 29 de junho de 2021 às 10h11.
Pesquisadores da Nova Zelândia desenvolveram um dispositivo de travamento que supostamente permite a perda de peso, usando ímãs que impedem os pacientes, quase completamente, de abrirem a boca.
A invenção tem sido considerada um instrumento de tortura por muitos internautas.
Apresentado como "inédito no mundo", o dispositivo, ainda não comercializado, é aplicado por um dentista nos dentes molares. Uma vez instalado, impede que as mandíbulas abram mais do que dois milímetros.
Paul Brunton, pesquisador de saúde da Universidade de Otago, explicou que o aparelho faz com que o paciente consuma apenas alimentos líquidos, mas sua capacidade de respirar, ou falar, não é afetada.
"É uma alternativa não invasiva, reversível, econômica e atrativa aos procedimentos cirúrgicos", afirmou. "A questão é que este dispositivo não tem consequências adversas".
Sua equipe explicou que esta invenção "ajudaria a combater a epidemia global de obesidade".
Em um artigo publicado no British Dental Journal de junho, os pesquisadores dizem que sete mulheres que testaram este dispositivo - chamado DentalSlim Diet Control - por duas semanas perderam em média 6,36 kg.
Eles explicaram que as pacientes inicialmente acharam o dispositivo um pouco desconfortável, antes de considerá-lo "tolerável".
A invenção, que lembra os procedimentos de ligadura da mandíbula praticados na década de 1980, tem uma trava de segurança que permite a liberação da boca em uma emergência, em caso de vômito, ou ataque de pânico.
Nenhuma das cobaias usou essa segurança durante o teste de duas semanas, segundo os pesquisadores.
Uma mulher admitiu, porém, ter burlado o sistema, ao consumir chocolate derretido.
Esta invenção atraiu um enxurrada de críticas na Internet, com os internautas denunciando seu caráter "repulsivo e desumanizador".