Demolição do tobogã marca começo das obras do "novo Pacaembu"
Começando pela remoção do tobogã, construído em 1970, o projeto inclui uma renovação geral do sistema de arquibancadas do Estádio Paulo Machado de Carvalho
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de junho de 2021 às 13h40.
Última atualização em 29 de junho de 2021 às 14h52.
A reforma do complexo esportivo do Pacaembu foi iniciada nesta terça-feira, 29, pela Concessionária Allegra Pacaembu — a autorização saiu no Diário Oficial do município. Começando pela remoção do tobogã, construído em 1970, o projeto inclui uma renovação geral do sistema de arquibancadas do Estádio Paulo Machado de Carvalho. A Allegra detém a outorga desde 25 de janeiro do ano passado, por 35 anos, e a obra deve durar de 24 a 28 meses, com um investimento em torno de 400 milhões de reais.
"Nosso desejo é manter viva a história do Pacaembu e essa obra será executada com todo respeito ao patrimônio e orientada para o futuro", ressalta Eduardo Barella, CEO da concessionária. Em entrevista ao Estadão, Barella disse que a ideia da reforma é reverter a lógica atual concentrada no futebol e liberar espaço para outras atividades voltadas para a cultura e a outros esportes. "O projeto entregará um espaço público mais democrático, plural e acessível, além de potencializar o seu uso esportivo", defende Barella.
O vereador Adilson Amadeu, que integra o Conpresp, destaca que o processo foi aprovado na Câmara e já tem aprovação dos órgãos de conservação e do TCM. "A cidade vai se modernizando, como já ocorreu com outros locais, como a Avenida Paulista, por exemplo" disse Amadeu. Em Nota, a Secretaria Municipal de Cultura confirma a aprovação no Conpresp. "Diante da necessidade de alterações no projeto da passarela, o Conpresp aprovou as mudanças apresentadas", diz a SMC.
"O que a gente quer é reverter a lógica de pouco uso do espaço", argumentou o CEO da concessionária, advertindo que nunca entendeu o Pacaembu "como um campo de futebol, mas sim um espaço público que pode trazer conteúdo para a população". Ele faz a conta. "Um time de futebol tem 40 ou 50 jogos no ano, metade em casa, metade fora. E o que eu faço com os outros dias? Hoje, o futebol é 8% da nossa receita."
Assim, o foco de Barella é "conceder um novo espaço para a cidade". O estádio foi inaugurado em 1940. A reforma não incluiu a área da fachada, tombada pelo patrimônio e na qual está instalado o Museu do Futebol. No local do atual tobogã deve ser erguido um prédio para abrigar cafés, restaurantes, escritórios e um centro de convenções e eventos, além de novo espaço para até 8.500 pessoas no subsolo.
Futebol feminino
Segundo a Allegra, o Pacaembu deve tornar-se também a casa do futebol feminino na cidade, além de atender a competições das categorias de base de clubes locais e de esportes amadores. A organização prevê ainda espaços para arenas móveis de competições de vôlei de praia e MMA. E na área da cultura o Pacaembu deverá ter em 2021 pelo menos duas iniciativas: uma feira de design (MADE), programada para outubro, e uma Feira de Artes, que deve ocorrer em novembro.
Apesar dos planos da prefeitura, a Associação Viva Pacaembu ainda luta contra a obra. Segundo seu diretor-jurídico, Sérgio Livovschi, há um processo judicial que continua tramitando no Tribunal de Justiça de São Paulo.
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