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Covid torna voo de classe executiva mais parecido com econômica

Medidas para minimizar a interação humana e reduzir o risco de infecção por Covid-19 tiram o brilho dos assentos mais caros a bordo das aeronaves

As mudanças nos aviões provocadas pela Covid-19: fim da classe executiva? (Paul Yeung/Bloomberg)
DS

Daniel Salles

Publicado em 15 de setembro de 2020 às 09h34.

Última atualização em 15 de setembro de 2020 às 09h46.

Esqueça a taça de Moet & Chandon gelada antes da decolagem, o gim-tônica no meio do voo e um carrinho de sobremesas vagando depois do jantar. Voar em classe executiva não é o que costumava ser.

As medidas para minimizar a interação humana e reduzir o risco de infecção por Covid-19 tiram o brilho dos assentos mais caros a bordo de aeronaves comerciais. Adeus aos banquetes com vários pratos e serviço pessoal caloroso, que já foram as marcas de companhias aéreas como Singapore Airlines e Cathay Pacific Airways. Hoje em dia, o que resta das viagens de nível premium é funcional, higiênico e mais próximo da classe econômica, apenas com mais espaço para as pernas.

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As limitações são mais uma dor de cabeça para o setor, que enfrenta o colapso quase total da demanda depois de anos de disputa com ofertas de luxo para atrair os passageiros mais rentáveis.

Classe econômica
“Não há ninguém para ajudá-lo com sua bagagem, você não é acompanhado até o assento e definitivamente não há champanhe antes do voo”, disse Sandra Lim, que voou em classe executiva de Los Angeles para Cingapura com a Singapore Air no final do mês passado. “Parece uma reversão para a classe econômica.”

A tripulação usava máscaras e proteção para os olhos, evitando pontos de contato compartilhados sempre que possível, disse Lim. Embora os passageiros pudessem pedir uma bebida, não era oferecida gratuitamente e não havia cardápio. As refeições vinham com tudo em uma bandeja, assim como na classe econômica, e não em pratos separados.

“Quando você tira a comida e o serviço, é apenas um meio de transporte para ir do ponto A ao B”, disse Lim, consultora de alimentos e bebidas de 38 anos.

Algumas rotas no exterior foram retomadas, mas o tráfego global é fraco. A demanda de passageiros internacionais caiu 92% em julho, e os aviões que voaram normalmente estavam aproximadamente metade cheios, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês).

‘Mudança estrutural’
Também não está claro até que ponto o mercado premium, que a IATA diz ter gerado 30% das receitas internacionais das companhias aéreas em 2019, pode se recuperar. Muitos passageiros de negócios se acostumaram a videoconferências em vez de fazer visitas pessoalmente, e a recessão global ameaça orçamentos corporativos.

“Estamos enfrentando um longo e incerto caminho para a recuperação”, disse o diretor comercial e de clientes da Cathay, Ronald Lam, na segunda-feira. “Simplesmente não vamos sobreviver a menos que adaptemos nossas companhias aéreas para o novo mercado de viagens.”

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