Brasil deve ter 250 atletas na Olimpíada de Tóquio em 2020
Os dirigentes do Comitê Olímpico Brasileiro disseram que o objetivo é manter a performance da Rio 2016, mantendo ou ampliando o número de atletas no pódio
Agência Brasil
Publicado em 23 de julho de 2018 às 16h09.
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) investirá este ano R$ 153 milhões na preparação dos atletas para os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. O COB espera contar em Tóquio com uma delegação de 250 atletas, que junto com as respectivas comissões técnicas, estarão espalhados por 8 bases de apoio, todas situadas próximas aos locais de competição.
O número é próximo da delegação que representou o país nos Jogos Olímpicos de Londres, oito anos antes, com 259 atletas. Mas é bem inferior aos 465 atletas que representaram o país nos jogos do Rio, já que os países sedes têm direito a mais vagas.
As informações foram divulgadas hoje (23), na sede da entidade, no Rio de Janeiro, quando foi feito um balanço dos preparativos que estão sendo implementados para que o Brasil possa apresentar um bom desempenho na competição. O gerente de Performance Esportiva do COB. Jorge Bichara, informou que a entidade já deu início à ambientação da delegação brasileira ao país sede e às cidades e locais onde os eventos acontecerão e onde estarão localizadas as bases de apoio da delegação brasileira.
Medalhas
Os dirigentes do COB preferiram não estabelecer metas para o desempenho dos atletas brasileiros na competição, que acontecerá daqui a dois anos, mas foram unânimes em afirmar que o objetivo é de manter a performance da Rio 2016, mantendo ou mesmo ampliando o número de modalidades cujos atletas subirão ao pódio. Em Tóquio, haverá cinco novas modalidades em disputa, em pelo menos três das quais o Brasil poderá almejar atingir o lugar mais alto do pódio: surf, skate e karatê.
"Só divulgaremos metas em 2019 após a realização do campeonato mundial, até para não gerar expectativas e pressão sobre a delegação", disse Bichara. Na Olimpíada de 2016, embora o país tenha projetado ficar na lista dos dez melhores, o Brasil obteve a 12º lugar ao conquistar um total de 19 medalhas.
Os dirigentes acreditam, porém, que em alguns esportes há uma maior expectativa em torno de medalhas, como é o caso do voleibol em suas diversas modalidades, do judô, da vela e do futebol - esporte que ganhou o primeiro ouro olímpico em 2016, e até mesmo o taekwondo.
"Tradicionalmente, o judô é o esporte que nos dá sempre bons resultados no Jogos Olímpicos, o que reflete sempre em quantidade de medalhas. O vôlei também é um esporte de tradição e que nos rende medalhas, mas não existe medalha certa e sim trabalho", ressaltou o dirigente.
Investimentos
Embora os dirigentes acreditem que será possível manter até 2022 o mesmo patamar anual de investimento, não deixam de ressaltar a preocupação com as dificuldades por que passa o país e a atual defasagem do real frente ao dólar e a ao euro.
"Nossa expectativa é de conseguir fazer um investimento que dê aos nossos atletas possibilidades de brigar por medalhas em condições de igualdade com todos os nossos adversários. A gente sabe que não é barato participar de um evento tão grandioso como este e em um lugar tão distante como é o Japão, talvez o mais distante em relação ao nosso país. O custo é caro, o investimento é grande e é lógico que a situação econômica do país nos preocupa" disse Rogério Sampaio, gerente-geral do COB.
Sampaio também ressaltou dificuldades decorrentes da disparidade do real com outras moedas, como o dólar e o euro. "E é claro que isso traz um cenário de preocupação, mas nós acreditamos que mesmo com toda a dificuldades nós conseguiremos manter o mesmo padrão de investimento deste ano, em 2019. E é sempre bom lembrar que os R$ 153 milhões deste ano na preparação dos nossos atletas é o maior que nós já fizemos até hoje".
Recursos
O gerente-geral do COB lembrou que a maioria dos recursos do Comitê atualmente vem da Lei Agnelo Piva, que é um percentual dos jogos da loteria esportiva "e a gente sabe que quando o país está em crise as pessoas gastam menos nas loterias e a gente também acaba recebendo menos. Mas nós estamos conseguindo desenvolver, também no COB, uma política de austeridade, e mesmo com toda as dificuldades econômica do país nós estamos conseguindo manter os investimentos nos atletas", enfatizou.
Até 2015, a lei Agnelo Piva previa que 2% da arrecadação bruta das loterias federais em operação no país, descontadas as premiações, fossem destinados em favor do COB e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), na seguinte proporção: 85% para o COB e os 15% restantes para o CPB. Em 6 de julho de 2015, a Presidência da República sancionou a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, que ampliou de 2% para 2,7% o valor repassado ao COB e ao CPB, e aumentou para 37,04% a fatia destinada ao Comitê Paralímpico.