Birkenstock: marca de sandálias confortáveis deve estrear nos Estados Unidos em breve (MSCHF/Reprodução)
Julia Storch
Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 14h28.
Parece um ‘tiro no pé’ desconstruir uma bolsa Hermès para transformá-la em um chinelo. Mas é isso o que está acontecendo. Após o coletivo artístico MSCHF de Nova York criar o “sapato de Jesus” (um tênis da Nike com os amortecedores cheios de água benta do Rio Jordão), os artistas lançaram recentemente uma nova versão da clássica sandália Birkenstock, feita com o couro da clássica (e caríssima) bolsa Birkin, da Hermès.
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“A sandália mais exclusiva de todos os tempos” disse o coletivo ao The New York Times. Assim como a sandália original, com solado de cortiça e borracha, a versão do MSCHF tem o diferencial das tiras de couro e no preço: feita de bolsas Birkin custando de 19.500 a 76 mil dólares.
Lançada em 1984 pela Hermès, a bolsa foi batizada com o sobrenome da atriz Jane Birkin. Reconhecida para além de um peça da moda, a bolsa também é um item de colecionador com valores que começam a partir de 34 mil dólares, e em cores e materiais diversos, como couro de avestruz e crocodilo. O modelo mais caro já vendido foi a Diamond Himalaya Niloticus Birkin 30, feita de couro de crocodilo com ouro e diamantes, por 370 mil dólares.
A união da bolsa com a sandália também pode ser considerada uma peça de arte? Pelo visto, sim, já que quatro bolsas viraram dez novas sandálias “Birkinstock”, e uma delas foi comprada por um colecionador de arte anônimo. O coletivo gastou mais de 120 mil dólares em bolsas de segunda mão para a fabricação das peças.
Assim como a artista plástica Chloe Wise criou em 2015 as “Bread Bags” (bolsas de pão), em que bolsas Chanel, Moschino, Louis Vuitton, Prada, e outras foram feitas de resina imitando sanduíches e pães, mas com o logo das maisons para criticar o consumo da moda. A razão do sapato híbrido é um pouco semelhante à ideia de Wise. “As bolsas Birkin são como um meme cultural, um símbolo para um certo tipo de riqueza”, disse Lukas Bentel, 28, um dos diretores criativos da MSCHF ao NYT.
Além disso, Daniel Greenberg, 23, chefe de estratégia do MSCHF, comentou ao NYT que o coletivo está “simplesmente fascinado em destruir coisas caras e criar algo novo com elas”. Feitos sob medida, é possível encomendar os modelos enquanto o coletivo ainda tiver estoque.