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Elenco carismático é o ponto alto do drama De coração aberto

O filme conta a história do relacionamento de um casal de médicos que vive a vida no limite


	A atuação daz francesa Juliette Binoche, que contracena com Edgar Ramirez, ficou um pouco aquém do que ela é capaz no filme
 (REUTERS/Thomas Peter)

A atuação daz francesa Juliette Binoche, que contracena com Edgar Ramirez, ficou um pouco aquém do que ela é capaz no filme (REUTERS/Thomas Peter)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 18h20.

São Paulo - Uma dupla de atores carismáticos e talentosos, a premiada francesa Juliette Binoche e o venezuelano Edgar Ramirez, é o grande valor do drama romântico "De coração aberto", em que a diretora novata Marion Laine demonstra ainda ter um caminho a percorrer para comandar um ritmo consistente. O filme estreia apenas em São Paulo.

Baseado em romance de Mathias Énard, o enredo acompanha a jornada de um casal de médicos cardiovasculares que vive tudo no limite, Mila (Juliette Binoche) e Javier (Edgar Ramirez).

O filme começa numa voltagem luminosa, quando os dois, dividindo a mesma mesa de cirurgia, se completam profissionalmente, saindo dessa rotina estressante para passeios de barco e mergulhos num lago.

Salvando vidas na ponta do bisturi, eles fazem tudo parecer fácil e se sentem donos do mundo. A referência ao "coração aberto" no título é não só a definição de seu trabalho, mas de sua atitude perante a vida e diante um do outro.

O vício de Javier pela bebida é o elemento desagregador deste ambiente íntimo em que tudo parece encaixar-se e fazer sentido. Essa dependência acaba por cobrar o seu preço quando Javier é suspenso de suas cirurgias, não por nenhuma falha concreta, mas pelo risco implícito.

Ele é restrito apenas ao consultório e ao magistério até que aceite submeter-se a uma recuperação.

Numa rebeldia que parece suicida, Javier recusa qualquer tratamento e também suas novas funções. Prefere apenas cuidar da própria casa. Enquanto isso, a mulher assume mais responsabilidades, precipitando as primeiras nuvens de um relacionamento que parecia perfeito.


Uma gravidez indesejada acentua a tensão entre o casal, que nunca desejou filhos, especialmente Mila. Decidida a apoiar o marido, ela opta igualmente por ter o bebê. A gravidez será tudo menos tranquila.

Contando com um par de atores que é o sonho de qualquer diretor, Marion Laine, que é também atriz e estreou em longas com "Un coeur simple" (2008), com Sandrine Bonnaire, não consegue retratar devidamente a humanidade de seus personagens em crise.

Opta por mostrar situações de conflito físico, ou mesmo algo bizarras (como a da jaula do chimpanzé), deixando escapar várias possibilidades para que os dois demonstrem nuances de suas respectivas escolhas, especialmente Javier.

É uma lástima para um ator que já demonstrou seu talento na minissérie "Carlos", de Olivier Assayas, vencendo um prêmio César em 2011 por sua interpretação do famoso terrorista Ilich Ramírez Sánchez.

Da mesma forma, Juliette Binoche, uma intérprete sempre muito entregue aos seus personagens, está algumas notas abaixo do que é capaz. Ainda assim, se há razão para ver este filme, é presenciar este primeiro encontro dos atores na tela.

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb) * As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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