Artista Pier Paolo Spinazze, perto de Verona. (Chiara Negrello/Reuters)
Reuters
Publicado em 24 de novembro de 2021 às 11h27.
Suásticas na parede se transformam em cupcakes gigantes com glacê roxo, e as palavras "meu Hitler" viram "meus muffins". Tudo em um dia de trabalho do artista de rua italiano que combate o racismo transformando grafites maldosos em comida.
"Cuido da minha cidade substituindo símbolos de ódio por coisas deliciosas de comer", disse Pier Paolo Spinazze, de 39 anos, cujo pseudônimo é Cibo – "comida" em italiano.
Em uma manhã ensolarada recente, ele foi alertado por um de seus 363 mil seguidores de Instagram que havia suásticas e ofensas raciais em um túnel pequeno nos arredores de Verona.
Lá foi ele, usando seu chapéu de palha e seu colar de linguiças recheadas característicos, e se pôs a trabalhar com sua sacola de tintas enquanto carros passavam buzinando.
Ele cobriu as ofensas com uma fatia brilhante de pizza margherita e salada caprese, composta de muçarela, tomates e manjericão. Uma suástica foi transformada em um tomate vermelho enorme. Enquanto ele criava os murais no túnel, cada um dos quais exigiu cerca de 15 minutos, pessoas passavam de carro debruçando-se nas janelas para observar e acenar. Um professor de arte abaixou o vidro para elogiar o trabalho.
Nos últimos anos, grupos de direitos humanos vêm alertando para o racismo crescente na Itália na esteira de uma imigração em massa da África. A cultura fascista e o ditador dos tempos da guerra Benito Mussolini ainda têm muitos admiradores.