Casual

Antônio Dias, do Royal Palm Hotels & Resorts: 'pandemia aqueceu o lazer'

Se muito antes da pandemia os resorts já eram um destino por si só, depois dela, eles passaram a prestar ainda mais atenção nas atrações, experiencias e bem-estar dos hóspedes

Antônio Dias: CEO da rede hoteleira acredita que 2022 será um ano melhor para o setor.  (Royal Palm Hotels & Resorts/Divulgação)

Antônio Dias: CEO da rede hoteleira acredita que 2022 será um ano melhor para o setor. (Royal Palm Hotels & Resorts/Divulgação)

MD

Matheus Doliveira

Publicado em 13 de outubro de 2021 às 17h01.

Última atualização em 14 de outubro de 2021 às 11h15.

Se muito antes da pandemia os resorts já eram um destino por si só, depois dela, eles passaram a prestar ainda mais atenção nas atrações, experiencias e bem-estar dos hóspedes. Para Antonio Dias, CEO da rede hoteleira Royal Palm Hotels & Resorts, que possui 5 unidades localizadas interior de São Paulo, os meses a fio de isolamento social fizeram com que as pessoas passassem a apreciar mais os hotéis de lazer, que estão retomando a lotação máxima conforme a vacinação avança no Brasil. Em entrevista a EXAME, dias fala sobre a temperatura da hotelaria no pós-vacina; sobre o aquecimento do lazer durante a pandemia; sobre a retomada dos grandes eventos e convenções nos resorts e comenta as perspectivas para 2022. Confira os melhores trechos:

Já é possível dizer que os resorts estão de volta conforme a vacinação avança no país?

O mercado de lazer aqueceu durante a pandemia, porque as pessoas começaram a procurar resorts próximos a São Paulo na impossibilidade de viajarem para mais longe. Nós nunca tivemos um mês de julho tão bom como tivemos em 2021, porque pessoas estão muito mais conscientes em aproveitar o agora. Nesse sentido, a pandemia fortaleceu muito os resorts e o mercado de lazer, e obviamente o avanço da vacinação está dando mais confiança para os hóspedes voltarem. 

Ainda há receio por parte dos hóspedes?

As pessoas já aprenderam que a doença é transmitida pelo ar. No início havia muito medo da contaminação cruzada, mas já sabemos que é muito raro pegar coronavírus através de uma maçaneta, por exemplo. O setor de lazer e os frequentadores de resorts já acostumaram com os novos protocolos. Nossas atividades são ao ar ao livre e os hóspedes respeitam o uso de máscara e evitam aglomeração. Os bons protocolos de segurança também viraram um atrativo. 

O perfil dos hóspedes mudou?

Falando de lazer, o nosso grande foco é receber famílias e proporcionar experiencias para os pais e filhos. Esse perfil não mudou com a pandemia. O que eu diria que mudou é que as pessoas estão muito mais conscientes em aproveitar o momento. Esse é o grande legado da pandemia para o setor hoteleiro. As pessoas querem recuperar o tempo perdido. A vontade de viajar está mais forte. Na outra mão, o que mais mudou foi o mercado de eventos e convenções tradicionalmente sediadas nos resorts. A confiança do mercado de eventos depende de estabilidade. Confiamos na vacina para dar um gás. 

Qual a relevância dos eventos para os resorts?

Quando falamos de resorts, estamos falando de empreendimentos muito grandes. É raro um resort ter menos que 200 quartos. No nosso caso, são 500. O mercado de lazer não compensa a perda dos eventos. Para os resorts, o mercado de eventos não é uma mera receita adicional. Ele é muito importante por conta da sazonalidade. Fora dos meses de férias, a ocupação dos resorts não é alta, e o que enche os quartos são os eventos. Nós somos um complexo focado muito no setor de eventos. Além do resort temos um centro de convenções que comporta 5 mil pessoas. O mercado de eventos foi o mais afetado de todos na hotelaria. Nosso centro de convenções fechou em março do ano passado e ainda não reabriu com capacidade máxima. 

Os eventos devem voltar no próximo ano? 

Estamos percebendo muito claramente o retorno dos eventos. Hoje já temos eventos quase que diários, o ponto é que são eventos mais locais e com um número menor de pessoas, normalmente até 200. Embora eventos corporativos já estejam autorizados há muitos meses, porque é mais fácil de manter o distanciamento e seguir os protocolos, as grandes empresas ainda estão receosas para este ano, mas para 2022 existe muito orçamento de evento que não foi utilizado. Eventos menores já estão acontecendo. Os maiores estão planejados para o ano que vem. Temos eventos contratados com mais de mil pessoas para o começo do próximo ano, mas eles ainda não são tão expressivos. Ainda não dá para saber se os eventos voltarão 100% presenciais ou se haverá um formato híbrido. As convenções presenciais acontecem porque elas conseguem o engajamento das pessoas, o que não acontece com tanto sucesso nos eventos online. Por isso, eu acredito que o formato presencial vai retomar de forma muito plena quando falamos de eventos e convenções. 

A hotelaria deve engatar novamente em 2022?

Nesse momento, o mercado de lazer está aquecido. Em 2022, as pessoas voltarão a ter as opções que tinham antes da pandemia, então a procura pelos resorts de São Paulo deve baixar um pouco. São paulo criou um muro durante a pandemia. As pessoas que estão aqui quiseram se resolver dentro do estado em relação a atrações de lazer. Ano que vem voltaremos a competir com  os outros estados brasileiros e até mesmo com o exterior. Eu imagino que 2022 seja um ano marcado por um mercado de lazer muito forte. Ao mesmo tempo, conforme a pandemia vai arrefecendo, a oferta de opções aumenta.

Acompanhe tudo sobre:Bem-estarComportamentoEntrevistasHotéisHotelariaTurismoViagens

Mais de Casual

12 restaurantes que inauguraram em 2024 em São Paulo

João Fonseca bate Van Assche e vai à final do Next Gen Finals

Guia de verão no Rio: dicas de passeios, praias, bares e novidades da estação

O carro mais tecnológico do Brasil entre R$ 150 mil e R$ 300 mil, segundo ranking EXAME Casual