Encontros: na era da quarentena, relacionamentos mudaram (georgeclerk/Getty Images)
Guilherme Dearo
Publicado em 9 de maio de 2020 às 07h00.
Última atualização em 9 de maio de 2020 às 07h00.
Como encontrar o amor quando se está preso em casa? A pandemia de coronavírus transformou essa busca em um grande desafio, mas milhões de solteiros nos Estados Unidos encontraram maneiras de solucionar o problema.
Na era pré-pandemia, Kate Earle - professora de 30 anos de Washington - conseguia facilmente se encontrar pessoalmente com homens que achava atraentes à primeira vista no aplicativo Tinder.
"Mas, como isso não é mais uma opção, as conversas duram muito mais tempo", comentou.
O confinamento fez com que pessoas de todo o mundo recorressem ainda mais aos aplicativos de encontro online, cujo uso alcançou novos recordes.
Em 29 de março, o Tinder atingiu um recorde histórico de uso, com mais de três bilhões de "deslizamentos" (swipes). O número de mensagens trocadas no aplicativo rival, Bumble, aumentou em 26% em duas semanas de março nos Estados Unidos.
Na nova normalidade, criada pela crise da pandemia de coronavírus, os encontros por vídeo estão se tornando a norma. Enquanto o Tinder não possui esta opção, Hinge e Bumble oferecem aos seus usuários a opção de experimentar encontros virtuais.
Zach Schleien lançou seu aplicativo Filter Off para encontros rápidos de vídeo pouco antes do surgimento da pandemia e apenas alguns milhares aderiram à proposta. No entanto, isso mudou rapidamente.
"É como um aumento de 7.000% em menos de um mês", afirmou o nova-iorquino de 29 anos, convencido de que os encontros online são a melhor forma de avaliar se existe um interesse romântico antes de passar para um encontro pessoal.
Mas, será que um jantar romântico à luz de velas com um estranho na tela de um dispositivo portátil pode realmente funcionar?
Gandhi, fundadora do site "Smart Dating Academy", considera que o vídeo facilita o desenvolvimento da "intimidade emocional".
"E então é apenas a cereja do bolo, uma vez que se encontrarem pessoalmente", acrescenta.
Já Alexandra Solomon, psicóloga da Universidade Northwestern nos arredores de Chicago, não concorda com Gandhi.
"Graças à Deus temos encontros por vídeo por agora", mas "quando sairmos disto, realmente quero que as pessoas voltem a se encontrar em uma mesa com uma garrafa de vinho ou uma xícara de café e que tenham essa experiência antiquada e orgânica um com o outro".
Enquanto isso, para os interessados em se conectar com pessoas no exterior, o Tinder mantém sua função de passaporte grátis até esta segunda-feira.