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Álbum celebra centenário de Woody Guthrie

Jay Farrar, Will Johnson, Anders Parker e Yim Yames dão vida à letras inéditas do compositor folk. Álbum "New Multitudes" celebra os 100 de seu nascimento

Guthrie deixou a sua “máquina de matar fascistas” de lado em outubro de 1967 ( Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2012 às 12h48.

São Paulo - Woody Guthrie continua vivo apesar de não tirar nenhum acorde de seu violão desde 3 de outubro de 1967, dia em que deixou sua máquina de matar fascistas de lado e sucumbiu às complicações neurológicas degenerativas que o debilitavam há tempos. New Multitudes, álbum lançado no final de fevereiro, traz letras deixadas por Guthrie musicadas por Jay Farrar (Son Volt), Will Johnson (Centro-Matic), Anders Parker (Varnaline) e Yim Yames (My Morning Jacket). A iniciativa partiu de Nora, uma das filhas de Woody, e presta homenagem antecipada aos 100 anos do nascimento do pai.

O itinerário percorrido é do material escrito em cadernos antigos, blocos de rascunho e guardanapos na década de 30, quando o compositor folk vivia na Califórnia. A faceta provocadora – que serviu como uma das principais referências para Bob Dylan em sua fase inicial – aparece mais fortemente em My Revolutionary Mind, uma súplica para que a amada opte por uma mentalidade politicamente progressista. Preocupações mais rotineiras, por assim dizer, também têm seu espaço. Fly High e Talking Empty Bed Blues (veja vídeo abaixo) falam sobre sentir saudade da mulher amada.

Sem nunca terem formado um grupo anteriormente, Farrar, Parker, Johnson e Yames mostram entrosamento e sugerem que a distância de gerações também não pesou (apenas um deles era nascido quando Guthrie morreu). As ligações entre o que foi escrito quase 70 anos atrás e sua roupagem musical se equivalem. Chorine My Sheba Queen e No Fear (ambas protagonizadas por Johnson) são boas provas de que o retorno à essência do folk contrabalanceado com elementos do rock funciona quando bem dosado.

Na mão contrária de boa parte dos discos-homenagem, aqui nada beira o oportunismo e mero business comemorativo. A opção pela simplicidade supera essas questões. Nada mais simbólico no ano em que os norte-americanos irão às urnas para decidir que caminho tomar após a crise que desmanchou algumas convicções que vinham de décadas. Muitas das quais Guthrie certamente combateria se ainda fosse capaz de entoar as próprias canções.

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O itinerário percorrido é do material escrito em cadernos antigos, blocos de rascunho e guardanapos na década de 30, quando o compositor folk vivia na Califórnia. A faceta provocadora – que serviu como uma das principais referências para Bob Dylan em sua fase inicial – aparece mais fortemente em My Revolutionary Mind, uma súplica para que a amada opte por uma mentalidade politicamente progressista. Preocupações mais rotineiras, por assim dizer, também têm seu espaço. Fly High e Talking Empty Bed Blues (veja vídeo abaixo) falam sobre sentir saudade da mulher amada.

Sem nunca terem formado um grupo anteriormente, Farrar, Parker, Johnson e Yames mostram entrosamento e sugerem que a distância de gerações também não pesou (apenas um deles era nascido quando Guthrie morreu). As ligações entre o que foi escrito quase 70 anos atrás e sua roupagem musical se equivalem. Chorine My Sheba Queen e No Fear (ambas protagonizadas por Johnson) são boas provas de que o retorno à essência do folk contrabalanceado com elementos do rock funciona quando bem dosado.

Na mão contrária de boa parte dos discos-homenagem, aqui nada beira o oportunismo e mero business comemorativo. A opção pela simplicidade supera essas questões. Nada mais simbólico no ano em que os norte-americanos irão às urnas para decidir que caminho tomar após a crise que desmanchou algumas convicções que vinham de décadas. Muitas das quais Guthrie certamente combateria se ainda fosse capaz de entoar as próprias canções.

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