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A melhor dieta do mundo? Saiba mais sobre a alimentação do Mediterrâneo

Apesar de ter nome de uma dessas dietas malucas, ela pode salvar sua vida, além de ser bem saborosa

Dieta mediterrânea pode ser adaptada com ingredientes locais. (Ezio Giulio Landi/Getty Images)
Ligia Prestes

Nutricionista

Publicado em 15 de março de 2023 às 08h00.

Última atualização em 15 de março de 2023 às 17h59.

Se existe uma discussão mais polêmica na nutrição do que dieta, eu desconheço. Das dietas milagrosas que dão supostos efeitos em poucos dias, ao algoritmo do Instagram com diferentes “desafios detox”. Cada um tem uma fórmula secreta que eles garantem que funciona. Ou seja, nada mudou dos anos 1950 para a era da informação.

Bom, mas que tal responder a espinhosa pergunta: qual melhor dieta seguir?

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Vale lembrar que há dois casos: a dietoterapia, ou seja, as recomendações nutricionais para quem tem uma doença e precisa controlar os alimentos (diabetes, pressão alta, diverticulite, entre outros) e a dieta que seria ideal para a pessoa que busca uma boa qualidade de vida. Foquemos no segundo caso.

Há um Consenso mundial, que é renovado anualmente, formado por médicos, nutricionistas e psicólogos que são referência na área que fazem uma escala, através de pontuações, dos melhores planos alimentares (sim, nasce um novo a cada dia!). E há muitos anos seguidos a dieta campeã é a Dieta do Mediterrâneo.

Como o nome diz, trata-se de um padrão alimentar seguido por 21 países que tem fronteira com o Mar Mediterrâneo, como Grécia, Líbano, Itália, Espanha, entre outros. A base dela é frutos do mar, ervas, especiarias, azeite de boa qualidade, frutas e grãos integrais. E sim, uma tacinha de vinho de vez em quando.

Como fazer a dieta mediterrânea no Brasil?

Quando eu falo dessa dieta para algumas pessoas, logo me dizem que “é caro e impossível de seguir”.

Rebato com o seguinte: troque o polvo, a cebolinha francesa, grão de bico e framboesas por: sardinha, cheiro verde, feijão e açaí. A dieta mediterrânea continua perfeitamente factível para os padrões brasileiros.

A ressalva é o azeite, sei que é caro, mas fazendo um pouco de conta, ainda assim é possível incorporar ele na dieta, haja vista que a quantidade por dia indicada é bem pequena.

Os benefícios dessa dieta foram documentados em um longo estudo que aconteceu quando pesquisadores fizeram uma conexão da dieta com a baixa prevalência de doenças cardíacas entre 13 mil homens que viviam na Grécia, Holanda, Finlândia, Itália, entre outros. O balanço entre o tipo de gordura (saturada e poliinsaturada) era uma das grandes chaves da questão. E ainda levando em consideração o consumo de legumes e frutas que a dieta incentiva é sucesso garantido de boa saúde por um longo período da vida.

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Um ponto interessante que o Consenso traz quando o assunto é dieta mediterrânea é que ela pode ser considerada “amigável para a família”. Ou seja, não é preciso fazer refeições focadas para cada um. Ela é democrática. Poxa, quem vai recusar um prato de macarrão feito com molho de tomate frescos e manjericão? É também sustentável, basta se aproveitar do que sua região tem de melhor, seja açaí, mandioca, de acordo com a estação ano, pode ser seguido por veganos e vegetarianos (basta tirar os ovos e/ou as carnes), além de ser facilmente moldável para pessoas celíacas. E ainda dá para colocar aquela ‘cereja do bolo’, a tacinha de vinho (apesar que esse assunto tem se tornado controverso ultimamente, mas vamos deixar para discutir sobre isso em outra coluna).

Vale ressaltar que essa não é uma dieta para quem quer perder peso. É possível, sim, mas daí entra a figura de um nutricionista para te ajudar nessa. Mas ela é excelente para te ajudar a manter o peso – e podem apostar, esse é um desafio e tanto.

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