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A estratégia (quase) secreta da Grand Cru para fazer o brasileiro beber mais vinho da Borgonha

Demanda alta pro vinhos da região francesa faz com que os vinhos cheguem muito caros ao Brasil

Borgonha: grandes vinhos franceses saem da região. ( Michel Joly/Divulgação)
Gilson Garrett Jr.

Repórter de Lifestyle

Publicado em 19 de junho de 2024 às 15h15.

A França vive um dilema interno sobre o consumo de vinho . Se na região de Bordeaux sobram rótulos, fato que levou o governo a incentivar a destruição de vinhedos, na Borgonha a situação é completamente oposta, com uma demanda alta pela bebida. Essa disposição ávida pelos vinhos de Borgonha faz com que o preço chegue ao Brasil na casa dos R$ 1.000, o que de certa forma afugenta o consumidor. Mas a importadora Grand Cru tem uma estratégia quase secreta para quebrar essa ideia de que os vinhos de qualidade são muito caros.

Vinícius Santiago, sommelier do Víssimo Group, que engloba as marcas Grand Cru e Evino, explica que o processo passa pela educação dos consumidores e uma mudança de paradigma de que vinhos da Borgonha são extremamente caros. Nesta missão buscou um parceiro na região e traz ao Brasil sete rótulos da Pierre André, que chegam por aqui a um preço mais acessível. Fundada em 1923, a vinícola tem rótulos que são bastante gastronômicos, o que ajuda também na venda em restaurantes (braço importante dentro da Grand Cru).

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Além disso, há vinhos que estão em grandes áreas de denominação de origem, como Chablis, um dos brancos mais preferidos pelos brasileiros. "Precisamos de uma porta de entrada para o consumidor chegar aos vinhos que são referência na região", explica. Aqui no Brasil, os vinhos chegam a um preço bem abaixo dos grandes borgonheses, variando de R$ 219 a R$ 389. "Os rótulos têm vinificação com pouca intervenção para destacar a personalidade, expressão da fruta e a delicadeza de cada garrafa", afirma o sommelier.

Quais são os vinhos escolhidos

Do portfólio da vinícola Pierre André, a Grand Cru selecionou sete rótulos tintos e brancos. Nas opções, há Pinot Noir mais encorpado, outro mais frutado e brancos bem estruturados. "Esses vinhos vendem muito no resto do mundo, então foi uma negociação de dois anos para podermos trazer esses rótulos ao Brasil", comemora Vinícius Santiago.

Todos os vinhos já estão à venda tanto pelo site da importadora quanto nos restaurantes cuja carta é feita pela empresa. "Vamos fazer um trabalho contínuo e a ideia é ter esses rótulos de forma constante aos consumidores", diz o sommelier do Víssimo Group.

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