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9 restaurantes brasileiros estão entre os 51 e 100 melhores da América Latina; conheça

No dia 28 deste mês serão anunciados os 50 melhores restaurantes da América Latina segundo o ranking 50 Best

Prato do Charco, em São Paulo: mariscos maiores e mais saborosos (Divulgação/Divulgação)

Prato do Charco, em São Paulo: mariscos maiores e mais saborosos (Divulgação/Divulgação)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 16 de novembro de 2023 às 14h37.

Última atualização em 16 de novembro de 2023 às 15h47.

Hoje, 16, foi revelada a lista dos melhores restaurantes do 51º ao 100º lugar segundo o ranking 50 Best. Entre os 20 países da América Latina, o Brasil está representado por nove restaurantes. O restaurante Kotori, em São Paulo, está entre os 100 Melhores Bares do Brasil, segundo ranking EXAME Casual 2023, já as outras casas estão entre os 100 melhores restaurantes do Brasil segundo o ranking da EXAME 2023. 

A lista deste ano inclui restaurantes de 27 cidades de toda a região e apresenta 15 novos estabelecimentos. Três cidades aparecem pela primeira vez nas listas do 50 Best: Barranquilla, Córdoba e Mérida.

Além disso, Santiago e São Paulo lideram com seis restaurantes cada, seguidas por Bogotá e Buenos Aires, com quatro restaurantes cada.

No dia 28 deste mês serão anunciados os 50 melhores restaurantes da América Latina. Pela primeira vez, a premiação acontecerá no Brasil, no Rio de Janeiro.

Confira os 9 restaurantes brasileiros entre os América Latina:

56. Charco, São Paulo

Com paredes descascadas, tijolos aparentes e iluminação fraquinha, o Charco tem capacidade para 40 pessoas. Se tivesse 80 lugares, provavelmente atenderia o dobro de clientes, dada a intensa procura. Mas o chef Tuca Mezzomo não se arrepende­ de ter montado seu primeiro restaurante num imóvel não muito grande. As pequenas dimensões do Charco, afinal, conferem uma atmosfera intimista que faz toda a diferença e contribuem, e muito, com a sustentabilidade financeira do negócio.

Para Mezzomo e seu sócio-investidor, afinal, o controle de gastos é tão fundamental quanto o esforço direcionado à elaboração dos pratos. O sucesso do Charco, que completou quatro anos em março, motivou a dupla a abrir uma segunda empresa, a Saliva. A missão dela é contribuir com a gestão financeira dos empreendimentos dos quais virou sócia desde que começou a pandemia — os bares Carrasco e Guilhotina e os restaurantes Chou, Donna, Ping Yang e Cuia Café.

No Charco, Mezzomo se propõe a utilizar o fogo das mais diferentes maneiras, como prova o arroz com morcilla, lula na brasa, molho aïoli, alho e demi glace (69 reais). A 290 reais (ou 480 reais, com harmonização), o menu degustação começa com ostra no vapor com lâminas de uva e raspadinha com vinho branco e inclui pratos como tostada de camarão com creme de avocado, algas e flores.

Rua Peixoto Gomide, 1.492, Jardim Paulista, São Paulo

57. Fame Osteria, São Paulo

O fechamento da Osteria del Pettirosso, no Jardim Paulista, foi muito lamentado. Mas foi também um divisor de águas na carreira de Marco Renzetti. Depois de dar fim ao italiano – simpático, porém não exatamente fora da curva – o chef ressurgiu com o elogiadíssimo Fame Osteria, que pertence a outro patamar, bem acima. É uma espécie de restaurante speakeasy, por assim dizer. Na Rua Oscar Freire, atende poucos clientes por vez e apenas com reservas – do lado de fora, lê-se somente o número 216. O endereço trabalha só com menu degustação, que varia frequentemente e custa 540 reais.

Rua Oscar Freire, 216, Cerqueira César, São Paulo. https://www.instagram.com/fame_osteria/

63. Mocotó, São Paulo

Mocotó: Pirão de leite com pipoca de queijo coalho e carne de sol confit. (Divulgação/Divulgação)

O tradicional Mocotó dispensa apresentações. Na ativa desde 1973, atrai uma multidão até o bairro da Vila Medeiros, na zona norte paulistana – quase na vizinha Guarulhos (SP). Se nem todo mundo conhecia o chef do empreendimento, Rodrigo Oliveira, em breve será diferente, pode apostar – ele é o novo jurado do MasterChef Brasil, em substituição a Henrique Fogaça. Do baião-de-dois (a partir de 28,90 reais) à carne-seca desfiada com cebola roxa e finalizada com manteiga de garrafa (84,90 reais), todos os pratos costumam provocar elogios sem fim da clientela.

Avenida Nossa Senhora do Loreto, 1100, Vila Medeiros, São Paulo. https://mocoto.com.br/

64. Kotori, São Paulo

Seguindo o conceito de Izakaya -- os famosos bares japoneses --, o cardápio tem boa parte dedicada a um ingrediente: o frango. A casa é outro empreendimento do chef Thiago Bañares, dono do Tan Tan, o primeiro nesta lista. Do menu não deixe de provar o espetinho grelhado na brasa de sobrecoxa com umê shissô (18 reais). Nos drinks, há coquetéis clássicos, e os autorais, como o tiki tok (42 reais) que leva abacaxi com especiarias, taiti e tequila reposado.

Rua Cônego Eugênio Leite, 639, Pinheiros, São Paulo. Funcionamento: de terça a sexta das 19h às 23h30; sábado das 12h às 16h, e das 19h às 23h30; domingo das 12h às 17h; fechado no último domingo do mês.

65. D.O.M., São Paulo

Alex Atala e seu inventivo restaurante, em funcionamento desde 1999, já não roubam a cena no universo da gastronomia contemporânea como antes. Talvez, simplesmente, porque deixaram de ser novidades – e talvez porque o chef, cada vez mais avesso aos holofotes, tenha aberto caminho para que vários outros pares brasileiros se aventurassem no mesmo universo com propostas tão ou mais ousadas. O D.O.M, no entanto, segue afiado como sempre. Com duas estrelas Michelin e o título de 53º melhor do mundo concedido pelo The World's 50 Best Restaurants, ele continua a servir formiga saúva amazônica – faz parte da salada de manga com papaya, gelatina de limão e ervas – e pratos como pirarucu com tapenade de açaí, couve salteada e grelhada e emulsão de azeite com colágeno do mesmo peixe. O menu degustação custa 690 reais e o executivo, 98 reais.

Rua Barão de Capanema, 549, Jardins, São Paulo.
http://domrestaurante.com.br/

76. Origem, Salvador

O chef Fabrício Lemos e sua mulher, a chef pâtissière Lisiane Arouca do restaurante Origem. (Leonardo Freire/Divulgação)

Pronto. No que se refere ao propósito número 1 do Origem ­— acabar com a ideia de que a culinária baiana se resume aos pratos típicos —, o chef Fabrício Lemos e sua mulher, a chef pâtissière Lisiane Arouca, podem se dar por satisfeitos. Inaugurado pela dupla em 2016, o restaurante já não se preocupa como antes em questionar os lugares-comuns da gastronomia local. No lugar do acarajé, por exemplo, o casal serve o que apelidou de abarajé, um abará que, depois de empanado, é frito. O shot de boas-vindas — sempre com cachaça e alguma fruta da época, como caju e jenipapo — equivale a um protesto contra a onipresença, na Bahia, das roskas, como as caipiroskas são chamadas localmente.

No Origem só há menu degustação, e o atual, a 250 reais (ou 510 reais, com harmonização), é dividido em 13 etapas e muda mensalmente. Começa com uma sequência de snacks, um melhor que o outro, a exemplo do peixe curado com sorbet de guacamole, amendoim, gergelim e molho aïoli com gengibre. Só depois vem o couvert, que antecede os quatro pratos principais — curado como uma carne de sol, o pato ganha a companhia de pirão de leite, purê, aipim e cebola caramelizada. Para encerrar, Arouca expede duas sobremesas que em geral não devem nada ao que veio antes.

Alameda das Algarobas, 74, Pituba, Salvador

95. Ristorante Hotel Cipriani, Rio de Janeiro

Agraciado com uma estrela Michelin, o restaurante comandado pelo chef Nello Cassese valeria só pela localização: ladeia a mítica piscina do Copacabana Palace. A comida, no entanto, faz justiça ao célebre hotel e a tudo que ele representa. A 475 reais, o menu degustação mais enxuto reúne clássicos do estabelecimento, caso do carpaccio de wagyu com cebola roxa e pinoli e do ovo orgânico incrementado com alcachofra, trufa e queijo parmesão. O segundo e único outro percurso disponível, este a 595 reais, junta receitas como vitello tonnato e risoto com ostra, anis e ovas de peixe.

Avenida Atlântica, 1702, Copacabana, Rio de Janeiro
https://www.belmond.com/pt-br/hotels/south-america/brazil/rio-de-janeiro/belmond-copacabana-palace/dining

96. Ocyá, Rio de Janeiro

Prato do restaurante Ocyá. (Divulgação/Divulgação)

Inaugurado no ano passado, o restaurante do Gerônimo Athuel tem levado muita gente, pela primeira vez, à Ilha Primeira, próxima da Ilha da Gigoia, no Rio de Janeiro. Para chegar ao Ocyá é preciso pegar um barco nos fundos do BarraPoint Shopping ou da Estação de Metrô Jardim Oceânico. A novidade também tem levado muita gente a concluir que peixe não precisa estar fresco, necessariamente, para ser servido. Athuel é um dos grandes entusiastas da técnica de maturação a seco. Recorre à ela para imprimir complexidade e dar firmeza a peixes pouco conhecidos como sororoca, faqueco e carapeba. O prato que junta brócolis tostado, fritas, farofa e filé de peixe na brasa — a espécie varia de acordo com a disponibilidade —, custa 82 reais. Outro hit, a versão empanada do mesmo peixe vem acompanhada de arroz de limão cremoso, tomate confit e alho assado (78 reais).

"Estamos muito felizes em saber que nosso trabalho tem essa relevância e que conseguimos, com muto suor, estar entre os profissionais que compõem a lista. Muitas dessas pessoas são nossas fontes de inspiração, são nossos ídolos. É muito emocionante e gratificante fazer parte de tudo isso. Ter esse reconhecimento é muito bonito e, na verdade, surpreendente. É um resultado que foi possível porque temos uma equipe muito comprometida e sócios que se preocupam com o negócio e que querem fazer acontecer de forma autêntica e verdadeira", comemora Gerônimo Athuel. "Tão bom quanto fazer parte da lista é termos entrado justamente no ano em que o evento será realizado aqui, na nossa cidade. Não poderia ser melhor", completa.

Ilha Primeira, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
https://ocya.com.br/

97. Kan Suke, São Paulo

Laureado com uma estrela Michelin, foi apresentado pela publicação da seguinte maneira: "este minúsculo japonês demonstra a razão pela qual, muitas vezes... os melhores perfumes estão nos menores frascos". Isso porque o acanhado Kan Suke fica escondido em uma galeria comercial e pode passar despercebido para muita gente. Quem comanda a cozinha é o proprietário, o japonês Keisuke Egashira. Ele serve dois tipos de menu degustação, um só com pratos frios e o outro com direito, também, a pedidas quentes.

R. Manuel da Nóbrega, 76 - Paraíso, São Paulo - SP, 04001-080

Confira os 50 melhores restaurantes da América Latina da 51ª à 100ª colocação

51. Fonda Lo Que Hay, Cidade do Panamá
52. Diacá, Cidade da Guatemala
53. Animalón, Valle de Guadalupe
54. Lunario, Ensenada
55. Máximo Bistrot, Cidade do México
56. Charco, São Paulo
57. Fame Osteria, São Paulo
58. Huniik, Mérida
59. El Xolo, San Salvador
60. Aramburu, Buenos Aires
61. Cara de Vaca, Monterrey
62. Ancestral, La Paz
63. Mocotó, São Paulo
64. Kotori, São Paulo
65. D.O.M., São Paulo
66. Lo de Tere, Punta del Este
67. La Calma by Fredes, Santiago
68. Olam, Santiago
69. Quitu, Quito
70. Pulpería Santa Elvira, Santiago
71. Manzanar, Montevidéu
72. Elena, Buenos Aires
73. Isolina (Barranco), Lima
74. Mesa Franca, Bogotá
75. Astrid y Gastón, Lima
76. Origem, Salvador
77. Manuel, Barranquilla
78. Café Misterio, Montevidéu
79. Demencia, Santiago
80. Salvo Patria, Bogotá
81. Nicos, Cidade do México
82. El Papagayo, Córdoba
83. El Baqueano, Salta
84. Phayawi, La Paz
85. Levadura de Olla, Oaxaca
86. Intimo, Panama City
87. Yum Cha, Santiago
88. Cordero, Caracas
89. Sambombi Bistró Local, Medellín
90. Marismo, José Ignacio
91. Ambrosía, Santiago
92. Anchoita, Buenos Aires
93. Koli, Monterrey
94. Trescha, Buenos Aires
95. Ristorante Hotel Cipriani, Rio de Janeiro
96. Ocyá, Rio de Janeiro
97. Kan Suke, São Paulo
98. Harry, Sasson Bogotá
99. Oda, Bogotá
100. Mikka, Guayaquil

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