"13 Assassinos" retrata sangrenta batalha entre samurais
A obra, premiada com uma menção especial no Digital Award do Festival de Veneza 2010, estreia em São Paulo e no Rio de Janeiro
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 16h29.
São Paulo - Um dos mais ativos cineastas do cinema japonês, com mais de 80 títulos no currículo, Takashi Miike, diretor de um dos episódios de "Três... Extremos", assina na aventura de samurais "13 Assassinos" um de seus filmes mais eletrizantes.
A obra, premiada com uma menção especial no Digital Award do Festival de Veneza 2010, estreia em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Refilmagem de uma produção de 1963, dirigida por Eichi Kudo, "13 Assassinos" começa com aparência de que manterá a maior reverência pelo "jidaigeki" (filme de época de samurais), apresentando a crise política causada pela ascensão de lorde Naritsugu (o roqueiro e ator Goro Inagaki), o sanguinário irmão do shogun, no Japão do século 19.
A crueldade mostrada por Naritsugu leva o alto oficial Doi (Mikijiro Hira) a concluir que o melhor a fazer para o bem do país é tramar seu assassinato, antes que o lorde possa acumular maiores poderes. Para a conspiração, Doi apela aos serviços do melhor e mais experiente samurai de seu tempo, Shinzaemon Shimada (Koji Yakusho, de "Babel" e "Memórias de uma Gueixa").
Saindo da inatividade a que foi forçado por um prolongado período de paz, Shinzaemon recruta secretamente os melhores espadachins do país, cuja valentia deverá compensar a inevitável inferioridade numérica em que se encontrarão para emboscar e matar o impiedoso herdeiro --capaz do estupro e da morte inclusive de mulheres e crianças.
Nesta primeira metade do filme, que se passa em salas fechadas, apresenta-se os valorosos guerreiros do time de samurais --como Hirayama (Tsuyoshi Ihara, de "Cartas de Iwo Jima") e também Shinrokuro (Tadayuki Yamada), o sobrinho de Shinzaemon que desperdiçava seu talento entregue ao jogo e à bebida.
A movimentação de Shinzaemon não passa despercebida de seu maior rival, Hanbei (Masachika Ichimura), principal guardião do lorde --e que, apesar de conhecer de perto sua crueldade gratuita, acredita que seu dever de lealdade a ele deve prevalecer.
Na segunda metade da história, quando os samurais se perdem numa floresta a caminho de sua missão, entra em cena o 13o integrante da trupe, que não maneja a espada, mas, no devido tempo, não se fará de rogado para demonstrar seus dotes e bravura --o caçador Koyata (Yosuke Iseya), exímio no manejo de pedras e cujo senso de humor proporciona o alívio cômico da permanente tensão.
No decorrer da ação, o diretor Miike acelera a narrativa, recorrendo a vistosos efeitos especiais para tornar mais frenéticas as lutas decisivas, que acompanham a emboscada a Naritsugu numa pequena aldeia --um cenário construído especialmente para a produção, com claustrofóbicas ruelas estreitas, pontes e fortalezas ocultando armadilhas a cada metro, em que a presença de cavalos e o uso de explosivos mais de uma vez faz lembrar os faroestes.
Oscilando entre um tom sombrio, contemplativo e acelerado --nas lutas--, sem esquecer de salpicar as situações, aqui e ali, de um toque de ironia e humor, Miike realiza um filme envolvente, mantendo o foco no sentido de honra de seus protagonistas --cuja luta é uma disputa sem tréguas entre o bem e o mal, como convém aos heróis dispostos a tudo, inclusive ao auto-sacrifício.
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
São Paulo - Um dos mais ativos cineastas do cinema japonês, com mais de 80 títulos no currículo, Takashi Miike, diretor de um dos episódios de "Três... Extremos", assina na aventura de samurais "13 Assassinos" um de seus filmes mais eletrizantes.
A obra, premiada com uma menção especial no Digital Award do Festival de Veneza 2010, estreia em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Refilmagem de uma produção de 1963, dirigida por Eichi Kudo, "13 Assassinos" começa com aparência de que manterá a maior reverência pelo "jidaigeki" (filme de época de samurais), apresentando a crise política causada pela ascensão de lorde Naritsugu (o roqueiro e ator Goro Inagaki), o sanguinário irmão do shogun, no Japão do século 19.
A crueldade mostrada por Naritsugu leva o alto oficial Doi (Mikijiro Hira) a concluir que o melhor a fazer para o bem do país é tramar seu assassinato, antes que o lorde possa acumular maiores poderes. Para a conspiração, Doi apela aos serviços do melhor e mais experiente samurai de seu tempo, Shinzaemon Shimada (Koji Yakusho, de "Babel" e "Memórias de uma Gueixa").
Saindo da inatividade a que foi forçado por um prolongado período de paz, Shinzaemon recruta secretamente os melhores espadachins do país, cuja valentia deverá compensar a inevitável inferioridade numérica em que se encontrarão para emboscar e matar o impiedoso herdeiro --capaz do estupro e da morte inclusive de mulheres e crianças.
Nesta primeira metade do filme, que se passa em salas fechadas, apresenta-se os valorosos guerreiros do time de samurais --como Hirayama (Tsuyoshi Ihara, de "Cartas de Iwo Jima") e também Shinrokuro (Tadayuki Yamada), o sobrinho de Shinzaemon que desperdiçava seu talento entregue ao jogo e à bebida.
A movimentação de Shinzaemon não passa despercebida de seu maior rival, Hanbei (Masachika Ichimura), principal guardião do lorde --e que, apesar de conhecer de perto sua crueldade gratuita, acredita que seu dever de lealdade a ele deve prevalecer.
Na segunda metade da história, quando os samurais se perdem numa floresta a caminho de sua missão, entra em cena o 13o integrante da trupe, que não maneja a espada, mas, no devido tempo, não se fará de rogado para demonstrar seus dotes e bravura --o caçador Koyata (Yosuke Iseya), exímio no manejo de pedras e cujo senso de humor proporciona o alívio cômico da permanente tensão.
No decorrer da ação, o diretor Miike acelera a narrativa, recorrendo a vistosos efeitos especiais para tornar mais frenéticas as lutas decisivas, que acompanham a emboscada a Naritsugu numa pequena aldeia --um cenário construído especialmente para a produção, com claustrofóbicas ruelas estreitas, pontes e fortalezas ocultando armadilhas a cada metro, em que a presença de cavalos e o uso de explosivos mais de uma vez faz lembrar os faroestes.
Oscilando entre um tom sombrio, contemplativo e acelerado --nas lutas--, sem esquecer de salpicar as situações, aqui e ali, de um toque de ironia e humor, Miike realiza um filme envolvente, mantendo o foco no sentido de honra de seus protagonistas --cuja luta é uma disputa sem tréguas entre o bem e o mal, como convém aos heróis dispostos a tudo, inclusive ao auto-sacrifício.
* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb