10 maneiras em que o sarcasmo faz de você uma pessoa melhor
Uma pessoa sarcástica expressa humor com frases que desafiam o sentido literal
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2016 às 19h14.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h21.
Esqueça inglês ou espanhol. Para algumas pessoas, o sarcasmo é uma segunda língua. Embora todo mundo faça um comentário sarcástico de vez em quando, uma pessoa sarcástica expressa humor com frases que desafiam o sentido literal. E muitas pessoas que se consideram sarcásticas dizem que esse comportamento é inevitável. Para elas, é tão algo natural – e importante – como respirar. Os sarcásticos comandam o universo, demonstrando mais perspicácia e inteligência que os outros tipos de personalidade (isso é sarcasmo, obviamente). Mas, falando sério, comentários sagazes podem ser facilmente mal compreendidos. O sarcasmo não é necessariamente um traço negativo. Veja a seguir algumas coisas que você deveria saber sobre as pessoas sarcásticas e a personalidade dos “espertões”.
Pesquisas mostram que uma pequena dose de sarcasmo pode ser positiva quando se trata de funções cognitivas. De fato, a incapacidade de detectar sarcasmo pode indicar problemas cerebrais ou doenças, como demência. Com exames de ressonância magnética, cientistas descobriram que o sarcasmo vive no giro parahipocampal, a parte do cérebro associada à memória. Quer melhor motivo para ter a língua afiada?
As pessoas sarcásticas tendem a mostrar mais esse lado da personalidade entre pessoas queridas que entre estranhos. Isso significa que elas vão se cercar de pessoas que apreciam seu senso de humor (o que é essencial para as conexões sociais, segundo as pesquisas). As pessoas sarcásticas apreciam as pessoas que não somente têm a capacidade de tolerar comentários sarcásticos como também conseguem responder na mesma moeda.
“Te odeio” é igual a “te amo” para quem tem um senso de humor mordaz. “Parecer haver algo verdadeiro no antigo ditado de que você tende a provocar as pessoas que ama”, disse à revista Smithsonian Penny Pexman, psicóloga da Universidade de Calgary especializada em sarcasmo. As pessoas sarcásticas demonstram afeto por meio de gozações. Dito isso, os psicólogos recomendam conter esse tipo de comentário em nome de certos relacionamentos. O que as pessoas sarcásticas consideram brincadeira pode ser entendido pelos outros como hostilidade.
Um estudo recente indicou que os espertalhões podem ser mais inventivos. Os participantes que fizeram comentários sarcásticos – bem como os receptores dos comentários – tiveram melhor desempenho em testes de criatividade. O estudo também descobriu que o sarcasmo pode ajudar no pensamento abstrato.
Não é segredo que o sarcasmo pode ser meio desagradável. Mas, embora um comentário sarcástico possa gerar conflito, as pessoas mais próximas dos espertalhões sabem que é só o senso de humor – pelo menos é o que dizem as pesquisas. “Nossos estudos mostram que, dado o mesmo conteúdo e tom, o sarcasmo expressado para, ou recebido de, alguém em quem confiamos provoca menos conflito que o sarcasmo expressado para, ou recebido de, alguém em quem não confiamos”, escreveu na Scientific American Francesca Gino, cientista comportamental e professora da Harvard Business School.
Línguas afiadas são reverenciadas há milênios. Os pesquisadores vêm estudando o sarcasmo há pelo menos uma década, mas ele faz parte da cultura há muito mais tempo. Um estudo de conversas telefônicas indicou que as pessoas estão sendo sarcásticas em 23% das vezes que dizem “arrã”. Além disso, as crianças são expostas ao sarcasmo desde cedo, o que significa que elas devem entendê-lo antes mesmo de entrar no jardim de infância.
Há um ditado comum que diz que “o sarcasmo é a mais baixa forma de perspicácia, mas a mais alta forma de inteligência”. Pode ser verdade: o sarcasmo realmente é uma forma de ginástica para o cérebro. Pesquisas mostram que o cérebro tem de se esforçar mais para processar comentários mordazes, relata a revista Smithsonian, o que pode levar a um cérebro mais afiado.
A incapacidade de detectar sarcasmo nos dias de hoje mais atrapalha do que ajuda, segundo os especialistas. Pesquisas indicam que o sarcasmo pode ser visto como uma habilidade de sobrevivência por causa de seu papel crítico nas interações sociais. Ou seja, a essa altura ser espertalhão é simplesmente parte do comportamento humano.
O sarcasmo varia dependendo da região e da cultura. Um estudo com universitários indicou que 56% dos participantes do norte dos Estados Unidos consideravam o sarcasmo engraçado, enquanto apenas 35% dos sulistas achavam graça.
... Brincadeira. Em um mundo que faz a apologia do sarcasmo na cultura pop e nos comentários nas mídias sociais, nunca foi tão fácil lançar mão desse recurso. Um espertalhão que deixa passar uma oportunidade de ser sarcástico? Aham...