Milena Brentan, coach executiva: Quem não se rendeu ao perfil aberto das mídias sociais ainda, sabe que - a depender de seu trabalho - é questão de tempo (Oscar Wong/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 3 de abril de 2024 às 16h46.
Última atualização em 6 de abril de 2024 às 09h39.
Por Milena Brentan, Psicóloga, Executiva de RH, fundadora da MB People para desenvolvimento de liderança
No contexto de longevidade e dinamismo em que é normal termos em média três carreiras ao longo da nossa vida, nossa marca pessoal tende a ser a única constante em nossa trajetória profissional. No entanto, ao fazer minha transição de executiva de RH para consultora de desenvolvimento de liderança, me deparei com uma realidade que não havia antecipado: a presença no ambiente online.
Logo aprendi que estar no online está longe de ser apenas networking. Gerenciar nossa marca pessoal nas mídias oferece possibilidades sem precedentes, pode atrair oportunidades alinhadas com nossos valores e aspirações. Ao mesmo tempo, percebi a importância de nos prepararmos também para os desafios que ela traz, especialmente no que diz respeito à nossa saúde mental.
Quer queiramos ou não, vivemos na era em que a presença online ocupa um espaço importante na consolidação de nossa reputação pessoal. Profissionais que souberem utilizar suas redes para contar suas histórias, compartilhar suas conquistas e até mesmo seus fracassos de maneira genuína, podem construir uma reputação sólida e confiável. Tanto, que já está sendo utilizada por executivos e profissionais liberais até de profissões "mais tradicionais" como médicos e advogados. Quem não se rendeu ao perfil aberto das mídias sociais ainda, sabe que - a depender de seu trabalho - é questão de tempo. Bem-vindos à era do marketing digital.
Eu particularmente tenho um conflito interno grande sobre falar de mim e prefiro falar de como posso ajudar, mas não tem como falar de um sem o outro. Então, a autenticidade tem sido muito importante. Não é apenas sobre "me vender", é sobre saberem como posso auxiliar as pessoas por meio do meu trabalho. E como se não bastasse a grande dedicação de planejamento de conteúdo em paralelo ao trabalho que exercemos, esta constante necessidade de marcar presença nas mídias sociais pode ser exaustiva. A comparação incessante com os sucessos alheios, frequentemente destacados nas mídias sociais, pode distorcer a percepção de realidade. E o que falar dos "haters"? Estes exigem de nós um grande poder de autoconhecimento para entendermos de fato o que "é nosso" e o que é "do outro". São muitos os desafios, não é mesmo?
Para lidar com todos os conflitos do digital de forma saudável, considere estas quatro dicas:
Para aqueles que se sentem desconfortáveis com a ideia de estarem constantemente "à mostra" nas mídias, é importante reconhecer que a gestão da marca pessoal não exige necessariamente uma presença online ostensiva. Há valor inestimável em cultivar relações e redes de contatos de maneira mais discreta e seletiva. A excelência e o impacto do seu trabalho sempre serão amplificados por meio de recomendações boca a boca e conexões profissionais profundas.
A era digital demanda não só presença, mas também a sabedoria para não comprometer a nossa saúde mental. Assim, o grande desafio é manter-se fiel a si em um mundo que constantemente reforça imagens projetadas. O meu convite é que sua marca pessoal reflita quem você é, assim como o legado que quer deixar. E lembre-se: a autenticidade também significa respeitar seu próprio estilo de interação, encontrando o equilíbrio que melhor funciona para você. Esta pode ser a diferença para garantir a manutenção da sua saúde mental em um mundo tão exposto.