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Trabalhar em casa pode ser tenso na maior quarentena do mundo

Calor, internet ruim, família em casa: o que está acontecendo no home office na Índia durante a quarentena?

Menino dentro de casa durante quarentena contra o coronavírus na Índia (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Luísa Granato

Publicado em 22 de maio de 2020 às 06h00.

Última atualização em 22 de maio de 2020 às 13h56.

No auge do confinamento para combater a pandemia de coronavírus na Índia no mês passado, um advogado que buscava fiança para um cliente no estado ocidental de Rajasthan encontrou uma maneira de enfrentar o calor escaldante.

Simplesmente apareceu diante do juiz de camiseta durante audiência realizada em casa por videoconferência.

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Enfurecido pela ausência do traje formal próprio de um tribunal, o juiz adiou o caso, repreendendo o advogado por usar um “baniyan”, o fino colete branco e sem mangas usado como roupa de baixo.

Enquanto profissionais no mundo todo tentam entender as normas das videoconferências domésticas - as salas de reunião de fato da era dos coronavírus -, o clima é particularmente tenso na Índia.

O país enfrenta o que é essencialmente a maior quarentena do mundo que colocou grande parte da população de 1,3 bilhão em casa.

Milhões precisam trabalhar em casas modestas e compartilhadas por várias pessoas, cercadas pelo caos de famílias de várias gerações. E também precisam lidar com serviços não confiáveis de Internet e apagões de energia que assolam muitas partes do país.

Além disso, muitos indianos têm pouca experiência de trabalhar em casa. Tudo contribui para reduzir a produtividade para o menor nível da história, enquanto uma das economias de crescimento mais rápido do mundo caminha para uma retração.

Apito estridente

Atualmente, as reuniões matinais de empresas na Índia - realizadas por meio de serviços de videoconferência como o Zoom - são rotineiramente interrompidas pelo apito estridente da panela de pressão, o onipresente utensílio de cozinha essencial para a culinária indiana.

Enquanto isso, um desfile de parentes e ajudantes com vassouras podem perambular pelas casas que incluem desde sogros até bisavós.

“O apito da panela de pressão é o incômodo mais comum durante as videochamadas”, disse Shashidhar Sathyanarayan, cofundador da startup agritech Arnetta Technologies, com sede em Iowa e Bangalore, que ficou preso em San José devido às restrições de viagens da Índia.

Durante as reuniões formais, os cofundadores correm para salas com portas fechadas para impedir que o ruído da panela atrapalhe as ligações, disse. E sua esposa, também executiva de tecnologia, agora se certifica de não usar a panela de pressão durante as reuniões.

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