Patrícia Lima, CEO da Simple Organic, Manuela Bordasch, CEO da Steal the Look, e Luanna Toniolo, CEO da TROC fundadoras da The3Percent (The3Percent/Divulgação)
Repórter
Publicado em 20 de novembro de 2024 às 09h32.
Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 13h33.
As mulheres vêm conquistando mais espaço em posições de liderança e como empreendedoras, mas a representatividade feminina ainda enfrenta desafios significativos no mundo dos negócios. Segundo dados do Fórum Econômico Mundial (FMI), do total de empresas que recebem venture capital (VC) globalmente, apenas 3% são de mulheres. Surpresas com esse número, as empresárias Luanna Toniolo, Patrícia Lima e Manuela Bordasch decidiram criar um projeto com o nome de The3Percent, que visa impulsionar e escalar negócios liderados por mulheres.
“Esse número é muito chocante e queremos ajudar a mudá-lo no Brasil”, afirma Manuela Bordasch, fundadora e agora CEO da Steal the Look.
As três executivas têm trajetórias semelhantes, começando do zero e vendendo seus negócios para grandes empresas. Em 2012, Manuela Bordasch fundou o Steal The Look, vendido à Magazine Luiza em 2021. Luanna Toniolo criou a TROC em 2016, focada em moda sustentável, e vendeu para a Arezzo&Co em 2020. Já Patrícia Lima lançou a Simple Organic em 2017, uma beautytech sustentável, vendida à Hypera Pharma em 2020.
“Vimos a oportunidade de analisar os negócios de uma forma madura e orientar os passos da empreendedora para que ela esteja no caminho certo do crescimento. Nossos backgrounds são complementares e atuaremos de acordo com o ponto de desenvolvimento e maturidade do negócio”, conta Luanna Toniolo, fundadora e CEO da TROC.
A ideia de criar a The3Percent nasceu da troca constante de apoio entre as três empresárias ao longo dos anos, afirma Bordasch. “Recebíamos muitas empreendedoras pedindo conselhos, querendo saber o caminho das pedras para escalar seus negócios ou vender suas empresas”, afirma.
A proposta inclui um formato flexível: as empreendedoras interessadas podem fazer um pitch por meio de um formulário online disponível no site da plataforma, explicando suas necessidades. A partir disso, as idealizadoras avaliam como podem contribuir. “Não é uma receita de bolo. Cada negócio tem uma necessidade específica, e nossa contrapartida pode ser como conselheiras, mentoras ou até investidoras”, afirma a CEO da Steal the Look.
Para mapear essas empresas, as empresárias farão uma curadoria para selecionar negócios promissores criados por lideranças femininas. Depois, elas se dedicarão a entender melhor os negócios escolhidos. “A ideia é ir além do capital em si, atuando como conselho consultivo, capital intelectual, social, cultural e networking desses negócios”, diz Bordasch.
O foco são empresas já estabelecidas que faturem entre 1 milhão e 10 milhões, que tenham modelos de negócios escaláveis e fundadoras visionárias, com profunda compreensão dos consumidores e que estejam criando negócios conectados com o futuro em segmentos como moda, beleza, conteúdo, lifestyle, universo pet e outros, com viés de impacto positivo e ESG.
Apesar da possibilidade de investir financeiramente, a iniciativa vai além disso. Muitas empresas procuram principalmente orientação estratégica e conexão com outros investidores ou fundos.
“A falta de suporte no apoio e na estratégia focadas no empreendedorismo feminino traz barreiras adicionais e, por isso, ter uma rede de apoio sólida, é fundamental para que não enfrentem os mesmos desafios que passamos de forma solitária", afirma Patrícia Lima, CEO e fundadora da Simple Organic.
Além disso, a plataforma tem um papel de ponte, conectando negócios femininos a fundos de investimento e outros recursos relevantes. "Queremos impactar o maior número possível de mulheres, mesmo que não possamos nos envolver diretamente com todas as empresas”, afirma Bordasch.
Para as mulheres que buscam um apoio para escalar os seus negócios, acesse o site The3Percent e inscreva sua empresa para uma análise.