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SXSW 2024: 7 lições sobre como inovadores criam tendências

O festival reuniu as gigantes Google, PepsiCo, Mattel e Dentsu para revelar lições aprendidas com grandes lançamentos

SXSW 2024
Gabriela Cardoso

Repórter na Exame Corporate Education

Publicado em 12 de março de 2024 às 15h53.

Última atualização em 13 de setembro de 2024 às 10h01.

O SXSW reuniu as gigantes Google, PepsiCo, Mattel e Dentsu para revelar algumas lições aprendidas com lançamentos que ditaram tendências e também alguns métodos que potencializam processos criativos.

"Quebrar os limites do que é possível e desenhar o futuro fazem parte do sonho de qualquer empreendedor, mas para chegar lá é preciso enfrentar uma parte crítica sobre como a inovação funciona", foi assim que Chris Down, vice-presidente executivo e diretor de design da Mattel,  a maior empresa de brinquedos do mundo, introduziu a primeira lição:

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1) Inovar é sempre uma questão de tolerância ao risco

O caminho para a inovação começa pela busca de algo novo e sempre passa pela exploração do desconhecido e é exatamente por isso que inovar traz sempre algum risco.

“Muitas coisas que fazemos não funcionam e por isso, no fundo,  inovar é sempre uma questão do quanto cada corporação está disposta a correr riscos, quais riscos e com qual previsão de benefícios”, disse Chris Down ao abrir sua palestra.

Phil Sage, diretor sênior de design e inovação na PepsiCo, por sua vez, falou sobre a importância de um bom planejamento para medir e controlar riscos em curto, médio e longo prazo.

2) Quanto mais você conhece o consumidor, mais oportunidades tem de inovar

Inovar é encontrar e solucionar problemas, e para isso é necessário uma compreensão profunda e empática das necessidades e desejos dos clientes.

“Nos projetamos para entrar nas casas das pessoas realmente entendendo as atitudes, os hábitos e as nuances dos comportamentos que influenciam as decisões deles. Isso nos permite não só pensar em soluções, campanhas e produtos inovadores, mas também em como eles devem chegar às mãos dos consumidores”, disse Phil Sage.

3)Use IA para aumentar a conexão humana

Apesar de parecer contraditória, a lição até que soou óbvia para quem já utiliza ferramentas de inteligência artificial em processos de sucesso do cliente.

De acordo com uma pesquisa apresentada pela Dentsu, mais de 1 bilhão de pessoas enviam mensagens para plataformas de negócios semanalmente e cerca de 50 milhões de mensagens ficam sem respostas das marcas, custando mais de US$ 2 bilhões em anos. Por outro lado, a pesquisa mostrou que os consumidores atendidos com experiências positivas têm 140% mais chance de realizar uma compra.

Foi baseada nessa pesquisa que a Dentsu lançou um conjunto de soluções de mensagens inteligentes projetadas para melhorar as experiências individuais dos consumidores e gerar dados para as empresas desenvolverem novas soluções, conectadas com as demandas dos clientes .

"A Inteligência Artificial pode alimentar conversas individuais com mensagens inteligentes, projetadas para melhorar a experiência de cada cliente e reunir insights poderosos para o desenvolvimento da marca”,  disse Val Vacante, vice-presidente de inovação de soluções da Dentsu.

4)Diversidade: estímulo a criatividade e representatividade no mercado

“A diversidade é crucial não apenas para que a variedade de ideias surja, mas para que o novo produto ou serviço tenha representatividade no mercado”, disse o  vice-presidente da Mattel.

"Nossa arma secreta é trazer ideias de pessoas reais em escala global, trazendo talentos diversificados, com múltiplas habilidades e principalmente a sua identificação com o nosso público”, revelou o diretor de inovação da Pepsi.

O Google trouxe vários exemplos de como a troca de ideias motivada e praticada em grupos multidisciplinares gera bons protótipos que se transformam em bons resultados.

5)Inovar exige aprendizado contínuo e habilidades múltiplas

Inovar em um mundo de transformações aceleradas exige o desenvolvimento contínuo de novos conhecimentos e habilidades, e por isso é praticamente impossível existir uma cultura de inovação sem uma cultura de aprendizado.

“Habilidades como resiliência e agilidade são cruciais para criadores de tendências, pois esses processos envolvem muitas tentativas e erros. Ser capaz de adquirir conhecimentos múltiplos é fundamental para  se adaptar a mudanças e avançar em direção a novas soluções”, afirmou Sage.

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6)Faça testes e comece aos poucos

"A melhor forma de validar uma solução é testando diretamente com o seu público e você não precisa e nem deve esperar um produto estar 100% desenvolvido para isso.Já perdemos porque fizemos suposições sobre nosso público consumidor”, disse Chris Down, vice-presidente executivo e diretor de design da Mattel.

"Explore os clientes fazendo testes, entrevistas ou até testando produtos nas praças e pontos de venda mais importantes. Começar testando reduz o esforço e consequentemente o custo de um projeto", complementou Val Vacante, vice-presidente de inovação de soluções da Dentsu.

"Projetar o futuro é uma ciência artística muito imperfeita. Desenhar um cenário futuro e depois retroceder até o momento atual é um bom exercício para mapear obstáculos e, na sequência, criar o ambiente, os KPIs e as ferramentas para validar uma boa ideia como solução", disse Matthieu Lorrain, head de criatividade e inovação do Google Labs.

7) Existem métodos para estimular a criatividade

Os especialistas foram unânimes em afirmar que a criatividade é uma habilidade que pode ser desenvolvida por qualquer pessoa, mesmo que não seja uma característica nata, através da criação de ambientes com segurança psicológica, metodologias que tornem o pensamento criativo sistemático e prototipações que ajudam a mostrar o que é intangível e a trazer ideias para a realidade.

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CASE BARBIE: inovar também significa adaptar produtos e marcas a novos cenários

Chris Down, vice-presidente executivo e diretor de design da Mattel, trouxe o case de sucesso da boneca mais famosa do mundo para mostrar como alguns insights abordados funcionam na prática.

Como transformar problemas em uma ideias inovadoras

O ano era 1959, quando a empresária Ruth Handler percebeu que sua filha, Bárbara, brincava de imaginar cenários adultos com suas bonecas e teve a ideia de criar uma boneca que representasse uma mulher adulta. A história da Barbie é um exemplo prático de como a escuta empática e a conexão com o público ajudam a identificar oportunidades de inovação, nesse caso, a relação mãe e filha potencializou ainda mais esse processo criativo.

Propósito e representatividade

Desde o início, a Mattel, empresa fundada por Ruth Handler, deu um propósito ao produto, para que a Barbie não representasse só uma boneca adulta, mas também um estilo de vida inspirador para crianças.

Nesse sentido, ainda na década de 60, a marca teve o primeiro case de sucesso em diversidade e igualdade ao lançar uma linha de Barbies com trajes profissionais,representando mulheres independentes, capazes de desempenhar qualquer papel na sociedade. Ainda que a boneca tivesse um padrão de beleza americano, o case foi inovador para a época.

Primeira linha de profissões da Barbie

Diversidade: é preciso acompanhar a evolução do mundo para se manter relevante

“A diversidade em termos de carreiras foi um momento marcante na época, mas olhando para o mundo ao nosso redor de maneira mais empática e garantindo que todos podem estar representados em um produto de tanto sucesso, lançamos para além de diferentes carreiras, diferentes etnias, estilos corporais, e você pode me ver, eu posso te ver nesses produtos. Essa é uma conexão totalmente nova que repercutiu nos consumidores ao longo de décadas.”, finalizou o vice-presidente executivo e diretor de design da Mattel.

Evolução da campanha de diversidade da Barbie

Ao longo das décadas, a Barbie não apenas se tornou a boneca mais famosa do mundo, mas também evoluiu em seu propósito para abraçar a diversidade e inspirar gerações ao redor do mundo. Um exemplo de como uma ideia boa, acompanhada de um propósito pode se tornar mais do que uma tendência, uma influencia positiva na sociedade.

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