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Compra de casa tem de ser sonho programado

Comprar uma casa é um projeto de longo prazo. Por isso, não dá para embarcar nessa sem um planejamento que caiba no bolso e case com seu estilo de vida

Liane Sobral Freire, de 30 anos, resolveu comprar um apartamento, usou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e financiou em 240 meses (Fabiano Accorsi / Você S/A)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2013 às 19h26.

São Paulo As boas práticas recomendam cortar supérfluos quando você precisa economizar. E lá se vão happy hours com o pessoal do trabalho, unhas feitas toda semana. Isso pode resultar em menores chances de ampliar sua rede de contatos e até em pontos a menos na boa apresentação. Claro, reduzir gastos é preciso, mas, para um investimento tão alto quanto a compra de um imóvel, é preciso fazer escolhas inteligentes e sustentáveis. "A principal é o planejamento", diz a economista e planejadora financeira Cristiana Dias Baptista.

Quem quer comprar o primeiro apartamento, porém investindo um valor menor, deve usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e guardar dinheiro para compor a entrada. Se não der, a opção é continuar sendo inquilino. "Sempre que o valor do aluguel for menor que a prestação do imóvel é mais vantajoso guardar a diferença para a entrada", diz Luiz Jurandir Simões, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo e consultor da QTK, empresa de análise de investimentos.

Se o aluguel de uma casa de 400.000 reais girar em torno de 2.000, representaria 0,5% do valor total. A prestação de um financiamento com 20% de entrada, 35 anos de prazo e custo anual de juros de 9,5% ficaria em 2.508 reais. Ou seja, pagando aluguel, sobrariam 508 reais para investir todo mês. Para ajudar no corte de gastos, mire os serviços que você paga muito mas usa pouco. Trocar o pacote de tevê por assinatura do top para o básico rende, em média, 1.300 reais por ano.

Para investir na casa dos sonhos, o ideal é já ter um imóvel para dar uma boa entrada e abater as parcelas da dívida com a renda extra do trabalho, como participação nos resultados e bônus. Isso porque financiar em 35 anos um apartamento de 800.000 reais pode resultar em um montante de mais de 2 milhões de reais, quase três vezes o valor do imóvel.

Por isso, quanto maior a meta, mais pé no chão você precisa ter — ainda que as parcelas caibam no orçamento familiar, vira um mau negócio prolongar a dívida. O mesmo financiamento com entrada de 40% e quitado em 15 anos reduziria a quantia final para 1,2 milhão de reais.


Outra prática que ajuda é colocar as economias em aplicações. "Hoje, um investimento conservador rende em média 0,42% ao mês", afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade.

"Com a queda da taxa Selic, mesmo as aplicações mais arrojadas dificilmente chegam a uma rentabilidade de mais de 1% ao mês", diz Cristiana. Se você consegue economizar quantias maiores, pode optar por ações, mas invista em educação financeira. Vale também quitar todas as dívidas com um empréstimo para reduzir seu gasto com os juros mensais, principalmente se eles vierem de cartões de crédito e cheque especial. E fuja do financiamento de mais de 15 anos.

O primeiro apartamento

Quando a coordenadora de meios digitais da Natura Cosméticos, Liane Sobral Freire, de 30 anos, resolveu comprar um apartamento, usou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e financiou em 240 meses. Mas logo se casou com Ricardo dos Santos Freire Jr., de 34 anos, professor da Universidade de São Paulo, e teve Beatriz, hoje com 3 anos.

"Sacrificamos viagens e passeios mais caros para economizar e direcionamos a maior parte do salário para quitar a dívida", diz Liane. O casal pagou tudo em três anos. "Também ajudou poder deixar nossa filha no berçário da empresa, porque economizamos com a escola."

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Quem quer comprar o primeiro apartamento, porém investindo um valor menor, deve usar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e guardar dinheiro para compor a entrada. Se não der, a opção é continuar sendo inquilino. "Sempre que o valor do aluguel for menor que a prestação do imóvel é mais vantajoso guardar a diferença para a entrada", diz Luiz Jurandir Simões, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo e consultor da QTK, empresa de análise de investimentos.

Se o aluguel de uma casa de 400.000 reais girar em torno de 2.000, representaria 0,5% do valor total. A prestação de um financiamento com 20% de entrada, 35 anos de prazo e custo anual de juros de 9,5% ficaria em 2.508 reais. Ou seja, pagando aluguel, sobrariam 508 reais para investir todo mês. Para ajudar no corte de gastos, mire os serviços que você paga muito mas usa pouco. Trocar o pacote de tevê por assinatura do top para o básico rende, em média, 1.300 reais por ano.

Para investir na casa dos sonhos, o ideal é já ter um imóvel para dar uma boa entrada e abater as parcelas da dívida com a renda extra do trabalho, como participação nos resultados e bônus. Isso porque financiar em 35 anos um apartamento de 800.000 reais pode resultar em um montante de mais de 2 milhões de reais, quase três vezes o valor do imóvel.

Por isso, quanto maior a meta, mais pé no chão você precisa ter — ainda que as parcelas caibam no orçamento familiar, vira um mau negócio prolongar a dívida. O mesmo financiamento com entrada de 40% e quitado em 15 anos reduziria a quantia final para 1,2 milhão de reais.


Outra prática que ajuda é colocar as economias em aplicações. "Hoje, um investimento conservador rende em média 0,42% ao mês", afirma Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade.

"Com a queda da taxa Selic, mesmo as aplicações mais arrojadas dificilmente chegam a uma rentabilidade de mais de 1% ao mês", diz Cristiana. Se você consegue economizar quantias maiores, pode optar por ações, mas invista em educação financeira. Vale também quitar todas as dívidas com um empréstimo para reduzir seu gasto com os juros mensais, principalmente se eles vierem de cartões de crédito e cheque especial. E fuja do financiamento de mais de 15 anos.

O primeiro apartamento

Quando a coordenadora de meios digitais da Natura Cosméticos, Liane Sobral Freire, de 30 anos, resolveu comprar um apartamento, usou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e financiou em 240 meses. Mas logo se casou com Ricardo dos Santos Freire Jr., de 34 anos, professor da Universidade de São Paulo, e teve Beatriz, hoje com 3 anos.

"Sacrificamos viagens e passeios mais caros para economizar e direcionamos a maior parte do salário para quitar a dívida", diz Liane. O casal pagou tudo em três anos. "Também ajudou poder deixar nossa filha no berçário da empresa, porque economizamos com a escola."

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