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Ser um desastre no trabalho dos seus sonhos dói, mas ensina esta lição

Conheça a história de superação do escultor responsável pelo infame busto do jogador Cristiano Ronaldo

Busto de Cristiano Ronaldo em aeroporto que leva seu nome (Rafael Marchante/Reuters)

Luísa Granato

Publicado em 20 de abril de 2018 às 06h00.

Última atualização em 20 de abril de 2018 às 12h23.

São Paulo - Quando ouviu durante seu expediente no aeroporto que o local seria renomeado em homenagem ao jogador Cristiano Ronaldo,o atual cidadão mais ilustre nascido na Ilha da Madeira, Emanuel Santos, de 41 anos, viu que aquela era sua chance. Ele transformaria seu hobby de escultor em uma carreira de sucesso presenteando o local com uma estátua do craque.

Para ele, era um desafio. De origem humilde, ele brincava com barro desde criança e aprendeu sozinho a arte. Emanuel começou a trabalhar em sua obra imediatamente. O protótipo foi aprovado pelo diretor do aeroporto e, em 29 de março de 2017, o atacante português inaugurou o busto durante cerimônia no aeroporto.

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Em vídeo do portal de esportes Bleacher Report, o escultor conta que riu de satisfação naquele momento. Ele não teve tempo de falar com o jogador, mas conseguiu uma bola autografada para seu filho, que estava muito orgulhoso do pai. O mundo estava vendo seu trabalho.

“Estava sendo um dia espetacular depois começou a ser um bocadinho triste”, disse sua esposa Armanda Gouveia.

A obra de Emanuel, seu grande sonho realizado, o resultado de seu esforço e dedicação, virou motivo de piada mundialmente. Nas redes sociais, não houve piedade.

O artista, às lágrimas, tem dificuldade em comentar como foi o momento que viu as reações a sua obra. Sua esposa, porém, rebate: “Errar todo mundo erra e não vejo necessidade de tanta crítica”.

“E pronto, cá estou eu”

Comentários maldosos à parte, a crítica que prevalece é que a estátua não faz justiça ao original.

Parado ao lado de sua obra, Emanuel admite que o busto não ficou “100%”, mas ele acredita que a arte é uma forma de expressão, “não uma ciência exata”.

Embora ele veja a dimensão das críticas que recebeu como injusta, ainda há aprendizados importantes que saíram do fiasco.

“Se não fizesse da maneira como fiz, já tinha caído no esquecimento há muito tempo. Portanto, às vezes é preciso ter uma certa ousadia de ir contra o habitual”, comenta ele. “Embora haja pessoas que façam chacota, comentários negativos, existem muitas pessoas que dão valor”.

Em qualquer trabalho, mas em especial em áreas criativas, é necessário aprender a lidar com críticas e saber diferenciar os comentários vazios dos que podem ser construtivos.

No entanto, com as redes sociais, um fracasso pessoal pode ganhar mais visibilidade do que o desejado. Lidando com uma dimensão global de opiniões, Emanuel diz que aprendeu a lidar com certas críticas e tirou forças do pequeno número de vozes que viam o lado positivo do seu trabalho. “E pronto, cá estou eu. Cá estou eu”, conclui ele.

O mais importante é seguir em frente. Um ano depois, o Bleacher Report deu a chance para Emanuel refazer o infame busto: O resultado diferente – e impressionante – pode ser visto no vídeo:

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