Nova CEO da GM, Mary Barra: ela é a primeira CEO mulher de uma montadora global (Steve Fecht/General Motors/Divulgação via Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 12h45.
Detroit - A CEO da General Motors Co., Mary Barra, que assumiu o cargo no mês passado, poderia receber uma remuneração total de US$ 14,4 milhões neste ano, US$ 10 milhões a mais do que o divulgado previamente pela maior montadora dos EUA.
Barra, que se tornou a primeira CEO mulher de uma montadora global no dia 15 de janeiro, pode receber US$ 10 milhões em compensações no longo prazo como parte do seu pacote, disse ontem a empresa com sede em Detroit em um comunicado.
Esse montante está sujeito à aprovação dos acionistas na reunião anual da GM em junho, e a soma final depende do desempenho da empresa, disse a GM.
“A empresa divulgou as cifras totais antes da apresentação do relatório da sua administração em abril para corrigir percepções errôneas criadas por comparações que usavam apenas uma parte da remuneração total de Barra”, disse a GM no comunicado enviado por e-mail.
Em janeiro, a GM disse que Barra, 52, ganharia US$ 1,6 milhão de salário e US$ 2,8 milhões como parte do plano de incentivos da empresa no curto prazo.
Embora a empresa tenha dito na época que era provável que Barra recebesse remunerações adicionais como parte do seu novo plano de incentivos no longo prazo, a GM foi criticada por pagar-lhe uma fração do que seu predecessor ganhava.
Barra, que era diretora de produtos da montadora, ocupou o lugar de Dan Akerson, que renunciou no mês passado para cuidar da esposa que está doente. Akerson ganhou US$ 11,1 milhões em 2012.
Ele continua na GM como assessor sênior e tem o direito de receber um pacote de remuneração de até US$ 4,68 milhões neste ano. Ele deverá permanecer menos de um ano, disse a GM, e sua remuneração será proporcional.
Função do desempenho
“Como nova CEO, a remuneração total de Mary está em sintonia com a de seu grupo de colegas e foi ponderada apropriadamente, de modo que a maioria está em risco”, disse no comunicado Tim Solso, presidente da GM. “O desempenho da empresa determinará finalmente o valor que será pago a ela”.
Depois de ter sido citado no Discurso sobre o estado da União de Barack Obama em janeiro, o pacote de remuneração de Barra recebeu críticas da mídia. “Por que a GM considera que o valor de Barra como CEO é atualmente 52 por cento inferior ao de Akerson?” escreveu Elizabeth MacDonald no dia 3 de fevereiro na Foxbusiness.com.
A congressista Louise Slaughter, democrata por Nova York, que na semana passada publicou um comunicado onde criticava o salário de Barra, dizendo que a “disparidade salarial ressalta a necessidade de abordar a brecha nos salários entre os gêneros,” ontem enviou um tweet que dizia: “Fico feliz de ver” que Barra está “ganhando um salário equivalente ao dos colegas masculinos e que reflete suas contribuições”.
Ford, Toyota
As ações da GM subiram 1 por cento a US$35,23 as 9h30 em Nova York hoje. Neste ano, caíram 15 por cento, enquanto o índice Standard Poor’s 500 recuou 2,6 por cento.
A remuneração de outros CEOs de montadoras globais varia muito. O CEO da Ford Motor Co., Alan Mulally, recebeu cerca de US$ 21 milhões em remuneração em 2012, segundo o relatório da administração da Ford.
O presidente da Toyota Motor Corp., Akio Toyoda, ganhou 184 milhões de ienes (US$ 1,8 milhão) em 2012; Martin Winterkorn, da Volkswagen AG, ganhou 14,5 milhões de euros (US$ 19,8 milhões) e Dieter Zetsche, da Daimler AG, ganhou 8,15 milhões de euros.
O fato de o pacote de Barra ser ponderado segundo o desempenho no longo prazo constitui um caso de gestão corporativa inteligente, disse Maryann Keller, consultora da indústria automotiva, que foi diretora da Dollar Thrifty Automotive Group Inc. e da Lithia Motors Inc.
“O número é bom e apropriado”, disse ela ontem em entrevista por telefone. “Um pacote que paga de acordo com o desempenho no longo prazo é muito sensato em uma indústria que é cíclica”.