Retorno da Microsoft foca em trabalhadores longe do escritório
O retorno da Microsoft ao escritório está entre os muitos que foram adiados nos últimos meses uma vez que as empresas lidam com as altas taxas de infecção por covid e uma batalha legal sobre os passaportes de vacinas nos EUA
Bloomberg
Publicado em 10 de março de 2022 às 10h42.
Última atualização em 11 de março de 2022 às 11h30.
A Microsoft começou a convocar seus funcionários para voltarem às suas sedes nas últimas semanas, mas sua estratégia no retorno presencial depende do trabalho híbrido.
De Wall Street ao Vale do Silício, as empresas fazem uma transição confusa para o local de trabalho depois de um hiato de dois anos durante a pandemia. A Microsoft tem uma perspectiva muito particular, já que vende ferramentas de chamada de vídeo que competem com o Zoom e a Cisco. Mesmo quando os funcionários voltam ao escritório, os chefes da empresa têm em seu foco aqueles que estão de casa.
“É contra-intuitivo”, afirmou Jared Spataro, vice-presidente corporativo de Modern Work da Microsoft, em entrevista. “Você precisa projetar seu espaço físico para as pessoas que não estão lá.”
Spataro falará no Bloomberg Work Shifting 2.0 Summit, em Nova York, nesta quarta-feira.
O retorno da Microsoft ao escritório está entre os muitos que foram adiados nos últimos meses uma vez que as empresas lidam com as altas taxas de infecção por covid e uma batalha legal sobre os passaportes de vacinas nos EUA que acabou na Suprema Corte. O recente aumento dos preços do gás também retarda a volta aos escritórios, mas muitos CEOs e líderes, como o prefeito de Nova York Eric Adams, estão ansiosos para ver os trabalhadores de volta às suas bancadas.
Para a Microsoft, a diretriz é que escalas com mais de 50% remotos devem ser aprovadas pelos gestores.
No The Hive, um centro de testes a poucos quilômetros do campus de Redmond, em Washington, engenheiros movem suas cadeiras de rodinhas para frente e para trás e mudam os ângulos das câmeras para capturar o ambiente ideal de teleconferência. Os funcionários posam como participantes remotos, fornecendo feedback imediato. Réplicas de papelão em tamanho real da sala do CEO Satya Nadella são usadas para reuniões importantes.
O que eles descobriram é que pequenos ajustes podem melhorar muito a experiência, tornando as chamadas diárias menos chatas. A mesa de conferência típica, por exemplo, foi redesenhada para um triângulo apontado para longe das telas, ou um semicírculo voltado para a tela, no estilo do que existe na ONU. Ambas as configurações tentam resolver um grande problema das salas de conferência padrão: os presentes não ficam totalmente de frente para a câmera, e os participantes presenciais precisam trocar de lugar uns com os outros.
Essas mudanças podem ajudar o software Teams, da Microsoft, a ter uma vantagem sobre seus rivais. As estimativas de receita para softwares de conferência colocam a Microsoft em segundo lugar, atrás do Zoom, no primeiro semestre de 2021, e na frente do Webex, da Cisco, de acordo com uma pesquisa do IDC. Para aplicativos de colaboração, durante o mesmo período, o Microsoft Teams detinha 25% do marketshare, ante 18% do Slack, da Salesforce e na dianteira da Atlassian Corp, com o Trello e Confluence, e do Smartsheet, ambos com 7%.