Carreira

Quem morou fora do país tem esta vantagem na carreira – e na vida

Segundo estudo americano, entrar em contato com culturas e valores diferentes estimula uma reflexão valiosa para toda a vida

Rua em Tóquio: “A zona de desconforto é quase 100%” (Carl Court/Getty Images)

Rua em Tóquio: “A zona de desconforto é quase 100%” (Carl Court/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 26 de abril de 2018 às 15h00.

Última atualização em 27 de abril de 2018 às 09h34.

São Paulo - Você sabe qual a diferença entre comprar um carro no Brasil e nos Estados Unidos? Pode parecer uma pergunta estranha, mas passar por um choque de cultura como esse se torna um aprendizado importante para sua vida pessoal e profissional.

Morar fora do país ajuda a aumentar seu autoconhecimento, de acordo com um time de pesquisadores das universidades Rice, Columbia e da Carolina do Norte.

Segundo o estudo, entrar em contato com uma cultura e valores diferentes estimula a reflexão sobre si próprio, colocando sob perspectiva os valores e hábitos com que a pessoa cresceu em seu país de origem. Essas reflexões levam a descobertas sobre valores pessoais essenciais.

Para Carlos Felicissimo Ferreira, consultor de carreira e diretor executivo da 4hunter, negociar o preço do carro nos EUA e levá-lo embora dirigindo na hora foi um contraste com o processo mais demorado do Brasil - porém que deixou um aprendizado sobre a forma como os americanos fazem negócios.

O consultor é veterano de aventuras estrangeiras, já morou na Austrália, na Suíça, na Inglaterra e, recentemente, foi estudar nos Estados Unidos. Para ele, a experiência internacional - mesmo que seja um desastre - traz apenas vantagens em seus ensinamentos.

“A zona de desconforto é quase 100%”, comenta. “No exterior, você passa a ser o diferente, é um processo adaptativo e que mostra quanto você é flexível”.

No estudo, o autoconhecimento gerado com o tempo no exterior é relacionado com vantagens para tomar decisões na carreira. Felicissimo alerta que o aprendizado ao morar fora, assim como sua aplicação na vida profissional, depende inteiramente de cada um.

Primeiramente, a pessoa deve estar aberta para viver como o outro. “Conheço gente que morou fora, mas não mudou nada”, diz. “Nada é transformador se não quer absorver aquilo para si. Particularmente, tento viver a vida dos nativos, não a minha. Assim, é maior a chance de te receberem bem e de aprender”.

O consultor vê apenas vantagens no que aprendeu morando fora, desde sua facilidade para entender o modo de pensar de profissionais estrangeiros até a prática da língua inglesa. Ele fica fascinado pela pequenas diferenças do cotidiano que viveu no exterior, como alugar um apartamento, tirar dúvidas na aula e marcar visitas com empresários. "Minhas experiências foram imprescindíveis para ganhar maturidade e jogo de cintura”, comenta ele.

No entanto, ele não concorda que esse aprendizado seja limitado ao jovem - ou até a visitar outro país.

Mudar de país é apenas uma forma mais intensa de estimular o aprendizado sobre si próprio. Outras situações de mudança e de contato com outra cultura podem ter suas lições, como mudar de cidade ou de emprego.

A idade também não é um fator que tira os benefícios dessa experiência. Tanto um jovem no começo da carreira como um profissional já estabelecido podem tirar proveito e aprender muito. Para ele, seu planejamento e estratégia muda de acordo com seu momento na vida, mas não é impossível.

“Já fui novo e mais velho, com a família e sozinho, com e sem dinheiro. Já viajei de todo jeito e não troco por nada, acredito muito no aprendizado pela experimentação”.

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