Precisa de inteligência emocional? Comece com este passo simples
Administrar sentimentos como raiva, frustração e tristeza é essencial para não sucumbir às pressões do trabalho. Especialista diz por onde você pode começar
Claudia Gasparini
Publicado em 24 de agosto de 2017 às 15h00.
Última atualização em 24 de agosto de 2017 às 15h17.
São Paulo — Dizer que alguém é inteligente pode até parecer uma frase completa, mas exige um esclarecimento adicional: inteligente em quê?
Em meados dos anos 1980, o psicólogo Howard Gartner descreveu nada menos que 9 tipos diferentes de inteligência, como a musical, espacial, linguística e até existencial. A competência lógica — investigada pelos testes de QI— é apenas uma dessas subdivisões da intelectualidade humana.
A inteligência emocional , conceito que pegou carona nos conceitos de Gartner e foi consolidado por Daniel Goleman nos anos 1990, diz respeito a um tipo de inteligência ligada à gestão de sentimentos próprios e alheios.
De acordo com João Marcelo Furlan, autor do livro “Flaps! - Liderança Adaptágil” (DVS Editora, 2015) e CEO da consultoria Enora Leaders, a habilidade com as emoções é muito mais importante para o sucesso do que o QI.
Mas o que significa exatamente ter inteligência emocional? “É ter uma boa autopercepção, regular as suas emoções, compreender o que o outro está sentindo, gerir os seus relacionamentos”, resume o autor. “São habilidades básicas para qualquer nível hierárquico e ainda mais para as lideranças”.
Em entrevista transmitida ao vivo pela página no Facebook de EXAME, Furlan tirou dúvidas e esclareceu uma série de mitos que costumam orbitar o assunto. “As pessoas acham que ter inteligência emocional é ser calminho, tranquilo, zen”, disse ele. “Na verdade, significa ser um grande líder, influenciar os demais, porque você entende bem os ‘botões’ que motivam cada um”.
O especialista também destaca que indivíduos com essa competência às vezes são vistos como arrogantes, calculistas ou excessivamente controlados — tudo falso. O profissional inteligente do ponto de vista emocional não “sufoca” os seus sentimentos mais genuínos. Ao contrário, ele apenas sabe dosar o momento e a forma de expressar o que está no seu íntimo.
Felizmente, tudo isso pode ser treinado. O primeiro passo é o investir em algo relativamente simples: autoconhecimento. Isso sem abdicar do bom e velho feedback de colegas, chefes e subordinados.
“Quando você se conhece mais, descobre quais são os seus gatilhos de nervosismo e pode usar técnicas diversas para se acalmar”, explica Furlan. "Além disso, ao se conhecer melhor por meio dos feedbacks, você entende o funcionamento psicológico de cada pessoa, porque sabe quando está agradando ou não, e assim pode evitar conflitos".
Quer saber mais sobre como desenvolver essa habilidade? Confira esses e outros conselhos do autor no vídeo a seguir: