"Prazer" pode ser usado como verbo? Professor de português ensina
O que você entende com a frase: "Quando a Deus prouver, prazerá ao filho também"? Confira a coluna do professor sobre o uso incomum de "prazer" como verbo
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2020 às 14h06.
No trecho "Quando a Deus prouver, prazerá ao filho também.", que significam os verbos? Do latim placere, a forma prazer pode ser verbo, com o sentido de "causar prazer ou satisfação; agradar; aprazer, comprazer.
Além de ser transitivo indireto, é irregular e só é usado na terceira pessoa do singular ou do plural. Como não possui a conjugação completa, é também chamado de defectivo: praz, prazem, prazia, praziam, prouve, prouveram, provera, prouveram, prazerá, prazerão, prazeria, prazeriam, praza, prazam, prouvesse, prouvessem, prouver, prouverem, praza, prazam, prazer, prazerem, prazendo, prazido.
Em outras palavras, a frase inicial pode assim ser reescrita: "Quando a Deus agradar, agradará ao filho também."
Caro leitor, diante da citada transitividade verbal, o verbo prazer deve estar acompanhado do pronome oblíquo átono "lhe", representando o objeto indireto: "Praz ao deputado zombar de todos nós."
O complemento verbal de "praz" é "ao deputado" (objeto indireto). Sendo assim: "Praz-lhe zombar de todos nós."
Já em Quincas Borba, Machado de Assis registrou: "Prouvera a Deus que fosse só isso! suspirou o zangão."
Com essa forma pretérita mais-que-perfeita (que indica ação concluída antes de todas as outras), "Prouvera a Deus" tem sentido particular: significa "queira Deus", "tomara", "assim seja".
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DIOGO ARRAIS
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Professor de Língua Portuguesa
Fundador do ARRAIS CURSOS