Por que é melhor não fazer a terapia do espelho com um coach
Conheça a “terapia do espelho”, uma técnica importada da fisioterapia por alguns coaches
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2018 às 06h00.
Última atualização em 21 de maio de 2018 às 09h59.
A “terapia do espelho” – ou “técnica do espelho” – é um exercício focado em aumentar a autoestima e fomentar o autoconhecimento. Basicamente, consiste em se postar em frente ao espelho e direcionar a si mesmo frases de autoafirmação. Proveniente de uma ferramenta utilizada para outros fins por terapeutas, sua efetividade está diretamente ligada ao acompanhamento de profissionais como psicólogos, psicanalistas e psiquiatras, segundo o coach de C-Level Rubens Pimentel.
Sua origem remonta à terapia do espelho como prática recomendada por psicólogos e fisioterapeutas para pessoas que haviam sofrido a perda de algum membro do corpo e sofriam da chamada “dor fantasma”. Pesquisas mostraram que a técnica com o espelho dava resultados para incentivar a consciência cerebral da falta do membro, explica Rubens.
Por conta dos resultados, o exercício começou a ser utilizado para a “terapia pura”. Nessa modalidade, os especialistas a sugerem como uma das medidas em um tratamento da autoestima. Para isso, a terapia do espelho deve ser feita com regularidade, pelo tempo determinado pelos terapeutas, e a autoafirmação relacionada às dificuldades individuais.
“Como a pessoa que eu mais minto sou eu mesmo, não adianta só ir para a frente do espelho”, diz Rubens. Além de ser cansativo de executar, exige força de vontade, objetivo claro e metodologia, explica ele. Além disso, Rubens reforça que a técnica é utilizada paralelamente à outras práticas pelos terapeutas, não como tratamento único, e só assim tem eficácia na autoestima.
Uso da terapia do espelho e de outras técnicas da psicologia por coaches
Uma de suas colegas, que é uma terapeuta e coach, membro do seu grupo de colegas de profissão, alertou para a utilização indevida dessa técnica pelos coaches.
O caso da terapia do espelho e outros exercícios “emprestados” dos psicólogos pelos coaches fazem Rubens salientar a distinção entre os campos do conhecimento e profissões . De acordo com ele,as duas funções não devem se equiparar, pois suas condições são diferentes desde a formação.
“Coaches são profissionais habilitados a fazer programas de curta duração, para objetivos de curto prazo, para você conseguir trabalhar e atingir o objetivo que quer.”
E por que essa prática tem sido relevante? Para Rubens, vem de uma tendência geral de buscar resultados grandes com esforço pequeno. “A mesma coisa está acontecendo com outras terapias e exercícios que tentam vender ‘facilidade’ para você ter um ganho grande”, completa.
- Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar