O que fazer para aguentar os pavões de paletó no trabalho?
Ocupe sua mente com pensamentos relevantes enquanto o chefe ou o amigo faz mais uma desnecessária exibição
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2013 às 15h46.
São Paulo - Jantando com um amigo dia desses, fui surpreendida pela pergunta: "Célia, o que fazer quando você tem um chefe ou um colega que se comporta como um pavão?". Imediatamente, lembrei-me que a Mãe Natureza tem servido de inspiração para alguns artigos. Em setembro, baseei-me nos répteis; agora, nas aves.
Como sabemos, o pavão é uma ave de penas muito bonitas e coloridas. E sabemos também que, diferentemente dos pavões corporativos, o pássaro só abre aquele leque deslumbrante para se exibir na fase de acasalamento. E, cá com meus botões, eu penso que até nisso a Mãe Natureza nos dá bons ensinamentos, porém muita gente teima em não assimilar.
O charme do pavão reside exatamente em ocasionais exposições daquelas penas maravilhosas. Acho que, se aquela cauda ficasse permanentemente aberta como um leque desenhado por um artista, depois de um tempo nos acostumaríamos e nem aplaudiríamos como de costume.
Traduzindo isso para o nosso cotidiano corporativo: finja que presta atenção no pavão humano e abstraia — para o bem de seu fígado e para sua própria sanidade mental. Ocupe sua mente com pensamentos relevantes de fato, enquanto o chefe ou o amigo se abre para mais uma desnecessária exibição.
Por outro lado, sugiro que, a exemplo do bicho pavão, mostre suas conquistas e qualidades dignas de aplauso quando o momento pedir que você assim o faça. Para tudo existe hora e lugar. Em uma apresentação para um cliente, cujo objetivo é conhecer o que faz a empresa ou o departamento dele, esteja seguro de suas qualidades, conheça a fundo todos os pontos fortes que diferenciam sua empresa das demais e exiba isso com toda riqueza de detalhes possível.
Saiba ouvir os outros. Compartilhe seus feitos e conquistas, mas elogie o bom desempenho de um parceiro de equipe. Jamais roube o mérito ou o aplauso que não lhe pertence. Aconselho você a observar a Mãe Natureza para aprender a fazer bonito entre os humanos.
Pense em uma noite estrelada e lembre-se que, quanto mais estrelas estiverem brilhando no céu, mais bonita há de ser a visão de todos que assistirem e admirarem o fenômeno. Brilhe do jeito certo, da forma certa e na medida certa. Equilíbrio e elegância são, e sempre serão, atributos imprescindíveis das pessoas que se diferenciam na multidão.
Célia Leão escreve sobre etiqueta corporativa. É autora de "Boas maneiras de A a Z" e consultora de etiqueta empresarial