Oportunidade de crescimento atrai, mas salário é principal motivo para mudar de emprego
Segundo pesquisa do GetApp, que pertence à consultoria global Gartner, a remuneração é o fator mais determinante tanto para aceitar uma proposta quanto para recusar um novo emprego. Veja outras descobertas
Desalinhamento no valor do salário é a principal justificativa para recusar uma proposta de emprego (Malte Mueller/Getty Images)
Publicado em 30 de novembro de 2022, 16h11.
Última atualização em 30 de novembro de 2022, 18h20.
A chance de crescer na carreira é o principal motivo para os profissionais brasileiros se candidatarem a uma vaga de emprego. Mas o que leva de, fato, a aceitar uma proposta é o salário.
Pelo menos é isso que aponta uma nova pesquisa do GetApp, que pertence à Gartner, consultoria global, que ouviu 830 pessoas de todo o Brasil em setembro deste ano. Para responder à pesquisa, os entrevistados deveriam ter participado de, pelo menos, um processo seletivo no último ano.
LEIA TAMBÉM:
- Estágio e trainee: Natura, Gerdau, VLI e mais empresas com vagas abertas
- Assaí lança programa com vagas de emprego exclusivas para pessoas acima dos 50 anos
- Se acompanhasse inflação, 'cesta de Natal' das empresas deveria ser de R$ 335
De acordo com os dados, 74% dos trabalhadores ouvidos disseram que a oportunidade de crescer em uma empresa é o fator que mais chama a atenção ao se aplicar para uma vaga.
Mas, na hora de dizer o 'sim', o que fala mais alto é a remuneração oferecida: 36% dos profissionais que receberam uma oferta e aceitaram disseram que fizeram isso por causa do salário.
Fatores como pacote de benefícios (22%) e oferta de trabalho remoto ou híbrido (13%) também se mostraram aspectos importantes para os profissionais.
Para os entrevistados que receberam uma oferta de trabalho e não aceitaram, o salário novamente foi o protagonista; mas dessa vez, da recusa. Segundo o estudo, metade dos entrevistados (50%) disseram "não" à oferta porque ela "não coincidia com sua expectativa salarial".
Falta de transparência salarial pode ser problema
O relatório alerta para o fato de que, se os profissionas receberam uma oferta, significa que eles chegaram ao final do processo seletivo. Ou seja, a recusa pode representar um desperdício de recursos para as empresas, tanto financeiro quanto de produtividade.
E o que, muitas vezes, leva a esse problema é a falta de informações claras sobre remuneração. Segundo uma pesquisa anterior feita pelo GetApp, que ouviu profissionais de Recursos Humanos de pequenas e médias empresas (PMEs), nove em cada 10 RHs disseram que a empresa inclui informações de salário "sempre ou "às vezes".
Porém, na vida real, se metade dos profissionais recusaram uma oferta por desalinhamento no valor do salário isso indica que a transparência quanto a remuneração não é a regra.
Para evitar questões desse tipo, e os famosos "remuneração à combinar", está em tramitação o projeto de lei 1149/22 que obriga as empresas divulgarem a faixa de remuneração no anúncio das vagas. Do contrário, as companhias poderão ser multadas em até cinco salários mínimos.
Mas, mesmo sem a aprovação da nova legislação, a clareza nas informações já é algo valorizado pelos profissionais. Segundo a pesquisa do GetApp, cerca de 4 de cada 10 respondentes (39%) creem que a transparência salarial é um dos fatores que contribuem positivamente para o processo seletivo.
Além disso, mais de dois terços (66%) dos candidatos entrevistados se mostraram confortáveis em abordar o tópico salário já nas primeiras entrevistas.
Qual a média de duração dos processos seletivos no Brasil?
A pesquisa da GetApp também descobriu que, no último ano, 60% das pessoas que buscavam emprego participaram de uma média de dois a quatro processos seletivos.
Ainda segundo o levantamento, da primeira entrevista até o recebimento de uma oferta de trabalho, 89% dos entrevistados disseram que o processo de recrutamento dura até um mês, em média.
Porém, essa é a percepção dos profissionais com base em sua experiência como candidatos.
O período para fechar a vaga também varia dentro dessa porcentagem. O mais comum é que o processo ocorra entre uma semana e duas semanas (39%) ou até de duas semanas a três semanas (24%). Por outro lado, parece ser raro que se desenrole em mais de seis semanas (3%).
Qual a rede social mais usada para buscar emprego?
Por fim, de acordo com o estudo, o LinkedIn (51%) lidera como a plataforma mais usada pelos candidatos para procurar emprego.
Em seguida, estão outras redes sociais como Facebook, Twitter ou Instagram (37%). Plataformas exclusivas para publicação de vagas, como Vagas.com e Curriculum, ficaram atrás das redes sociais, com 29% e 27%, respectivamente.
Mesmo com o protagonismo da tecnologia, as indicações ainda são relevantes no mercado de trabalho, com 25% dos profissionais afirmando que costumam procurar emprego "por meio de pessoas conhecidas".
Mais lidas em Carreira
Últimas Notícias
Futuro do trabalho: “green skills” serão necessárias em todos os setores da economia, diz estudo
Há menos de um minuto • 1 min de leituraComo fazer inovação aberta? Seja um dos profissionais mais procurados de 2023
Há menos de um minuto • 1 min de leituraThe Book of Joy: treine seu inglês com o livro sobre a amizade entre Dalai Lama e Desmond Tutu
Há menos de um minuto • 1 min de leituraCanadá quer atrair 447 mil imigrantes em 2023 — e estas são as habilidades que o país mais procura
Há menos de um minuto • 1 min de leituraBrands
Uma palavra dos nossos parceiros
Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.
leia mais