Carreira

O que um coach ensinaria sobre carreira para si mesmo?

Se um coach pudesse voltar no tempo e dar dicas para ele mesmo o que ele diria?

Espelho: coach ensinaria para ele mesmo conhecer as dinâmicas humanas (Medioimages/Photodisc/Thinkstock)

Espelho: coach ensinaria para ele mesmo conhecer as dinâmicas humanas (Medioimages/Photodisc/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2019 às 15h00.

Última atualização em 19 de setembro de 2019 às 15h00.

Engenheiro por formação, Marcos Vianna trabalha há dez anos com desenvolvimento de organizações e indivíduos. Coach fundador da A DOIS Desenvolvimento, ele compartilha o que ensinaria sobre carreira para ele mesmo, a partir de dicas e ensinamentos que gostaria de ter aprendido no início da vida profissional, para que jovens consigam construir uma jornada de sucesso.

Marcos afirma que se pudesse voltar no tempo para dar dicas a si mesmo a principal seria buscar o quanto antes o autodesenvolvimento. “Quando eu era mais jovem, estava muito preocupado com trabalho, resultados e coisas externas. O que faz parte do momento da vida, mas acho que buscar o autoconhecimento o quanto antes é essencial. O que eu poderia ter feito de diferente é ouvir mais antes de tirar conclusões ou decidir algo, perceber diferentes pontos de vista, entender meus gatilhos para comportamentos negativos e ter a mente aberta para entender que as pessoas são diferentes”, pondera.

Depois do autoconhecimento, o coach ensinaria para ele mesmo conhecer as dinâmicas humanas. “Porque todo o resto vai derivar disso. Qualquer organização envolve um contexto de relações humanas. Então, entender de gente, depois que você já se entende, é o mais importante. Com isso conseguímos fortalecer nosso protagonismo porque ampliamos nossa consciência e abrimos espaço para nossa transformação interna. A gente não para no tempo e não podemos ficar apegados às nossas próprias verdades”, analisa.

Habilidades natas e aprendidas

Outro conhecimento que o coach ensinaria sobre carreira para ele mesmo é que as pessoas nascem com alguns talentos natos. “Não aquilo que você trabalhou duro para conquistar, mas o que já veio de fábrica e é mais fácil para você do que para os demais. Usamos isso para crescer e as pessoas nos reconhecem por essas habilidades. Mas depois de um certo tempo, a gente cresce e a vida se torna mais complexa e demanda novas aptidões. O que costuma acontecer é que as pessoas começam a usar mais do mesmo, com base no que elas já são boas”, explica.

Marcos afirma que esse processo pode fazer com que os talentos naturais de uma pessoa se tornem uma caricatura. “Se você é uma pessoa boa em tomar decisões, você pode acabar sendo vista como autoritária ao exagerar nessa quesito. E quando maior o nível de estresse, maior a chance de isso acontecer. E os resultados começam a se tornar mais difíceis de alcançar no mesmo nível. E não adianta você pedir para a pessoa suavizar as características dela porque foi isso que a deu segurança. Ela apenas precisa aumentar o leque de ferramentas dela”, recomenda.

Erros comuns e propósito profissional

Um dos maiores erros cometidos na carreira é não estar presente no momento. “Você pode até não ter muita clareza sobre sua visão de futuro, mas naquilo que você está fazendo você tem que sentir um propósito, nem que seja pagar as contas. Meditação ajuda nesse processo. É muito difícil ter essa clareza no começo da carreira porque é algo que vai aparecer com o tempo. Mas pelo menos a presença no que você está fazendo e entender o sentido daquele momento ajuda muito. Se não fizer sentido, é hora de buscar alternativas”, garante.

Marcos aponta que os profissionais precisam ouvir mais antes de falar. “Quando a gente é mais jovem, temos o impeto muito grande de querer mostrar que é capaz e provar nosso valor. Temos que adiar um pouco os julgamentos e decisões para ouvir outros pontos de vista. Formar uma imagem mais sólida da situação diminuiu os riscos e erros que a gente acaba cometendo. Queremos sempre fornecer as respostas o mais rápido possível, mas isso pode ser perigoso. Quando eu era jovem, não podia admitir de jeito nenhum que não sabia algo. Hoje, eu já admito se não souber e peço ajuda”, compartilha.

O coach também ensinaria sobre carreira para ele mesmo que o começo da vida profissional é uma fase muito emocional. “Os altos e baixos intensos pelo qual passamos, em resposta ao que acontece no trabalho, atrapalha um pouco porque acabamos tomando atitudes extremas. É preciso respirar, manter a calma e entender que nem tudo é 8 ou 80”, alerta.

E quando tudo dá errado?

A lição de carreira que mais impactou Marcos é de que tudo passa. “Já passei por apertos muito grandes. Pensava que minha vida tinha acabado, mas ela não acabou. Quando chega um momento de crise, no qual você não consegue enxergar muita saída, você tem que seguir em frente e não desistir porque as coisas passam. Não se deixa arrastar para o buraco. É importante ter um tempo de luto, acolher e aceitar o que aconteceu, mas depois continuar. Busque um sentido no que acontecer, por mais que você não consiga enxergar”, sugere.

O coach analisa que todas as crises que ele viveu foram fundamentais para formar a pessoa que ele é hoje. “De certa forma, é na dor que a gente cresce. No momento que está doendo, você quer acabar com aquilo. Mas essa experiência tem um papel importante, vai te trazer proveito, aprendizado e te transformar. A gente vai ficando mais forte a cada crise que a gente passa”, garante.

  • Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar
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