Fábio Caldas, atual CEO da Britcham, e Ana Paula Vitelli, que entra para o Conselho da instituição (Britcham/Divulgação)
Repórter
Publicado em 28 de março de 2024 às 15h45.
Última atualização em 28 de março de 2024 às 17h12.
A Britcham (Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil), que atua promovendo a relação bilateral entre Brasil e Reino Unido nas áreas de comércio, indústria e serviços, tem um novo CEO a partir desta quinta-feira, 28. Após 4 anos na liderança da instituição, Ana Paula Vitelli vai para o Conselho e passa o cargo de CEO para Fabio Caldas, que assume hoje a cadeira.
Com uma trajetória de 25 anos na Shell, Fabio Caldas possui experiência internacional em Londres e profundo contato com a cultura britânica, antes de juntar-se à Britcham. Com formação em engenharia de produção, e experiência em análise geopolítica, Caldas é sócio-fundador da LS (Light Saber Consultoria) e possui participação na Câmara por 20 anos, atuando em diversos comitês e assumindo cargos institucionais, sendo o último como vice-presidente.
“Pretendo aprofundar a proximidade com o governo britânico, assim como associados que temos hoje e os novos que virão, especialmente nos temas de tributação e sustentabilidade, que envolve descarbonização e transição energética”, diz Caldas.
Ana Paula Vitelli ficou durante dois mandatos na Britcham, ou seja, 4 anos no comando, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo de CEO da instituição que está no Brasil há mais de 100 anos. Com formação em administração, Vitelli se especializou em desenvolvimento de recursos humanos e é doutora em Administração pela FGV-SP.
“Foi um imenso orgulho ser a primeira mulher CEO de uma instituição centenária e dar esse espaço de visibilidade para atuação feminina na liderança. Além de orgulho, senti também uma enorme responsabilidade de atender as expectativas, ou seja, tive um duplo papel a ser conquistado, não só de entregar resultados, mas de ser uma mulher que inspirasse outras mulheres em cargos dessa natureza”, diz Vitelli que entra para o conselho da Britcham.
O fluxo de exportação entre Brasil e o Reino Unido está equilibrado, segundo Caldas, que afirma que enquanto o Reino Unido exporta produtos de alta tecnologia e de saúde, como produtos medicinais e farmacêuticos, geradores, maquinários industriais, veículos e produtos químicos, o Brasil exporta produtos agrícolas, como carne, sementes, frutas e legumes, além do tabaco e gerador de energia. “Estamos praticamente equilibrados quanto às exportações e importações entre esses dois países”, diz Caldas que afirma que o comércio total de bens e serviços (exportações mais importações) entre o Reino Unido e o Brasil foi de 10,4 bilhões de libras em 2023, um aumento de 28,2% em relação ao quarto trimestres de 2022.
Deste total de 10,4 bilhões de libras em 2023:
“O Reino Unido, para mim, é um dos países com o maior sucesso de implementação da estratégia de economia verde e de descarbonização. Eles estão com uma estratégica fantástica na área de hidrogênio, e queremos trazer isso para o Brasil”, afirma o novo CEO.
O Brasil segue como um dos principais destinos dos investidores britânicos, que buscam principalmente investir em setores de tecnologia, serviços corporativos, energia e mineração.
De acordo com dados do relatório da Transactional Track Record (TTR), ao longo do ano passado foram realizadas 53 transações de companhias britânicas em solo brasileiro, 33% a mais do que em 2022, quando foram registradas 40 negociações. Com este resultado, o Reino Unido consolida sua posição como o segundo maior investidor internacional no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. Os Estados Unidos seguem como o principal investidor estrangeiro em empresas brasileiras, apesar das atividades terem recuado 17% no ano passado, passando de 194 transações em 2022 para 161 em 2023.
“A agenda de crescimento de novos associados continua sendo relevante e temos espaço para isso. O trabalho de base da governança, como diretoria e processos, já está bem consolidado na Câmara, agora o foco será avançar para uma estratégia de atração de novas companhias britânicas para o Brasil”, afirma Vitelli que reforça que o trabalho na Britcham é voluntário, toda a liderança é composta por executivos de empresas associadas que dedicam o seu tempo para fazer a Câmara operar no Brasil.