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O que eles têm que os outros não têm

Por que os CEOs do Futuro são os profissionais que vão comandar as empresas de amanhã

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h30.

Mas, afinal, de que material é feito um CEO do Futuro? Que tipo de líder é esse? A julgar pelas mudanças por que vêm passando as empresas, arriscaria dizer que um CEO do século 21 tem muito pouco a ver com aqueles executivos glorificados por seu poder de fazer chover . Presidentes cuja fama ultrapassa a das empresas que comandam deram certo nas décadas de 80 e 90, mas dificilmente terão vez agora. Como dizem os americanos James C. Collins e Jerry I. Porras no best seller Feitas para Durar (Editora Rocco), o CEO da vez é um líder nível 5 que reúne humildade, uma extraordinária determinação e capacidade profissional. Collins considera Jack Welch um líder 4, categoria dos executivos altamente eficientes que, no entanto, não possuem a discrição ou a humildade necessária a um CEO nível 5.

Em relação a 2001, o processo de seleção dos CEOs do Futuro da VOCÊ S/A teve uma novidade: um questionário para medir como os executivos inscritos agiriam em determinadas situações. As respostas deles foram comparadas com os perfis best in job (algo como o melhor na categoria) de vários executivos. Esse perfil de sucesso foi definido pela Korn/Ferry com base em um levantamento feito com mais de 200 000 profissionais de primeira linha no mundo. Os parâmetros utilizados para fazer essa análise são o estilo de liderança e de raciocínio, que inclui a maneira pela qual as pessoas agem Nesse sentido, os CEOs do Futuro se destacam nas seguintes habilidades:

  • Eles gostam de trabalhar em equipe No relacionamento com superiores, pares e subordinados são essencialmente sociáveis e participativos. Isso quer dizer que facilitam o trabalho em grupo, encaram as mudanças positivamente, encorajam a exploração de novas perspectivas, lidam bem com críticas e estimulam o envolvimento do grupo. Têm ainda facilidade para se relacionar, sabem ouvir, reconhecem a contribuição de cada um dos membros da equipe e são habilidosos na arte de gerenciar conflitos. Quando necessário, recorrem à intuição, não se deixando limitar por precedentes.
  • Eles são intelectualmente curiosos Diante de decisões importantes, os candidatos de 2002 pensam em várias alternativas para chegar à resposta. Fazem do aprendizado e da curiosidade intelectual um estilo de vida e, freqüentemente, trazem à tona perspectivas conflitantes com idéias já estabelecidas.
  • Eles analisam profundamente uma questão Definido o campo das solução, os CEOs do Futuro fazem uma análise criteriosa da situação baseando-se nas informações disponíveis. Depois, sintetizam as propostas em planos eficazes e conduzem sua implantação de forma eficiente.
  • Eles mantêm o foco na ação Um CEO do Futuro tem sua atenção permanentemente voltada para a ação.Também não perde de vista os resultados, é confiável quando assume um compromisso e gerencia o andamento de seus planos.

    Uma diferença entre os CEOs do Futuro 2002 e os best in job é que esses jovens são mais orientados para tarefas. Portanto, tendem a comunicar diretamente suas expectativas, a estabelecer regras e a delegar tarefas (só depois de se assegurarem que os escolhidos são os mais indicados) em maior intensidade que os best in job. Uma possível explicação é que esses candidatos ainda são um pouco verdes profissionalmente e ocupam posições em que a orientação para tarefas é crítica para o sucesso. No entanto, para continuar progredindo devem abandonar essa característica. É fato que um CEO precisa fazer as coisas acontecerem o que não significa que ele tem de colocar a mão na massa.

    Quanto ao estilo de raciocinar e agir, os CEOs do Futuro também estão alinhados com os executivos de sucesso do estudo da Korn/Ferry. Uma pessoa que comanda uma empresa toma decisões que afetam seus profissionais e refletem diretamente na competitividade da organização. Por isso, é importante que essas decisões tenham como ponto de partida um pensamento complexo e criativo, que explore profundamente as soluções e, ao mesmo tempo, analise a questão de vários ângulos. Para um CEO, ter um pensamento flexível só é útil em situações muito específicas, como aquelas em que há grande volatilidade nos negócios. Caso contrário, pode dar a impressão de que age como um franco-atirador.

    Quase tão intensamente quanto desenvolver novos conhecimentos, a maioria dos CEOs do Futuro tem uma forte aspiração competitiva.

    Eles chamam para si a responsabilidade de estar no comando da situação.Na verdade, não precisam de designação formal, pois assumem isso de forma quase instintiva. Procuram alcançar resultados significativos e costumam comparar seu progresso com o de seus pares. Gostam da competição e querem ser reconhecidos como vitoriosos. Impõem-se metas desafiadoras e, para alcançá-las, são capazes de trabalhar incansavelmente. Daí o risco de se tornar workaholics. De maneira geral, eles não têm o empreendedorismo visto aqui como atração por oportunidades radicalmente diferentes como motivação relevante. Isso porque, para eles, o caminho até o topo da pirâmide corporativa passa necessariamente por um networking sólido e por conhecimentos específicos do negócio que querem dirigir.

    Viva a diferença!

    Não há dúvida de que ocupar a cadeira do presidente da empresa é o principal objetivo dos CEOs do Futuro.Mas, e quanto àqueles que também almejam o mesmo e sentem que ainda lhes falta preparo? Com humildade e força de vontade é possível ajustar o estilo de liderança e de raciocínio para atingir esse objetivo.Mais difícil, porém, é operar uma mudança nas motivações de carreira.

    Se você, como esses 20 profissionais, for um candidato a CEO, certifique-se de que é isso mesmo o que quer para sua vida profissional. A relação custo/benefício só fica equilibrada se sua satisfação ultrapassar os sacrifícios. E isso só será possível se você tiver certeza do que deseja. Muitas mentes brilhantes devem ter se perdido na busca de uma realização que, no íntimo, tinha pouco a ver com suas reais aspirações profissionais. Ser CEO requer um forte componente de competitividade. Se não tiver essa característica, um gerente de vendas excepcional provavelmente vai decepcionar como diretor comercial. De forma lamentável, nossa cultura atribui a qualquer outro interesse que não o alpinismo organizacional a conotação de fracasso, de aversão a riscos e de pouca ambição.

    Minha experiência como consultor em recrutamento e desempenho de executivos mostra que o principal ingrediente do sucesso profissional é o sentimento de que somos úteis (relevantes para o sucesso da empresa), produtivos, reconhecidos, coerentes com nossas convicções e felizes com o que fazemos. Os CEOs do Futuro me pareceram todos muitos satisfeitos com o rumo de suas carreiras. Se você acredita que chegar ao topo é o que o fará feliz, bem-vindo ao grupo.

    Para aqueles que desejam alcançar maestria e ser reconhecidos como os melhores profissionais de sua área, que estão interessados em desenvolvimento pessoal e em executar um trabalho criativo e não se sentem motivados a escalar o organograma da empresa, ou os que não pensam em se fixar em uma área por mais de um ou dois anos porque têm espírito empreendedor e adoram novidades, só tenho a desejar boa sorte. E que trabalhem com humildade e determinação, pois as conclusões de Collins podem ser estendidas a quase todas as profissões e funções. Sucesso na carreira é uma questão muito pessoal.

    Conheça os vencedores deste ano:

  • Alexandre Bonfim de Azevedo
  • André Felippa
  • Anna Chaia
  • Dario Gaeta
  • Edson Rigonatti
  • Elvira Cavalcanti
  • Flávia Schlesinger
  • Flávio Cabaleiro
  • Guilherme Mendonça
  • José Fernando Farinas
  • Leandro Aliseda, de 30 anos
  • Lourenço Lanfranchi
  • Marcelo Menta
  • Marcelo Nicolozzi
  • Mário Barreto França Neto
  • Patrick Nagem Nogueira
  • Paulo Leônidas Moreira Neto
  • Paulo Rogério Silva
  • Sidnei Cosme
  • Susana Martins
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