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Brasileiro já contrata plano de previdência antes dos 40

Agora também se opta pelo sistema de tributação ideal para quem não vai mexer no dinheiro antes do prazo

Jovens brasileiros já pensam na aposentadoria (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 11h33.

São Paulo - Tem um novo Brasil emergindo no cenário da previdência privada . Apesar de o investidor ser majoritariamente do sexo masculino, com mais de 40 anos de idade e morador da Região Sudeste, uma pesquisa da Brasilprev com 1,3 milhão de clientes constatou que a idade média de quem começa a investir caiu.

Em 2008, era de 40 anos. Hoje, está em 35. Mudou também a opção pela tributação. Há cinco anos, a maioria ficava com a tabela progressiva do imposto de renda, escolhida por quem considera a possibilidade de usar os recursos no curto prazo e pagar menos imposto na hora do saque.

Atualmente, a maior parte prefere a tabela regressiva, ideal para os que não vão mexer no dinheiro antes do período definido no plano. Estão aí duas evidências de que o brasileiro começa a planejar a aposentadoria com mais antecedência e com expectativas no longo prazo. As administradoras de planos de previdência notam também o crescimento expressivo da participação das mulheres no segmento.

Na Brasilprev, o aumento foi de 44%, ante 33% observado entre o público masculino. Na Bradesco Vida e Previdência, elas passaram de 36% dos clientes há cinco anos para recentes 41%.

"A inserção da classe C nesse mercado é outro fator relevante", diz Soraia Fidalgo, gerente de inteligência e negócios da Brasilprev. São investidores que poupam para garantir recursos muitas vezes destinados à educação dos filhos. "A tendência é de crescimento progressivo dos planos individuais.

Em 1992, a carteira de investimentos era de 3 bilhões de reais. Até 2018, acreditamos que chegue a 1 trilhão de reais", diz Osvaldo do Nascimento, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), entidade que representa 74 seguradoras de pessoas e previdência complementar aberta.

"O aumento da renda, a estabilidade econômica e a expansão do emprego para o Nordeste, o Centro-Oeste e o Norte são fatores de peso para o incremento do número de clientes."


A Região Norte, por exemplo, vive uma efervescência no setor de varejo. Em 2013, dois shoppings foram abertos por lá — em Marabá (PA) e em Macapá (AP). Para 2014, está prevista a inauguração de mais quatro: um em Boa Vista, que será o primeiro de Roraima, e três no interior do Pará, instalados em regiões próximas a operações da mineradora Vale.

Antes, o setor se concentrava nos oito shoppings de Manaus. Já o Centro-Oeste, com a economia puxada pelo bom momento do agronegócio, teve o maior crescimento percentual na geração de empregosdo Brasil: 3,74%, segundo a últimaRelação Anual de InformaçõesSociais (Rais), divulgada em outubro.

No Nordeste, a classe média cresceunum ritmo superior ao do restantedo país nos últimos dez anos — quaseduas vezes mais do que o observadono Sudeste. O PIB da regiãoaumentou 2,05% no primeiro trimestrede 2013 em comparação com oúltimo trimestre de 2012. A médiabrasileira foi de 1,05%, de acordocom dados do Banco Central.

Um dosmotores desse desenvolvimento é osetor automotivo, responsável pelamaior parte das contratações no Nordesteno primeiro semestre do ano,segundo análise feita pela consultoriaAsap, de São Paulo. Só a Fiat, queinstalou um polo de produção emGoiana (PE), deve contratar4.500 funcionários até o começo de2014.

A chinesa JAC Motors finalizaa construção de uma fábrica em Camaçari,na Bahia, depois de investir900 milhões de reais. Serão 13.500empregos diretos e indiretos. "Asgrandes empresas costumam oferecerplanos de previdência privada nopacote de benefícios, o que ajuda acriar uma conscientização da importânciadesse tipo de produto entreuma população que ainda não o conhece",afirma Nascimento.

O Nordeste já é o terceiro mercadoda Bradesco Vida e Previdência,com 12% do total de clientes, atrásdo Sudeste (64%) e do Sul (14%),as duas regiões que historicamentesão líderes em contratação de planos.

"O país está construindo uma novacultura de poupadores, pois há umageração de profissionais no mercadode trabalho que nunca conheceu ahiperinflação", diz Lúcio Flávio deOliveira, presidente da Bradesco Vidae Previdência. São trabalhadores quevivem um ambiente de economia estávele têm mais facilidade para planejaro futuro.O desafio é não serender ao consumo desenfreado.

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São Paulo - Tem um novo Brasil emergindo no cenário da previdência privada . Apesar de o investidor ser majoritariamente do sexo masculino, com mais de 40 anos de idade e morador da Região Sudeste, uma pesquisa da Brasilprev com 1,3 milhão de clientes constatou que a idade média de quem começa a investir caiu.

Em 2008, era de 40 anos. Hoje, está em 35. Mudou também a opção pela tributação. Há cinco anos, a maioria ficava com a tabela progressiva do imposto de renda, escolhida por quem considera a possibilidade de usar os recursos no curto prazo e pagar menos imposto na hora do saque.

Atualmente, a maior parte prefere a tabela regressiva, ideal para os que não vão mexer no dinheiro antes do período definido no plano. Estão aí duas evidências de que o brasileiro começa a planejar a aposentadoria com mais antecedência e com expectativas no longo prazo. As administradoras de planos de previdência notam também o crescimento expressivo da participação das mulheres no segmento.

Na Brasilprev, o aumento foi de 44%, ante 33% observado entre o público masculino. Na Bradesco Vida e Previdência, elas passaram de 36% dos clientes há cinco anos para recentes 41%.

"A inserção da classe C nesse mercado é outro fator relevante", diz Soraia Fidalgo, gerente de inteligência e negócios da Brasilprev. São investidores que poupam para garantir recursos muitas vezes destinados à educação dos filhos. "A tendência é de crescimento progressivo dos planos individuais.

Em 1992, a carteira de investimentos era de 3 bilhões de reais. Até 2018, acreditamos que chegue a 1 trilhão de reais", diz Osvaldo do Nascimento, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), entidade que representa 74 seguradoras de pessoas e previdência complementar aberta.

"O aumento da renda, a estabilidade econômica e a expansão do emprego para o Nordeste, o Centro-Oeste e o Norte são fatores de peso para o incremento do número de clientes."


A Região Norte, por exemplo, vive uma efervescência no setor de varejo. Em 2013, dois shoppings foram abertos por lá — em Marabá (PA) e em Macapá (AP). Para 2014, está prevista a inauguração de mais quatro: um em Boa Vista, que será o primeiro de Roraima, e três no interior do Pará, instalados em regiões próximas a operações da mineradora Vale.

Antes, o setor se concentrava nos oito shoppings de Manaus. Já o Centro-Oeste, com a economia puxada pelo bom momento do agronegócio, teve o maior crescimento percentual na geração de empregosdo Brasil: 3,74%, segundo a últimaRelação Anual de InformaçõesSociais (Rais), divulgada em outubro.

No Nordeste, a classe média cresceunum ritmo superior ao do restantedo país nos últimos dez anos — quaseduas vezes mais do que o observadono Sudeste. O PIB da regiãoaumentou 2,05% no primeiro trimestrede 2013 em comparação com oúltimo trimestre de 2012. A médiabrasileira foi de 1,05%, de acordocom dados do Banco Central.

Um dosmotores desse desenvolvimento é osetor automotivo, responsável pelamaior parte das contratações no Nordesteno primeiro semestre do ano,segundo análise feita pela consultoriaAsap, de São Paulo. Só a Fiat, queinstalou um polo de produção emGoiana (PE), deve contratar4.500 funcionários até o começo de2014.

A chinesa JAC Motors finalizaa construção de uma fábrica em Camaçari,na Bahia, depois de investir900 milhões de reais. Serão 13.500empregos diretos e indiretos. "Asgrandes empresas costumam oferecerplanos de previdência privada nopacote de benefícios, o que ajuda acriar uma conscientização da importânciadesse tipo de produto entreuma população que ainda não o conhece",afirma Nascimento.

O Nordeste já é o terceiro mercadoda Bradesco Vida e Previdência,com 12% do total de clientes, atrásdo Sudeste (64%) e do Sul (14%),as duas regiões que historicamentesão líderes em contratação de planos.

"O país está construindo uma novacultura de poupadores, pois há umageração de profissionais no mercadode trabalho que nunca conheceu ahiperinflação", diz Lúcio Flávio deOliveira, presidente da Bradesco Vidae Previdência. São trabalhadores quevivem um ambiente de economia estávele têm mais facilidade para planejaro futuro.O desafio é não serender ao consumo desenfreado.

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