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O ano começa quente

O país vai desacelerar, dizem os economistas, mas os RHs seguem contratando. Saiba quais áreas vão recrutar e o que vai acontecer com seu salário em 2011


	Precisa-se de mão de obra qualificada: empresas dos setores de tecnologia, petróleo e gás e construção civil estão entre as que mais vão contratar este ano
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Precisa-se de mão de obra qualificada: empresas dos setores de tecnologia, petróleo e gás e construção civil estão entre as que mais vão contratar este ano (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2013 às 12h12.

São Paulo - Especialistas de mercado ouvidos pela VOCÊ S/A preveem que o primeiro ano de mandato da presidente Dilma Rousseff será de crescimento inferior ao desempenho dos últimos 12 meses de governo Lula. O PIB, que é a soma das riquezas geradas pelo país, deverá ficar em 4,5%, ante os 7% de 2010. 

A explicação para a queda se deve ao fato de o país estar operando em plena capacidade produtiva e os investimentos feitos em novas plantas e na ampliação de linhas de produção só serão sentidos daqui a dois anos, diz o economista Juan Jensen, da Tendências Consultoria Econômica, de São Paulo. Além disso, o governo Dilma já deu sinais de que vai restringir o crédito, mola propulsora do consumo, como medida para conter a inflação. 

O ritmo das contratações deve desacelerar em até 30%, dizem os analistas de mercado — em 2010 foram criados 2,5 milhões de empregos. Nos últimos 18 meses as empresas, principalmente as grandes corporações, recrutaram os profissionais de que precisavam para atingir suas metas de crescimento de médio prazo. O que não quer dizer que novas vagas não serão criadas. 

A taxa de desemprego deverá ficar entre 6,5% e 7%—, próxima do índice do ano passado. A disputa por profissionais qualificados vai continuar. No nível executivo, que considera a posição de gerentes a presidentes, a crise de talentos deve se acentuar. "Recrutar para esse nível será o grande desafi o no Brasil, pois o país tem sido o destino de investimentos estrangeiros", diz Sérgio Averbach, presidente para a América Latina da Korn/Ferry, consultoria especializada no recrutamento para a alta gerência. 

Haverá novos negócios financiados por capital estrangeiro. Os fundos de private equity, por exemplo, têm 18 bilhões de dólares em carteira para investir em companhias no Brasil, segundo levantamento recente da revista EXAME, da Editora Abril, que também publica VOCÊ S/A.

"Há negócios a serem prospectados pelos fundos nas áreas portuária, de aeroportos, logística e energia", diz Clóvis Meurer, vice-presidente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital. Quando esses investidores se tornam acionistas do negócio, uma das primeiras medidas deles, na maioria dos casos, é buscar gestores profissionais para administrar a companhia. 

O que cria oportunidades para executivos. Mas nem só profissionais mais tarimbados devem surfar a onda de empregos em 2011. Uma pesquisa da consultoria ManPower, que atua junto ao RH de diversas organizações, mostra que quatro em cada dez empregadores brasileiros pretendem contratar já no primeiro trimestre. O levantamento ouviu 858 corporações no Rio de Janeiro, em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. As vagas são para todos os níveis.


Remuneração menos agressiva

Nos últimos anos, os salários cresceram acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor. Para os próximos meses, as projeções dos especialistas em remuneração são divergentes. 

Há uma corrente que diz que os salários seguem sendo corrigidos pela inflação e as profissões mais disputadas terão o salário corrigido pela lei da oferta e demanda. Segundo esse grupo, o aumento salarial deve ser em torno de 7%. Para os engenheiros e técnicos, mão de obra disputada, esse índice deve ser bem mais alto. Há outra corrente de analistas, porém, que prevê ofertas salariais mais modestas. "As propostas serão menos agressivas. 

O grande tema para 2011 será o controle da inflação e os salários devem preservar seu valor", diz Marcos Bruno, diretor do Instituto Pieron, consultoria com escritório em São Paulo. Já o presidente da Korn/Ferry, Sérgio Averbach, avalia que os níveis de remuneração atingiram patamares insustentáveis. 

Hoje é comum encontrar executivos no Brasil com salário base maior do que os de seus chefes no exterior. Isso se deve à correção pela infl ação combinada ao efeito da valorização do real. 

Está cada vez mais difícil para as multinacionais tirar executivos daqui para colocá-los em outro país. "E isso é um problema para as empresas brasileiras que estão crescendo para fora das fronteiras", diz Sérgio. Diante desses fatores, os analistas mais conservadores acreditam que os salários não vão decolar este ano.

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