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Pronomes: 4 regras práticas

João Bolognesi ensina como não escorregar na colocação pronominal

Screbble (Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2012 às 11h18.

Dicas de João Bolognesi, professor de português do Complexo Educacional Damásio de Jesus

O assunto colocação pronominal provoca muita divergência entre os usuários lusitanos e os nacionais, pois o uso daqui já não se faz mais como o de lá. A teoria sobre o tema pode ser vista ou como uma epopeia ou como um haicai, mas ao usuário só cabe uma preocupação: evitar os erros universais.

Os pronomes são os átonos me, te, se, o, a, os, as, lhe, lhes, nos, vos. Eles sempre estão vinculados a um verbo e, de acordo com a posição, recebem a seguinte classificação:

Próclise (antes do verbo): A pessoa não se feriu.
Ênclise (depois do verbo): A pessoa feriu-se.
Mesóclise (no meio do verbo): A pessoa ferir-se-á.

Não iniciar período com pronome átono

Quando o verbo está abrindo um período, os pronomes átonos não podem ser colocados antes do verbo. Com isso, a próclise é proibida, será feito uso da mesóclise ou da ênclise.

Exemplos: Diga-me toda a verdade. Recomenda-se cautela. Pedir-se-á silêncio.

Respeitar as palavras atrativas

Há palavras e expressões que exigem que o pronome seja colocado antes do verbo. Nasce, assim, o uso obrigatório da próclise graças às palavras atrativas (confira a lista de palavras atrativas ao final do texto).

Exemplos: Não se faz isso. Aqui se canta, lá se chora. Sei que se alcançará o resultado desejado.

Não colocar pronomes átonos após o particípio

O correto é analisar cada situação para observar o lugar adequado, mas nunca após o particípio.

Exemplos: Tínhamos nos referido ao caso certo. Havia-me pedido algo impossível. Tinham se queixado ao guarda.


Não colocar pronomes átonos após verbos conjugados no futuro do indicativo

A depender do caso, caberá a mesóclise ou a próclise, mas nunca após o futuro do indicativo.

Exemplos: Não se queixará novamente disso. Ver-se-á o valor novamente. Sabemos que se reverterá a situação.

Detalhe
Na língua portuguesa, a palavra “se” pode ser conjunção ou pronome átono e há situações em que ambos podem muito corretamente aparecer na mesma construção, cada um exercendo seu papel.

Exemplos: Ele não sabia se se queixava comigo ou com você. Tudo ficará melhor se se dispuserem a ajudar. A mulher não conseguiu pensar se se mantinha calada ou gritava.

Lista das palavras atrativas
a) palavras com sentido negativo: não, nunca, jamais, ninguém, nada, nenhum, nem, etc. Exemplo: Nunca se meta em confusões.

b) advérbios (sem vírgula): aqui, ali, só, também, bem, mal, hoje, amanhã, ontem, já, nunca, jamais, apenas, tão, talvez, etc. Exemplo: Ontem a vi na aula. Com a vírgula, cessa a atração: Ontem, vi-a na aula. Aqui, trabalha-se muito.

c) pronomes indefinidos: todo, tudo, alguém, ninguém, algum, etc. Exemplo: Tudo se tornou esclarecido para nós.

d) pronomes ou advérbios interrogativos (o uso destas palavras no início da oração interrogativa atrai o pronome para antes do verbo): O que ? Quem ? Por que ? Quando ? Onde ? Como ? Quanto ? Exemplo: Quem a vestiu assim?

e) pronomes relativos: que, o qual, quem, cujo, onde, quanto, quando, como. Exemplo: Havia duas ideias que se tornaram importantes.

f) conjunções subordinativas: que, uma vez que, já que, embora, ainda que, desde que, posto que, caso, contanto que, conforme, quando, depois que, sempre que, para que, a fim de que, à proporção que, à medida que, etc. Exemplo: Já era tarde quando se notou o problema.

g) em + gerúndio: deve-se usar o pronome entre “em” e o gerúndio. Exemplo: Em se tratando de corrupção, o Brasil tem experiência.

 
João Bolognese, professor de portuguêsJoão Bolognesi é professor de português para concursos no Complexo Educacional Damásio de Jesus



 

 

 

 

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