São Paulo - Engana-se quem pensa que virar chefe significa se livrar para sempre das tarefas maçantes do cotidiano e só observar tranquilamente o trabalho dos outros.
O líder na verdade é um acumulador de funções, segundo explica João Marcelo Furlan, sócio da Enora Leaders. “A menos que tenha um altíssimo cargo dentro da empresa, você ainda vai ter algum papel operacional”, afirma ele.
Furlan diz que a necessidade de executar tarefas técnicas surpreende sobretudo os novatos. “Quem é inexperiente muitas vezes esquece que chefes também têm os seus próprios chefes, e precisam elaborar planilhas, documentos e relatórios para eles”, ilustra o especialista.
Muitos aspirantes à cadeira do patrão também ignoram que estar em um cargo de liderança implica ter diversas obrigações e dificuldades que passam longe das preocupações do resto da equipe.
Com a ajuda de Furlan, EXAME.com traz alguns equívocos ligados ao assunto que merecem ser desconstruídos. Veja a seguir:
1. A equipe vai te obedecer só porque você é o chefe
Acha que ter autoridade é suficiente para garantir a produção? Ledo engano, diz Furlan. “Não adianta mandar as pessoas fazerem algo, elas precisam ter vontade de atender aos seus pedidos”, explica.
E isso não é nada fácil. De acordo com ele, motivar outras pessoas é uma habilidade que exige treino, maturidade e uma boa dose de inteligência emocional.
2. É mais fácil ver a entrega ser feita do que fazê-la
“A vida do chefe não é nada mansa”, brinca Furlan. Ao contrário do que muitos pensam, gerar resultados a partir do trabalho de outras pessoas pode ser muito custoso.
“Você precisa ter capacidade técnicas, para planejar e organizar as tarefas alheias, mas também habilidades mais comportamentais, para mobilizar e acompanhar as pessoas”, diz o especialista.
3. O chefe tem independência para fazer o que quiser
Ser líder não significa ter licença para tomar decisões arbitrárias. “Você ainda vai ser parte do sistema e, como tal, precisará se adaptar às suas regras e limitações”, explica o sócio da Enora Leaders.
O chefe precisa se moldar a todo tipo de restrição. O orçamento, por exemplo não está à sua plena disposição, e nem as suas ideias podem contrariar a estratégia global da empresa. “Existem também muitas disputas internas e jogos de poder que diminuem a liberdade do líder”, comenta Furlan.
4. Sua relação com antigos colegas não vai mudar porque você virou chefe
De uma forma ou de outra, assumir uma posição gerencial afeta os relacionamentos que você construiu até então na empresa. “Você passa a ter acesso a informações confidenciais e, querendo ou não, é obrigado a jogar no time do patrão”, afirma o especialista.
Segundo ele, precisar defender os interesses da empresa - mesmo que isso signifique demitir um amigo, por exemplo - causa frustração em muitos chefes novatos. “É difícil, mas você precisa estar preparado para se afastar um pouco”, diz.
5. Se você não conseguir atender à expectativa, tudo bem
Ao dar uma promoção, a empresa oferece também um voto de confiança - mas ele não é para sempre. “É um caminho sem volta: você não pode retornar a uma posição operacional, caso não dê certo”, diz ele.
Em outras palavras, as expectativas precisam ser correspondidas para que o chefe se mantenha no cargo. “Você precisa ter certeza de que está preparado para liderar antes de aceitar um convite como esse”, afirma.
6. A chefia é a linha de chegada da carreira
Outro mito comum é pensar que o chefe é o “sabe-tudo” que atingiu o nível máximo de desenvolvimento na empresa. “Na verdade, essa é justamente a hora em que você mais vai aprender’”, diz o especialista.
Se é provável que o profissional tenha sido alçado à chefia porque era um bom "técnico", é fato que ele passará a ser avaliado em quesitos até então inéditos para ele. “É como se jogassem você em uma piscina: ou você aprende a nadar ou vai engolir água”, brinca Furlan.
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1. O início da escalada
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1/10 (Flickr/Creative Commons/Collin Anderson)
São Paulo - Quem chegou ao topo da
carreira, muitas vezes, começou sua ascensão profissional a partir dos primeiros degraus. É o caso de
presidentes de empresa que começaram suas carreiras como lavadores de pratos, office-boys e engraxates. A seguir, conheça 10 histórias surpreendentes sobre os primeiros passos de diretores de
empresas brasileiras e estrangeiras:
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2. Jorge Samek, presidente da Itaipu Binacional
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2/10 (Divulgação)
Aos 15 anos de idade, Samek começou a trabalhar como office boy num banco em Foz do Iguaçu. "Na época não havia internet, então era necessário haver um garoto como eu para levar e trazer papéis e recibos", conta. A rotina de trabalho era seguida paralelamente à dos estudos. "Aprendi a respeitar hierarquias e ter disciplina", diz Samek. O emprego como office boy também lhe rendeu algum dinheiro para realizar alguns "sonhos de consumo" dos adolescentes da época. "Graças aos meus primeiros salários, comprei uma motocicleta e até as botinhas do Roberto Carlos", relembra o presidente da Itaipu.
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3. Edward Lange, presidente da Brasil Insurance
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3/10 (Divulgação)
O americano começou a trabalhar na adolescência. Aos 13 anos, seu primeiro emprego foi como distribuidor do jornal "The Register", na Califórnia. “Comprei uma bicicleta usada por 12 dólares e lançava jornais diariamente no jardim dos vizinhos antes de ir para a escola", conta Lange. O rendimento era de cerca de 200 dólares por mês. Mais tarde, ele teve outros empregos. "Trabalhei como cozinheiro num restaurante mexicano, vendi sapatos femininos, fui segurança de loja e até vendi vestidos de noivas", diz ele. O jovem recém-formado começou então a trabalhar na Allianz Argentina, anos antes de ingressar na Brasil Insurance.
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4. Luiz Donaduzzi, presidente da Prati-Donaduzzi
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4/10 (Divulgação)
Em 1990, o casal de farmacêuticos Luiz e Carmen Donaduzzi tocavam um pequeno empreendimento em casa. "A empresa éramos nós dois, vendendo produtos para as farmácias locais", lembra ele. Água oxigenada, mercúrio e cromo eram algumas das mercadorias comercializadas pelos Donaduzzi. "Também vendíamos chá de boldo e camomila, depois de comprar e empacotar as folhas", lembra o presidente. Em 1994, mudaram-se para o Paraná e, de lá, expandiram os negócios. Hoje, a empresa é especializada na produção de medicamentos genéricos e tem mais de 4 mil funcionários.
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5. Lloyd Blankfein, presidente do Goldman-Sachs
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5/10 (Chip Somodevilla/Getty Images)
Antes de se tornar presidente de um dos maiores bancos do mundo, Blankfein teve um início de carreira humilde no bairro do Brooklyn, em Nova York. Para ganhar algum dinheiro enquanto estudava, o jovem vendia cachorro-quente e refrigerante no Estádio Yankee,
segundo a revista Fortune. Outra atividade de Blankfein na juventude foi como salva-vidas - uma atividade que o fez perder peso, depois de anos lutando contra a balança
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6. Michael Dell, presidente da Dell
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6/10 (Getty Images)
A primeira ocupação do presidente da gigante da tecnologia foi como lavador de pratos em um restaurante chinês, anos 12 anos. Seu objetivo era conseguir dinheiro para sua coleção de selos,
segundo a Biography.com. Mais tarde, ele trabalharia com dados no jornal Houston Post. Sua missão era aumentar o número de assinantes do periódico, de acordo com o mesmo site.
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7. Warren Buffett, presidente da Berkshire Hathaway
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7/10 (Chip Somodevilla/Getty Images)
Um dos homens mais ricos do planeta, Buffett ingressou no mundo do trabalho de forma humilde. Aos 14 anos, o futuro empresário passava suas manhãs entregando cópias do jornal The Washington Post,
segundo o Business Insider. No mesmo ano, o futuro empresário reuniu suas economias e fez seu primeiro investimento. De acordo com o mesmo site, o jovem Buffett comprou 16 hectares de uma propriedade rural por 1.200 dólares.
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8. Oprah Winfrey, presidente da OWN
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8/10 (Stephane de Sakutin/AFP)
A primeira mulher negra bilionária teve uma juventude bastante dura.
De acordo com a Forbes, seu primeiro emprego foi numa mercearia de esquina, ao lado da barbearia do seu pai em Nashville, no Tennessee. Aos 16 anos, Oprah ingressou numa estação de rádio local, onde lia no ar as notícias do dia.
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9. Donald Trump, presidente da Trump Organization
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9/10 (Getty Images)
O magnata do setor imobiliário já nasceu rico. Mesmo assim, seu pai o incentivou a trabalhar desde cedo para que ele aprendesse o valor do dinheiro. "Meu pai foi meu melhor chefe, um exemplo de disciplina",
disse o bilionário à Forbes. O pai levava o filho para recolher garrafas de refrigerante vazias e revendê-las. "Foi meu primeiro salário, o valor de uma pequena mesada", contou o bilionário. Mais tarde, o apresentador do programa "The Apprentice", da rede NBC, também trabalhou como cobrador de aluguéis.
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10. Agora veja as formações inusitadas de executivos que chegaram ao topo
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10/10 (Stock.Xchange)