Fim do home office? Trabalho presencial cresceu no ano passado, diz pesquisa
Levantamento mostra que trabalho híbrido e remoto despencou no ano passado em relação aos dois primeiros anos da pandemia. Ainda assim, esmagadora maioria dos profissionais não quer voltar ao modelo 100% presencial
Modo escuro
Escritório: trabalho remoto caiu pela metade no terceiro ano de pandemia (CSA Images/Getty Images)

Publicado em 27 de março de 2023, 15h49.
Última atualização em 27 de março de 2023, 16h24.
Uma batalha acontece no mundo corporativo: empresas querendo o fim do home office versus profissionais que se recusam a abrir mão dele. E, segundo uma nova pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, empresa de pesquisa de mercado, os profissionais estão perdendo essa disputa.
De acordo com o estudo, que ouviu 400 profissionais no Brasil entre novembro e dezembro do ano passado, 27% dos trabalhadores atuavam presencialmente entre 2020 e 2021. Em 2022, esse número quase dobrou, saltando para 45%.
Em contrapartida, o trabalho híbrido, que era o modelo adotado por grande parte dos funcionários durante os primeiros anos de pandemia, caiu de 56% para 43%. Por fim, o trabalho totalmente remoto também despencou e agora só 12% dos profissionais estão 100% em home office. Entre 2020 e 2021 o patamar era de 25%.
Profissionais preferem o trabalho híbrido
Assim como outras pesquisas do mercado, o levantamento da Brain apontou que há um descompasso entre o desejo dos profissionais e o que as empresas estão oferecendo, de fato.
Isso porque, apesar do trabalho presencial ter aumentado nesse período, a pesquisa apontou que 83% dos trabalhadores preferem o modelo híbrido e não gostariam de passar 100% do tempo no escritório.
"Existem pesquisas que mostraram que o trabalho híbrido contribui para o bem-estar dos profissionais, por isso a esmagadora maioria prefere trabalhar no modelo TQQ: terças, quartas e quintas no escritório e o restante da semana em casa", diz Tiziana Weber, sócia e coordenadora de Projetos Especiais da Brain Inteligência Estratégica.
Mas, apesar de campeão na preferência, a executiva comenta que o modelo de trabalho híbrido também traz desafios. O primeiro, mais óbvio, é como manter a conexão e a cultura dos times à distância. Porém, também há dilemas relacionados à forma como as cidades e os negócios estão estruturados, com muitos empreendimentos dependendo desse deslocamento diário.
"Principalmente em regiões centrais, que agora veem uma menor circulação de pessoas em determinados dias, isso é um desafio. Afinal, isso significa que há menos pessoas consumindo naquela região. Negócios que estão em volta de escritórios ou dependem desse fluxo de pessoas podem acabar sofrendo um pouco mais", afirma Tiziana.
Créditos

Luciana Lima
Repórter de Carreira Formada pela PUC-SP, cobre mercado de trabalho e Recursos Humanos há sete anos. Foi editora-assistente da VOCÊ S/A e VOCÊ RH e repórter do Jornal Primeiramão. Na EXAME é Repórter de Carreira e apresentadora do podcast Entre Trampos.Últimas Notícias
Branded contents
Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions
Moradia econômica no Brasil: um luxo para poucos
A jornada de transformação da Avon no Brasil
Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.
leia mais