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O teste dos MBAs estrangeiros ficou mais difícil?

O GMAT, teste de conhecimentos exigido por MBAs estrangeiros, ganha seção que mede a capacidade de fazer análises complexas

O analista Tiago Somacal, da Bain & Company: "Não achei mais difícil" (Alexandre Battibugli / VOCÊ S/A)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 12h28.

São Paulo - Uma etapa obrigatória para quem pretende fazer um MBA no exterior é o Graduate Management Admission Test (GMAT), prova de conhecimentos em matemática, lógica e língua inglesa, cuja nota é usada pelas principais escolas de negócios do mundo como critério de seleção.

Desde junho deste ano, a avaliação ganhou uma nova seção, chamada Integrated Reasoning ("raciocínio integrado"), que visa medir a habilidade do profissional em analisar dados e informações de diversas fontes e formatos, como gráficos, tabelas, planilhas e textos.

O objetivo é manter o exame adequado às exigências do mercado, que pede pessoas habilitadas para ler cenários complexos. Para quem mira uma pós-graduação em administração no exterior, é hora de entender as mudanças e descobrir se ficou mais difícil passar.

"A dificuldade do teste não foi alterada", diz Amy Mitson, diretora associada de admissão da americana Tuck School of Business, um dos mais tradicionais MBAs do mundo. As mudanças são fruto de uma pesquisa realizada durante dois anos pelo conselho gestor do teste, o GMAC, com 740 universidades e escolas de negócios que se valem do teste. Mas há quem considere que a prova nova exigirá o sacrifício de mais neurônios do candidato.

Por medo de pegar um teste mais difícil, alguns profissionais anteciparam a prova para pegar a versão antiga. "Estava estudando e me preparando para o formato antigo e não queria correr riscos que atrapalhassem meus planos em cursar um MBA no exterior", diz Igor de Noronha Barros, de 31 anos, consultor da fabricante de aviões Embraer, de São José dos Campos, interior de São Paulo, que fez 710 pontos no teste — em uma escala de 800 pontos.

"O grau de dificuldade aumentou, principalmente porque a seção nova é mais difícil que o ensaio que ela substitui", diz Daniel Corri, coordenador da MBA House, escola brasileira que prepara profissionais para a admissão em MBAs americanos. O esforço na etapa de raciocínio pode prejudicar o desempenho nas outras seções (comunicação verbal e matemática).

"O aluno terá de pensar mais no começo da prova e por isso pode chegar mais cansado às etapas finais", diz Daniel. A duração e as outras partes do teste permanecem inalteradas, e a ordem é a seguinte: ensaio (30 minutos), raciocínio integrado (30 minutos), matemática (75 minutos) e comunicação verbal (75 minutos).


Tiago Somacal, de 25 anos, consultor associado da Bain & Company, consultoria de São Paulo, já fez a prova e não achou mais difícil. "A nova seção é uma maneira de exercitar conceitos que antes não estavam contemplados", diz Tiago, que fez 740 pontos. "Precisei, por exemplo, interpretar se enunciados faziam sentido de acordo com as informações dadas."

No Brasil, poucas escolas de negócios adotam o GMAT. Um exemplo é o OneMBA, programa da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP), ministrado em conjunto com quatro instituições internacionais.

O Insper, de São Paulo, usa o teste na seleção de candidatos de seu mestrado profissional. Escolas estrangeiras que mantêm unidades no Brasil, como a americana Katz, da Universidade de Pittsburgh, e a espanhola Iese, também exigem o teste em seus processos seletivos.

"A seção de raciocínio nos permitirá conhecer melhor a capacidade analítica do candidato. Ou seja, uma vez exposto a diversos dados, poderemos avaliar como ele combina e explora as informações recebidas para tomar decisões", diz Sílvia Sampaio, coordenadora executiva do OneMBA e do mestrado profissional da FGV-SP.

A recomendação para os candidatos é fazer simulados e conhecer o teste para se acostumar com os novos tipos de questão. E encarar a novidade de maneira otimista. "Ela representa mais uma oportunidade de a pessoa mostrar suas competências. Esse é seu intuito, e não dificultar o teste", diz Sílvia Sampaio, da FGV-SP.

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São Paulo - Uma etapa obrigatória para quem pretende fazer um MBA no exterior é o Graduate Management Admission Test (GMAT), prova de conhecimentos em matemática, lógica e língua inglesa, cuja nota é usada pelas principais escolas de negócios do mundo como critério de seleção.

Desde junho deste ano, a avaliação ganhou uma nova seção, chamada Integrated Reasoning ("raciocínio integrado"), que visa medir a habilidade do profissional em analisar dados e informações de diversas fontes e formatos, como gráficos, tabelas, planilhas e textos.

O objetivo é manter o exame adequado às exigências do mercado, que pede pessoas habilitadas para ler cenários complexos. Para quem mira uma pós-graduação em administração no exterior, é hora de entender as mudanças e descobrir se ficou mais difícil passar.

"A dificuldade do teste não foi alterada", diz Amy Mitson, diretora associada de admissão da americana Tuck School of Business, um dos mais tradicionais MBAs do mundo. As mudanças são fruto de uma pesquisa realizada durante dois anos pelo conselho gestor do teste, o GMAC, com 740 universidades e escolas de negócios que se valem do teste. Mas há quem considere que a prova nova exigirá o sacrifício de mais neurônios do candidato.

Por medo de pegar um teste mais difícil, alguns profissionais anteciparam a prova para pegar a versão antiga. "Estava estudando e me preparando para o formato antigo e não queria correr riscos que atrapalhassem meus planos em cursar um MBA no exterior", diz Igor de Noronha Barros, de 31 anos, consultor da fabricante de aviões Embraer, de São José dos Campos, interior de São Paulo, que fez 710 pontos no teste — em uma escala de 800 pontos.

"O grau de dificuldade aumentou, principalmente porque a seção nova é mais difícil que o ensaio que ela substitui", diz Daniel Corri, coordenador da MBA House, escola brasileira que prepara profissionais para a admissão em MBAs americanos. O esforço na etapa de raciocínio pode prejudicar o desempenho nas outras seções (comunicação verbal e matemática).

"O aluno terá de pensar mais no começo da prova e por isso pode chegar mais cansado às etapas finais", diz Daniel. A duração e as outras partes do teste permanecem inalteradas, e a ordem é a seguinte: ensaio (30 minutos), raciocínio integrado (30 minutos), matemática (75 minutos) e comunicação verbal (75 minutos).


Tiago Somacal, de 25 anos, consultor associado da Bain & Company, consultoria de São Paulo, já fez a prova e não achou mais difícil. "A nova seção é uma maneira de exercitar conceitos que antes não estavam contemplados", diz Tiago, que fez 740 pontos. "Precisei, por exemplo, interpretar se enunciados faziam sentido de acordo com as informações dadas."

No Brasil, poucas escolas de negócios adotam o GMAT. Um exemplo é o OneMBA, programa da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP), ministrado em conjunto com quatro instituições internacionais.

O Insper, de São Paulo, usa o teste na seleção de candidatos de seu mestrado profissional. Escolas estrangeiras que mantêm unidades no Brasil, como a americana Katz, da Universidade de Pittsburgh, e a espanhola Iese, também exigem o teste em seus processos seletivos.

"A seção de raciocínio nos permitirá conhecer melhor a capacidade analítica do candidato. Ou seja, uma vez exposto a diversos dados, poderemos avaliar como ele combina e explora as informações recebidas para tomar decisões", diz Sílvia Sampaio, coordenadora executiva do OneMBA e do mestrado profissional da FGV-SP.

A recomendação para os candidatos é fazer simulados e conhecer o teste para se acostumar com os novos tipos de questão. E encarar a novidade de maneira otimista. "Ela representa mais uma oportunidade de a pessoa mostrar suas competências. Esse é seu intuito, e não dificultar o teste", diz Sílvia Sampaio, da FGV-SP.

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